quarta-feira, 12 de dezembro de 2007


Além de ter descoberto muito cedo que Papai Noel não existia (até que não fiquei tão traumatizado...), agora meu amigo blogueiro Roberto Bech me mostra que não foi a Coca-Cola que inventou a atual imagem do velhinho natalino.

Vou me jogar de cima de uma árvore de natal!
Daquelas bem pequenas...

Nesse site aqui você pode conferir mais uma versão sobre o imbróglio.

Eu sempre fui matador de ilusões, mas precisei de um alerta do Não Seja Medíocre dessa vez.

Bem, eu tinha de falhar uma vez, né?!

Mas, convenhamos: não fossem os milhões de dólares da Coca martelando essa imagem em nossas cabeças décadas a fio, teríamos esse mesmo velho gorducho de roupas vermelhas tão presente nos finais de ano?

Hmmmm...

terça-feira, 11 de dezembro de 2007

NEVE, RENAS E O CALOR INFERNAL

O Natal é época de presentes, de comemorar o fim de ano, de começar a planejar as promessas de ano novo, de descolar um trabalho temporário, de viajar e de diversos significados religiosos, dependendo de sua crença.

É a época marcada pelas imagens de renas, pelos pinheiros cobertos de neve e Papai Noel com suas botas pretas e roupa vermelha. Êpa!

Mesmo que você já tenha viajado ao Pantanal matogrossense ou à Amazônia, duvido que já tenha visto renas. No máximo, avistou veados. Pinheiros cobertos de neve, só se tiver dado muita sorte no sul do país ou em Campos do Jordão. Ainda assim, se tiver levantado bem cedo, pois com o Sol da manhã já não sobraria mais nada.

Mas imaginem um senhor vários quilos acima de seu peso, com pesadas botas cano ¾, roupão vermelho, luvas, gorro, sob a temperatura média de Dezembro no Brasil... Coitado!

Não pretendo discutir "nossas tradições" muito profundamente, mas seria interessante se alguma empresa ou grupo delas se unissem a uma agência de publicidade e criassem a "nossa" imagem do natal. Criar mesmo, porque não sei da existência de algo com cara tupiniquim aceito por grande parte da população e explorado comercialmente.

As imagens utilizadas nessa época são frutos dos milhões de dólares investidos pela Coca-Cola em décadas.

Lá, nos "estêites" e na Europa, existe mesmo neve, renas e deve haver grande número de senhores que se assemelham ao bom e velho Noel. Por aqui, acredito que ele não poderia ser tão alto, nem tão branco com bochechas rosadas, nem ter as barbas tão brancas. Seria mais baixo, mais moreno, usaria talvez as legítimas Havaianas, óculos escuros, calção, camiseta regata, boné.

O trenó... Sugerir uma carroça puxada por jegues poderia gerar sentimentos negativos. Melhor pensar em outra coisa.

Não sou hipernacionalista, mas é fato que não temos a "nossa" imagem do Natal.

Com tanta gente bonita e talentosa, com uma enorme variedade de espécies animais, com esse Sol maravilhoso, praias paradisíacas, coqueiros, veleiros, dunas, ainda aceitamos como naturais as imagens norte-americanas e européias.

Não se trata de um "abaixo Santa Claus" nem orgulho sul-americano, mas de aceitar a nossa realidade e deixar de lado aquele sentimento tão arraigado de que o de fora é sempre melhor, levantar o nosso moral e dizer: Yes! Nós temos Natal!

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

DIVINA PROPINA


Existem muitas definições de propina e suborno. A despeito de todas elas, resumo da seguinte maneira: tentar impedir, através de meios escusos, o curso natural das coisas de modo que não atinja resultado negativo a si próprio.

Explico usando a cena mais batida do mundo: o policial que pára você na estrada por excesso de velocidade. O curso natural das coisas é você receber uma bela multa (talvez até apreensão do carro), mas você tentará “sair do curso natural” com uma conversinha mole ou oferecendo propina ao guarda.

Outra: você precisa urgentemente de um certo documento numa repartição pública. O curso natural das coisas é o tal documento demorar muito, mas muito mais do que o razoável para chegar às suas mãos e você perder o seu prazo. Não aceitando isso, oferece uma graninha ao funcionário para que apresse a papelada em meio à oceânica burocracia.

E quem nunca ouviu falar dos comerciantes que sempre pagam uma caixinha aos fiscais da prefeitura ou do famoso “jabá” pago às rádios para tocarem determinadas músicas? Todas essas – e muitas outras – são formas de propinas, de suborno, de corrupção.

Ampliando o contexto, fazer aviãozinho pro bebê comer logo o "papá" também é uma forma de subornar o pequeno inocente. De outra maneira (seguindo o curso natural das coisas) ele não comeria aquele pote nem a pau...

Mas vejamos sob outra ótica: você ou alguém querido seu está numa certa situação (doente, endividado, desempregado, sei lá) e, novamente, a seguir o curso natural das coisas o desenrolar pode ser bem negativo. E o que você faz?

