segunda-feira, 23 de junho de 2008

BONS TEMPOS...


Dia desses recebi, pela enésima vez, um daqueles e-mails que nos fazem lembrar dos “velhos bons tempos”. Imagens de desenhos animados, seriados, brinquedos, doces e salgadinhos...

Você já deve ter recebido algum assim, não é mesmo?

Algumas dessas montagens são bastante equivocadas, colocando num mesmo “tempo” coisas de décadas diferentes e distantes uma das outras, como Atari e o He-Man, o Xerife Coelho Ricochete e a Família Dinossauro.

Ora, numa eu era criança, na outra eu era adolescente e já não curtia mais coisas de criança (como só velhos adultos saudosos o fazem...).

Outra coisa que noto é que quem prepara essas apresentações não deve ter mais de 30 anos. Se tivesse, incluiria a Vila Sésamo, o Nacional Kid (um clássico), Ultraman, Guzula, Samurai Kid, Besouro Verde, Super Dínamo (outro clássico), todos da mesma época do novamente famoso Speed Racer.

O problema dos velhos tempos é que eles foram tão bons quanto pior ou mais seletiva for nossa memória...

Não faz tanto tempo assim eu precisava ficar em filas de bancos para pagar uma série de contas. O fazia em meu horário de almoço e invariavelmente voltava atrasado para o trabalho, sob o olhar repreensivo do chefe. Não havia internet banking há uma década.

Não havia celular (bem, acho que isso era bom...) e se você quisesse ouvir música andando a pé pela cidade precisaria carregar o seu micro system no ombro, pois não havia MP3 players nem walkmen.

OK, não serei um estraga prazeres. Também tenho minhas boas lembranças.

Estas manhãs frias me lembram – e acho que isso não existe mais – de um padeiro motorizado com sua lambreta (que só muito depois ficou conhecida como vespa) equipada com um grande caixote de madeira na garupa. Ele vinha até a nossa rua entregar pães quentinhos.

Brincávamos na rua – isso também já não existe mais em muitos bairros da cidade – e quando ouvíamos o ronco de sua lambreta nos animávamos. Quando ele estacionava e ia de casa em casa tocando a campainha para entregar os pães, atacávamos o caixote da lambreta e pegávamos pães franceses fumegantes para comer ali, na guia da calçada.

Ele nos via, fazia anotações em uma caderneta com a caneta que carregava na orelha (não havia palmtops) e acredito que depois mandava a conta para nossas mães.

Bons tempos aqueles...