Reza, ora.

Seguindo o ponto de vista acima apresentado, você está tentando subornar Deus!

Sim, é isso mesmo: rezar é a mais estratosférica tentativa de suborno da mais alta autoridade conhecida.

É delicado, é uma provocação, mas é lógico. Apesar de ser um hábito profundamente arraigado em (quase) todos nós (assim como a corrupção), rezar é uma tentativa de fazer com que a mais alta autoridade do universo quebre as regras por Ele mesmo criadas e dê um jeitinho nas coisas pra você.

Toda vez que você pede a deus que faça isso ou aquilo você está tentando obter ajuda para mudar o destino. Um desviozinho, nada demais. É corrupção!

Pior: muita gente faz e paga promessas quando (ou se) obtém resultado favorável. Dupla corrupção!

E depois ficam falando mal do pobre do Renan Calheiros...

terça-feira, 27 de novembro de 2007

PROPAGANDA PEDRO BÓ


Talvez a maioria de vocês não se lembre, mas havia um personagem num quadro do programa de Chico Anísio que se chamava Pedro Bó (veja aqui na Wikipedia).

É bastante possível que ele tenha se tornado redator publicitário e escrito o comercial do anti-séptico bucal da Oral B.

O filme começa com quatro homens de jaleco entrando por um corredor e o locutor diz:

"Os especialistas da Oral B recomendam...o novo antiséptico bucal da Oral B".

Imediatamente lembrei do Pantaleão, personagem do Chico Anísio respondendo:

"Não Pedro Bó, mandam comprar do concorrente."

Ora, se eles são especialistas (funcionários) da Oral B, iriam recomendar qual anti-séptico?

O Plax da Colgate? O Listerine da Johnson?

Será que sou muito chato ou ou esses redatores são muito...hmmm... Pedro Bó?



quinta-feira, 22 de novembro de 2007

ABAIXO AS CORPORAÇÕES


Dia desses, pela avenida Sumaré, vi pixada num ponto de ônibus a frase acima.

Imediatamente me lembrei daqueles muros no México em que se lia (ou ainda se lê, não sei) "abaixo os ricos".

Esse negócio de abaixo isso, abaixo aquilo é coisa de pobre. Se não financeiro, sim de espírito ou de intelecto.

Eu aposto que o garoto ou garota que fez seu protesto sujando a cidade (uma tremenda falta de cidadania e respeito ao próximo) estava usando um tênis de alguma gigantesca corporação, uma camiseta de uma enorme corporação, um jeans de uma universal corporação e, não esqueçamos, uma tinta spray de outra mega corporação.
O cara que protesta também as alimenta, não vive sem elas. Irônico, não?

Se mudar de ambiente e vir fazer seu protesto na internet, estará utilizando provavelmente um PC, máquina símbolo das corporações, produzido por diversas corporações, rodando com softwares de uma das maiores corporações do planeta.

E aí, macaco, vai protestar sobre o quê?!...

sábado, 3 de novembro de 2007

ESTAVA DEMORANDO...


Se uma pedra existe de fato, não importa se acreditamos se ela existe ou não - ela está ali e pronto. Eu a vejo, você a vê e dependendo de quem a pegar primeiro pode experimentar jogar na cabeça do outro provando sua existência.

Não sei quem é mais espertalhão, se o Dawkins aproveitando a onda anti-fundamentalista (ou terá sido ele o iniciador de tal processo?) ou se os McGrath tirando uma lasquinha de seu best seller.

Na verdade não importa se Deus existe mesmo ou não, mas sim ganhar uma grana vendendo livros polêmicos, não é mesmo?

Contraponto ao livro de Dawkins - "Deus um delírio", já está à venda "O Delírio de Dawkins", de Alister e Joana McGrath.

Tanto Dawkins quanto o casal são respeitados acadêmicos de Oxford. Ou eram, até antes de entrarem nessa discussão impressa.

Numa troca de e-mails sobre o assunto, meu grande amigo redator publicitário, Nobu, escreveu:

"Acho, no mínimo, curioso que todas as vezes em que falam do livro do Dawkins, ressaltam a virulência ou a agressividade dele. Talvez eu tenha feito uma leitura equivocada, mas o fato é que para as pessoas que crêem, qualquer refutação dessa fé é um choque e tende a ser encarado como algo hostil.

Será?

Quem é hostil? Dawkins ou um deus que pune ao invés de chamar num canto para uma conversa? Dawkins ou deus que joga dez pragas no Egito, ao invés de tirar o seu povo do sufoco numa boa?

Não quero que ninguém explique um deus para mim. Quero que explique e, principalmente, o justifique para aquele menino que foi arrastado pelas ruas do Rio. Para as crianças que morrem de fome no Sudão. Para as vítimas de abusos sexuais dos padres e financeiros dos pastores.

Qual era o seu propósito ao nos dar esse tipo de amostra de sua capacidade?

Para mim a grande questão é: se existe serve pra que? Se for pra ter isso tudo que está aí, então dispenso.

Prefiro achar que não existe do que ter de aturar um cara tão incompetente e mal resolvido na vida a ponto de mesmo tendo recebido a vida do próprio filho em sacrifício, ainda não se mexeu para salvar a humanidade.

O próprio Dawkins diz: chega de ser tolerante. Por que somos tão complacentes com a religião se durante toda a história ela foi sinônimo de opressão, repressão e castigo?

Acho que esse pessoal que faz oposição está na deles. Têm mais é que defender o seu ponto de vista. Afinal, não deve ser fácil descobrir que se está errado depois de investir tanto tempo inútil".

Em minha opinião, SE deus existe, está lá e pronto, independente de acreditarmos ou não assim como a pedra que citei no início do texto.

E, como a pedra, só faz algo mediante intervenção humana. Coisas como perseguições em nome d'Ele, jogar gente na fogueira, prender cientistas que dizem que a Terra não é o centro do Universo e outras amenidades...

Budistas têm uma estorinha a respeito desse assunto:

Buda estava reunido com seus discípulos certa manhã, quando um homem se aproximou:

- Existe Deus? - perguntou.
- Existe - respondeu Buda.

Depois do almoço, aproximou-se outro homem.
- Existe Deus? - quis saber.
- Não, não existe - disse Buda.

No final da tarde, um terceiro homem fez a mesma pergunta:
- Existe Deus?
- Você terá que decidir - respondeu Buda.

Assim que o homem foi embora, um discípulo comentou, revoltado:
- Mestre, que absurdo! Como o Senhor dá respostas diferentes para a mesma pergunta?

- Porque são pessoas diferentes e cada uma chegará às suas conclusões por seu próprio caminho. O primeiro acreditará em minha palavra. O segundo fará tudo para provar que eu estou errado. E o terceiro só acredita naquilo que é capaz de escolher por si mesmo.

sexta-feira, 2 de novembro de 2007

A SMALL VICTORY

Lê-se muito sobre web 2.0 num país que ainda luta pela inclusão digital.

Em pouquíssimas palavras e numa explicação bem tosca, web 2.0 é a internet - sites, blogs, comunidades, etc. - feitos ou alimentados pelos internautas para os internautas. É a internet colaborativa, democrática, cuja construção sai das mãos das empresas ou instituições e vai para a pessoa comum.

Alguns autores, importando teorias americanas e européias, já alertam para o fato de que a web 2.0 pode colocar em risco empresas que se utilizam de estratégias mais tradicionais de abordagem de seu público.

A explosão de blogs e comunidades virtuais aumenta consideravelmente a disputa pela atenção do internauta. Nesses lugares virtuais, prospects buscam e trocam opiniões das mais variadas, influenciando decisões de compra.

Há sim um universo razoável de consumidores online mas, podem me criticar, não agüento mais ouvir que "todo mundo tem internet". Que está disponível a todos, está, mas daí a dizer que todo mundo tem acesso é, no mínimo, estar completamente alienado à realidade brasileira. Mesmo para os que dizem que "quem interessa está na internet - leia-se possoas que têm dinheiro pra gastar - lembro das mais arrojadas teorias de C.K. Prahalad sobre "
A Riqueza na Base da Pirâmide".

Porém, restringindo-me à parte do mundo que "tem internet", digo que ela proporciona alguns pequenos milagres.

Dia desses participei de um processo seletivo em que pediam que descrevesse o que eu entendia sobre web 2.0. Escrevi um monte de bobagens teóricas e só depois me toquei que... EU FAÇO A WEB 2.0! Eu SOU a web 2.0!

Eu distribuo conteúdo, dou opiniões, influencio em micro-escala (que pode se desdobrar exponencialmente) e até crio produtos no mundo real! Sério.

Tentando manter minha sanidade enquanto curto um período sem trabalho remunerado, comecei a criar camisetas com frases sobre posse responsável de animais de estimação e outras com frases de figuras históricas sobre vegetarianismo. Meu intuito não era ganhar dinheiro com isso. Meu objetivo era apenas divulgar, trabalhando pela conscientização sobre coisas em que acredito. Se essas camisetas fossem usadas nas ruas, seriam outdoors ambulantes divulgando tais idéias.
Por isso, distribuí os layouts em arquivos eletrônicos internet afora, 100% free para quem quisesse imprimi-las.

Aparentemente, ninguém havia dado a mínima...

Dia desses recebi um e-mail de uma ONG - Associação Mato-grossense Voz Animal- AVA, sediada em Cuiabá-MT (
www.avamt.org.) dizendo que receberam, sabe-se lá por quem ou como, meus arquivos, e que "... fizemos camisetas com o tema de seu desenho, "animal não é brinquedo..." e ficaram lindas, uma empresa de medicamentos patrocinou (Discon) primeiramente 100 camisetas, e estamos vendendo a 15 reais. O valor arrecadado será usado para a manutenção do abrigo e outros projetos para a castração de cães e gatos.Queremos - eu e toda a diretoria, enviar-lhe uma camiseta como agradecimento e para o seu acervo".

Não é o máximo!?
Não imagino como isso seria possível sem a internet.

Em tempos de "... Gostaríamos de agradecer seu interesse em participar do nosso processo seletivo. Neste momento não poderemos prosseguir com sua participação..." ou semelhantes um atrás do outro, é uma autêntica
Small Victory, como cantava Mike Patton do Faith No More nos anos 90:

"... A invalidez da derrota
Você pode se dar ao luxo?
Um vencedor ferido
Mas eu manterei minha boca fechada
Isso não deveria me incomodar
Não
Isso não deveria
Não, não
Isso não deveria me incomodar
Não
Isso não deveria

Mas incomoda."

sábado, 27 de outubro de 2007

O PODER DA GATA


Eu sou um dos que vive usando, para os mais variados fins, o fato do Brasil estar 30 anos atrasado em relação aos países desenvolvidos em assuntos diversos.

Minha mão à palmatória: atrasado uma década, só agora descobri Cat Power.

Não, não é mais uma bebida energética...

Cat Power é, segundo matéria que encontrei (e já comprovei em áudio), "...Cantora, pianista e nas horas vagas poeta, a americana Chan Marshall é uma das mais gratas surpresas da década passada. Famosa por suas canções angustiantes, calcadas no folk (Dylan, Lou Reed, Moby Grape são suas grandes influências) e com uma voz dilacerante, Chan tem muita história para contar..." e "...passa por cima de Rolling Stones ("I Can't No - Satisfaction"), Velvet Underground ("I Found The Reason"), Bob Dylan ("Paths Of Victory") em versões maravilhosas".

Na Last.fm você pode ouvir algumas faixas "na faixa".

Trouxe-me várias lembranças de um tempo que parecia esquecido (acho que alguém já disse isso antes...).



Vale a pena.

Virei fã.

sexta-feira, 26 de outubro de 2007

OTIMISMO

Navegando pela internet entre uma tarefa doméstica e outra, li que cientistas descobriram áreas do cérebro responsáveis por regular o otimismo.

Segundo o artigo, “...Os cientistas descobriram que quando os indivíduos imaginam ocorrências positivas em sua carreira profissional, por exemplo, aumentam as atividades na amídala e no córtex cingulado anterior do cérebro”.

Hmmm... Eu devo ter batido a cabeça e estragado esse trecho de neurônios.

Como ser otimista quando profissionais de RH estão se encontrando num congresso sobre Grafologia?

Como ser otimista...

...enquanto Britney Spears continua a ser notícia?
...enquanto horóscopos continuam ocupando as home page dos maiores portais?
...durante um leilão de mechas de cabelo de Che Guevara, com lance mínimo de US$100 mil?
...com tanto a ver, ler e aprender, o sucesso na Internet é a canção “Vai Tomar no C...”?
...com a preparação de mais um BBB pela Globo?
...enquanto um que não estudou vira presidente e eu com MBA fico desempregado?

Lendo o Estadão de hoje vi que a taxa de desemprego caiu ainda mais. Os “extras de Natal” são parcialmente responsáveis por esse índice, mas ainda são 2,09 milhões de desocupados nas seis principais regiões metropolitanas do País.

Hmmm... Sempre achei que seria legal pertencer a uma minoria. Devia ter pensado melhor. Ainda estou junto aos “...
so many man, so many man no one needs...” como canta Peter Gabriel. Mas, como no título, eu tento “Don’t give up”!

Pelo menos um alívio:
Purple Rain eleita a melhor trilha sonora de cinema pela revista Vanity Fair.

YES!

sábado, 20 de outubro de 2007

TRIGÊMEOS?

Numa época em que as empresas lutam por um melhor posicionamento (veja as teorias de Porter) e vantagem competitiva sustentável, tentando desesperadamente diferenciar-se da enorme concorrência e, desse modo, navegar pelo oceano azul, o que faz ou pode ter acontecido às montadoras de veículos que, ao contrário, produzem carros cada vez mais iguais?

Não são gêmeos idênticos, mas...


Vectra GT, Nissan Tiida e Peugeot 307...






Ou será que eu estou vendo coisas?

FALTOU SENSE NA SIMPLICITY

Se você fosse um publicitário, qual idéia ou imagem surgiria de pronto em sua cabeça se os profissionais de marketing de uma empresa de eletrônicos lhe dissessem que o tema central da nova campanha seria “sense and simplicity”?

Eu imaginaria algo na linha do “back to basics”, um movimento iniciado há anos (meio sem força, é verdade) que, em se tratando de eletrônicos, prima pela descomplicação total, facilidade de uso, aparelhos mais simples, de uso intuitivo, poucos botões ou talvez nenhum, como iPod e iPhone bem exemplificam.

Poderia ser um comercial suave, fluído, minimalista, quase Zen...

Seja lá qual foi sua idéia, para mim foi um choque, total dissonância cognitiva entre o que eu imaginava para o conceito e o que a
Philips colocou no ar.

De autoria difícil de contestar (Nizan Guanaes – África e companhia) o comercial, em minha opinião demasiadamente espalhafatoso, complexo, complicado traz a trioelétriquenta Ivete Sangalo cantando que a gente vai ter “...mais tempo pra viver, mais tempo pra sonhar...”.

Em meio a show de luzes, sons, cortes e recortes, surge um rapper cantando uma outra parte da música. Depois, corta, recorta, mix de imagens e luzes, volta pra Ivete trioeletricando no palco de um estádio de futebol.

“...Você sonhou e a gente fez... mais simples pra você...”. Talvez os aparelhos da Philips entreguem esse valor, mas não é a mensagem que o comercial passa. Ao menos pra mim.

Megalômano demais para algo sense & simplicity.

Se era pra simplificar, por que não simplificar o comercial também?
Bom, talvez um comercial muito simples (e barato) não “valesse a pena” para sustentar a África inteira...


quarta-feira, 17 de outubro de 2007

VELHO SEMPRE NOVO

Quando a Célia escreveu que seu pupilo “...ridicularizou diversos conjuntos como Talking Heads, Supertramp, The Doors e até os Beatles” lembrei que em algum momento de nossa pré-adolescêcia e adolescência adentro todos nós talvez tenhamos desdenhado de algum ídolo de nossos pais, tios e até avós.

Você não? Esprema sua memória e provavelmente se lembrará de um episódio semelhante...

Porém, é engraçado como, passado algum tempo, a gente comece a resgatar ídolos esquecidos no passado, meio que fazendo uma releitura de suas peças. Talvez isso seja apenas uma permissão que a maturidade nos dá para, somente então, entender o que o artista tentava transmitir com sua obra.

Recentemente passei por uma fase Hendrix – o cara, o som, as letras são muito, muito atuais. Coisa de gênio mesmo. Um clássico, jamais passageiro. Quantos dos artistas e bandas atuais serão lembrados daqui 20, 30 anos?...

De uns meses pra cá estou revisitando Tom Waits.

Meu primeiro contato com ele foi através da inesquecível
Downtown Train, em meados dos anos 80. Mas eu era muito jovem e sua música me pareceu triste, sombria. Deixei pra lá.

Foi então que, mais de 20 anos depois, procurando a mesma música para baixar pro meu iPod que reencontrei todo o universo de Waits.

Hold On , um som mais “fácil”, possivelmente a faixa “de trabalho” do disco, talvez não nos dê uma idéia desse universo de bares esfumaçados, bêbados em fim de noite, clubes de jazz, circos mambembes, ópera dos excluídos...

Poesia sonora, como em
Waltzing Matilda ou You Can Never Hold Back Spring, na abertura de “La Tigre e la Neve”, com Roberto Benigni, recém-lançado em DVD.

Velho? Poesia tem idade? Pearl Jam fez uma cover de
Picture In A Frame ano passado em Milão.

Nada do que eu escreva pode descrever melhor o artista e sua obra como as matérias
Tom Waits: o otimismo de um cínico ou A Metafísica de Botequim de Tom Waits, em que Martim Vasques da Cunha diz que Waits é “... um sujeito que nos leva a refletir sobre que raios estamos fazendo aqui, neste mundo repleto de imbecilidades e desgraça...”.

Questionador, anarquista, ir contra a mesmice...Velho?

Waits jamais fez “mais do mesmo” como muitos dos artistas atuais.

quinta-feira, 11 de outubro de 2007

VALE MENTIR PARA MOTIVAR?

Motivação é mais uma daquelas palavras/expressões que, de tempos em tempos, entram no vocabulário do mundo corporativo e grudam como chiclete.
Apesar de alguns autores já começarem a rever alguns conceitos sobre a motivação dizendo que isso é algo interior e pessoal de cada um e não assimilado do exterior, a necessidade de obter vantagem competitiva sustentável frente à concorrência fez com que a antiga área de RH se transformasse na Gestão Estratégica de Pessoas (UAU!).


Este tipo de gestão, como uma fonte de vantagem competitiva, faz com que os clientes sintam-se satisfeitos com o serviço, o capital humano desenvolva-se profissionalmente e a imagem da empresa seja altamente favorável ao mercado, no sentido de prestar um serviço de qualidade aos seus consumidores.
Bonito, mas nem todos chegaram ainda nesse nível. Muitas empresas ainda contratam palestrantes que, entre outras pérolas motivacionais, apresentam a já velha estória (pra boi dormir) da "Renovação da Águia".


Quando, há vários anos (e põe vários nisso), li pela primeira vez essa estória, era apenas um texto que circulava pelos e-mails internet afora. Logo descobri tratar-se de puro invencionismo e, a contragosto de muitos de meus colegas, escancarei a farsa.


Meus esforços em prol da honestidade têm sido em vão. O que era apenas texto virou apresentação de Powerpoint. Mais um tempo, tornou-se vídeo...


Meu problema com essa estorieta não tem nada a ver com o seu teor motivacional nem com a mensagem que tenta passar. O vídeo que assisti há pouco até que é emocionante, com um locutor que parece o Cid Moreira recitando o Pai Nosso, mas para obter adesão* do funcionário ao programa motivacional da empresa é preciso que ele acredite, que não se sinta passado pra trás nem enganado, sob pena de jamais obter a confiança desse profissional após ele descobrir que lhe contaram uma mentira.


Seus divulgadores, que deveriam apresentá-la como fábula, como metáfora, o fazem como "um exemplo tirado da natureza", até com um tom científico, como num documentário da National Geographic.
Mentem.


Essa coisa de águia arrancar unhas e bico aos quarenta anos, de uma vez por todas, NÃO EXISTE!!!


*em breve farei um texto sobre a expressão "adesão" (o programa não teve boa adesão; a Gerência não aderiu à proposta...), outra mania se espalhando pelo "vocaburrário" corporativo.

Vai encarar?

quarta-feira, 10 de outubro de 2007

VELHO X NOVO ?

Confesso que ando um pouco desatualizada, mas estou sempre aberta às novidades. Tenho até um MP4, apesar de quase não usar. Procuro estar antenada, mas não fico muito ansiosa a este respeito.

Trabalho com uma equipe jovem, jovem mesmo. São quatro assistentes e a “mais velha” tem 22 anos! Bom, o negócio é o seguinte: o que me incomoda é quando sinto que há discriminação ao que é considerado “velho”. Músicas velhas, filmes velhos, livros velhos... Ah! Espera aí! Temos algumas produções que são marcos, referências para qualquer um que queira se aprofundar um pouco a respeito destes temas!


Outro dia virei bicho. Fiquei injuriada quando um dos meus pupilos ridicularizou diversos conjuntos como Talking Heads, Supertramp, The Doors e até os Beatles! Isso, pra mim, é heresia. Qualquer um que curta música (e não tenha ficado só na superfície do assunto) sabe o quanto essas bandas são importantes até hoje.

Ok, ok. Sei que, de uns dez anos para cá ando meio “por fora” (outra expressão velha), já que pouca coisa em termos musicais despertou o meu interesse.

Mas gosto de alguns conjuntos da atualidade como Kings of Convenience, CAKE, Coldplay, Norah Jones, Madeleine Pierrot,...
Ou será que isso já é considerado antigo também?
Aliás, porque não podemos aceitar e conviver com tudo isso? Quem disse que o antigo tem que “dar lugar” ao novo? Às vezes acho que há um preconceito generalizado contra o que é considerado velho. Que visão estreita e, desculpem o trocadilho, ultrapassada.

Eu, por exemplo, tenho 40 “bem vividos” anos. Mas, essa neurose de parecer jovem, ser moderno, conhecer o novo, acaba afetando a gente. A patrulha do “tem que estar bem”, “tem que se manter em forma”, “tem que estar bem informado”, cansa.

A gente tem é que ser feliz. Aceitando as pessoas como são, sem determinar o que é bom ou ruim, o que é “in” ou “out”, o que é moderno ou antiquado. Além disso, a mais avançada tecnologia não nos leva automaticamente ao novo...

E, acima de tudo, digo e repito: felicidade é atemporal.


Célia, direto de Floripa.


O CICLO DAS NOSSAS VIDAS

Primavera, Verão, Outono, Inverno... e Primavera (Spring, Summer, Fall, Winter... and Spring) é um filme belíssimo, realizado por Kim Ki-Duk em 2004.

Um filme de rara e sublime beleza e, seguindo a tradição dos contos budistas, com uma história que nos convida a uma profunda reflexão sobre a influência dos ciclos da vida, metaforicamente representados na cadência das estações do ano e no seu ciclo de nascimento, crescimento, envelhecimento, morte... e nascimento.

Talvez não seja um filme dos mais palatáveis para os viciados no sabor róliudiano, repleto de personagens caricatos, mocinhos e bandidos, tiros, perseguições e explosões.
Mas vale a pena.
Tem em qualquer boa locadora (duvido que tenha na Blockbuster...).

Faz tempo que vi e está na hora de rever.
Aqui você pode ver o trailer, ouvir a trilha e ter uma idéia do que se trata:

domingo, 7 de outubro de 2007

CLIENTE VIP - very "insignificant" person

Esse "artigo" eu já publiquei em outras paragens, mas acho que está no "espírito" do PpC e continua muito, infelizmente muito atual:




Dia desses estava eu num shopping da cidade sem nada pra fazer enquanto aguardava minhas duas “filhas” tomarem seu banho semanal na PetShop quando decidi reforçar o armário de roupas para trabalhar. Estava mesmo precisando, havia mais de dois anos que não comprava uma camisa social e as que usava no dia a dia....Entrei numa loja de roupas masculinas, fiz a compra e – tchan! – recebi um cartão de Cliente VIP. Estranhei um pouco, pois era a primeiríssima vez que entrava lá, mas ser VIP é bom, dá aquela sensação de que você é bacana, será tratado de maneira diferenciada e então resolvi curtir a sensação. Era um belo cartão dourado metálico, imitando cartões de crédito, bem layoutado.

Mas logo a moça do caixa começou a desfazer aquele momento mágico. Pediu que olhasse o verso do cartão e lá estavam espaços para preencher com “selinhos”, que eu ganharia a cada nova compra de determinado valor. Ao juntar 05 selinhos no cartão eu teria direito a um bônus em mercadorias da loja.

Ao prestar mais atenção, percebi que em letras miúdas estava escrito que a “promoção” era válida por um ano a partir da primeira compra. Ou seja, se eu não gastasse mais dinheiro naquela loja no período não teria direito ao tal bônus. Ok, continuaria VIP, mas aquela sensação estava indo pelo ralo.

E foi, de vez, quando percebi um número de controle no cartão: 77.854!!!!!!!!

Ora! Ser VIP é ser exclusivo, diferenciado, único. Não dá pra se sentir VIP quando se está no mesmo balaio de gatos junto de toda a torcida do Corinthians e Palmeiras. Mesmo que esse número represente dez ou cinco por cento de sua clientela (totalmente improvável), ainda assim 77 mil é muita gente.

No fim das contas, ser VIP era ter de gastar mais num curto período de tempo.

É mais um exemplo, infelizmente entre tantos outros, de má aplicação e utilização de conceitos de marketing. Promoção de vendas é uma coisa; eleger seu cliente VIP é outra.


Fica aí a dica: ao fazer alguma promoção, não disfarce, não tente enganar seu cliente com cartões dourados. Seja claro e honesto.






Com certeza o retorno será bem melhor.





quarta-feira, 3 de outubro de 2007

VIVER MAIS SIMPLES: COISA DE MOLEQUE

Quem, na faixa acima dos 30, não tem saudades do tempo do barquinho de papel, do periscópio feito na garagem com restos de materiais diversos, de construir uma casa na árvore...

Muitos já escreveram sobre isso, há diversos textos circulando pela internet relembrando a infância pré-vídeogames, mas alguém capitalizou a coisa e transformou em livro:

O LIVRO PERIGOSO PARA GAROTOS, segundo release da editora, é uma "...mistura de almanaque, enciclopédia e manual de sobrevivência para meninos... A obra é uma homenagem às longas tardes de verão de sua juventude, contendo informações vitais para pais e filhos, e homens de todas as idades. Quantos outros livros podem ensinar a construir sua própria casa na árvore, jogar pôquer ou escrever com tinta invisível?

O LIVRO PERIGOSO PARA GAROTOS, de Conn e Hal Iggulden, resgata brincadeiras antigas, truques, jogos, revela curiosidades sobre o sistema solar, batalhas famosas e histórias de personagens que são exemplos de coragem e bravura".
Ainda não li, mas folheei e imediatamente lembrei de meus desaparecidos Manual do Escoteiro, Manual do Mickey, Manual do Professor Pardal...

“Coisas de garoto, portanto”, diz Hal, diretor de teatro de 35 anos. Ele não teme ser saudosista e aconselha os meninos a largar o computador e explorar o mundo lá fora. “O maior perigo do mundo é a ignorância.”

No link abaixo, uma entrevista do autor cedida à revista Época: http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EDG79197-6014-488,00.html

terça-feira, 2 de outubro de 2007

TENTAÇÃO...


E então lá estava ela, como se me olhasse, desafiadora, bem à minha frente.

Como se diz na gíria atualmente, tinha "um belo shape". Tentação.

Pensei que, bem, já estávamos ali, restaurante meio vazio, quase ninguém ao redor, nenhum conhecido. Afinal, "umazinha" só não faria mal. Ao final de um dia de trabalho, cansado, estressado, seria bom relaxar...
Ninguém ficaria sabendo.

Mas então lembrei dos votos que fiz, da promessa. Pensei nas conseqüências, pensei que estaria abrindo um precedente, me desviando do caminho.

Minha consciência esperneou. Então desviei o olhar, concentrei-me em outras coisas, resolvi abandoná-la ali mesmo onde estava.

Não é fácil ser vegetariano novato diante de uma coxinha aperitivo em sua mesa.

UMA NOVA IDADE DAS TREVAS NOS ESPREITA

Um dos papos que mais rendia em nossas pausas prum café era quando entrava na pauta a questão da religião.

Sobre esse assunto, Nobu, nosso grande publicitário ateu-agnóstico louco por acreditar em algo e desejoso de que alguém apresente argumento para tal, uma epopéia frustrada, continua vigilante.

Dia desses mandou e-mail recomendando o recente livro de Richard Dawkins. Escreveu:

"Quanto ao criador do universo, li recentemente o “Deus, um Delírio”, do meu ídalo Richard Dawkins. Para meu espanto, está entre os mais vendidos. Agora, não sei se os crentes andam comprando para tacar fogo. O mais provável é o que o autor defende: há muito mais ateus por aí, mas que ficam enrustidos para não criar constrangimentos e alimentar discriminações. Sei que sou suspeito, mas o livro é excepcional. Alguns exemplos que ele usa, eu mesmo cansei de citar. Antes desse, eu fiz questão de ler “Deus, um Itinerário”, de Regis Debray, que não é uma leitura atéia, mas explica as razões do monoteísmo ter suplantado o politeísmo (como o indianismo, por exemplo) e as condições em que isso ocorreu. Também muito interessante."

E continua:

"O perigo está à espreita. A última novidade é a proposta de incluir o ensino de religião nas escolas municipais, de São Paulo. Um absurdo, mas que a maioria acha natural.

Não quero ser insistente, mas leia o livro do Dawkins e, provavelmente, muitas das suas idéias a respeito de religião vão se confirmar. Foi essa a impressão que tive. Há um capítulo em que ele até insinua que muitos religiosos continuam professando sua fé por medo de perder todo o seu referencial de vida, embora, no fundo, saibam que ela é inútil. Eu tenho certeza que esses caras que estudam teologia, que fazem seminário para ser padre ou viram monges, acabam descobrindo que deus não existe porque se estudar profundamente é a única conclusão a que se pode chegar. Mas, para não desestruturar toda a sua razão de ser, eles continuam fingindo que não. Recentemente, foi divulgado que a Tereza de Calcutá (por quem, aliás, não nutria muita simpatia) tinha sérios questionamentos e sentia fortes dúvidas quanto à sua fé. É óbvio, se alguém passar um único dia vendo a miséria e a desgraça com que ela conviveu por anos e anos e continuar achando que deus existe numa boa, precisa ser muito raso de raciocínio.

Abraços cristãos,

Nobu,,".


O tema é polêmico.

O que me dá medo é a deturpação. Religião virou um grande e milionário negócio, business mesmo, no sentido mais americano-capitalista da palavra. E agora caminham rumo ao poder político.

E isso, a História nos mostra em diversas passagens, como nas Cruzadas ou a caça às bruxas, é o caminho para perseguições, fanatismo, exclusão e guerras.

No passado morriam na fogueira aqueles que, contrariando a fé dominante, diziam que a Terra era redonda.



Se embrenhando no poder, qual será a punição, num futuro dominado por religiões baseadas no lucro, para os que discordarem deles?...





quinta-feira, 27 de setembro de 2007

SIGNIFICADOS E SIGNIFICANTES

De algum modo, parece que sempre tive uma "queda" pela cultura oriental, japonesa, chinesa, hindu... Isso não tem nada de orientalismo barato ou tendência new ager, mas algo que foi construído desde minha infância, arraigado em meus mais profundos valores.

Eu gostava dos desenhos animados japoneses (Super Dínamo, Guzula, Sawamu, Speed Racer...), dos heróis espaciais (National Kid, Ultra Man, Ultra Seven - não gostava do Espectroman).

Mais tarde, passei a apreciar o jeito de ser de Kwai Chang Caine na série Kung Fu e virei fã incondicional de Bruce Lee.

Curti demais filmes recentes como "O Tigre e o Dragão", "Herói", "O Clã das Adagas Voadoras" e até "O Último Samurai".

Há um "quê" de interiorização, de respeito ao próximo - mesmo que esse seja um oponente - e visão, em relação à ocidental, totalmente diferente da vida e do Universo.

Mas há um ponto em que a visão ocidental não pode ser descartada: Brahma, para os hindus, é o criador do Universo, um ser supremo com quatro cabeças.

Com todo respeito, prefiro a nossa visão sobre Brahma, mesmo com apenas três cabeças...



VIVER MAIS SIMPLES

Alexandre, meu filho de 6 anos de idade, passou uns dias com a família do meu irmão, numa cidade de interior. Para um menino urbano, que está acostumado a ficar dentro do apartamento, assistindo televisão ou jogando videogames, foi inesquecível.

Céu azul num lugar rodeado por montanhas, com chão de terra vermelha, riachos, vacas, cavalos e galinhas. A turminha composta por 3 crianças: Além do meu filho, Juliana, minha afilhada de 10 anos e Gabriel, meu sobrinho de 14.

Apenas dez casinhas - quase de pau a pique - num grande terreno delimitado por uma cerca de madeira. Liberdade para enfiarem o pé no barro, rolarem na grama, explorarem lugares desconhecidos e chegarem em casa só no fim da tarde, imundos e felizes. Sem neuroses, sem medos, sem preocupações.

Quando meu desbravador retornou, estava todo arranhado, porém vitorioso. Voltou mais criativo, alegre e cheio de auto-estima. Realmente, a gente não precisa de muito para ser feliz. Nada como uma vida simples, descomplicada. Existe coisa melhor e mais saudável??


Célia, jornalista, direto de Florianópolis