
Dia desses li no LINK, um caderno do Estadão, sobre a falta de “empreendedorismo” nos blogs. Faltaria, na opinião de quem escreveu, ambição aos blogueiros.
Em outras palavras, o jornalista/analista dizia que os blogueiros precisavam pensar em maneiras de ganhar dinheiro com seus diários eletrônicos, como inicialmente eram chamados.
Em minha opinião isso é fruto de uma visão deformada pelo reducionismo funcionalista
impregnado em nossa sociedade – e nas mentes de todos. Tal funcionalismo exige que tudo tenha uma função, no sentido mais comercial possível da coisa. Em resumo: tudo deve servir para algo e, preferencialmente, com algum valor comercial - gerar dinheiro.
Em nossa cultura e em nossa sociedade, costumamos considerar que alguma coisa só tem o direito de existir se tiver alguma finalidade prática, muito visível e de utilidade imediata.
Se não é para ganhar dinheiro, para que serve então?
Ora, um blog pode servir para uma série de coisas. Expor idéias a respeito de algum assunto, por exemplo. Ou então nos mostrar "...o risco de tomar por certo aquilo que deveríamos prestar atenção cuidadosa, bem como a possibilidade de descobrir, sob o prosaico comum e rotineiro, um universo de extraordinária riqueza e variedade, diante do qual podemos somente nos maravilhar". OK, essa frase é de Matthew Lipman, filósofo norte-americano, definindo a serventia da Filosofia no mundo atual.
Mas quando se publica e troca idéias, estão todos os envolvidos de algum modo obtendo conhecimento. Obtendo conhecimento sobre um assunto, tornamo-nos mais críticos e conscientes em relação àquilo e suas conseqüências ou reflexos no mundo. Tornando-nos mais conscientes, entendemos nossa responsabilidade e, por fim, evoluímos.
Pretensioso, não?
OK, há muito lixo por aí. Mas, se há, possivelmente existe porque também há quem queira ver.
Desse modo, dizer que algo é ou não lixo depende de quem lê, ouve ou assiste – uma questão de nível do interlocutor. Já ouvi um reverenciado maestro brasileiro dizer que Caetano, Gil e Chico Buarque são bobagens em termos musicais...
Mas, voltando ao assunto: nem tudo, acredite, é feito por dinheiro. Há um prazer em expor e trocar idéias que só blogueiros conhecem.
E prazer, se for de graça, melhor. Se "gratuito" para quem bloga, sem amarras, rabos-presos ou necessidade de se ganhar dinheiro, por exemplo, nem se fala.
Uma outra “falta” que o jornalista vê nos blogs é a de "vontade de mudar o mundo".
Ele admite que seu texto é apenas uma provocação, mas que provocação mais ultrapassada, sô...
Cheira a bolor, cheira à lama de Woodstock.
Não que devamos apoiar a mesmice, o continuísmo, mas mudar o mundo?... Isso é muito anos 60, muito cafona, usando um termo da época em que todos queriam mudar o mundo deixando barbas e cabelos crescerem.
Assim como as barbas e cabelos foram inúteis e só deram lucro aos barbeiros quando o movimento murchou, não são os blogs que vão mudar coisa nenhuma, mas sim uma série intrincada de fatos e variáveis incontroláveis.
Imagine o tamanho do caminhão da Granero necessário para mudar o mundo...
Em outras palavras, o jornalista/analista dizia que os blogueiros precisavam pensar em maneiras de ganhar dinheiro com seus diários eletrônicos, como inicialmente eram chamados.
Em minha opinião isso é fruto de uma visão deformada pelo reducionismo funcionalista
impregnado em nossa sociedade – e nas mentes de todos. Tal funcionalismo exige que tudo tenha uma função, no sentido mais comercial possível da coisa. Em resumo: tudo deve servir para algo e, preferencialmente, com algum valor comercial - gerar dinheiro.Em nossa cultura e em nossa sociedade, costumamos considerar que alguma coisa só tem o direito de existir se tiver alguma finalidade prática, muito visível e de utilidade imediata.
Se não é para ganhar dinheiro, para que serve então?
Ora, um blog pode servir para uma série de coisas. Expor idéias a respeito de algum assunto, por exemplo. Ou então nos mostrar "...o risco de tomar por certo aquilo que deveríamos prestar atenção cuidadosa, bem como a possibilidade de descobrir, sob o prosaico comum e rotineiro, um universo de extraordinária riqueza e variedade, diante do qual podemos somente nos maravilhar". OK, essa frase é de Matthew Lipman, filósofo norte-americano, definindo a serventia da Filosofia no mundo atual.
Mas quando se publica e troca idéias, estão todos os envolvidos de algum modo obtendo conhecimento. Obtendo conhecimento sobre um assunto, tornamo-nos mais críticos e conscientes em relação àquilo e suas conseqüências ou reflexos no mundo. Tornando-nos mais conscientes, entendemos nossa responsabilidade e, por fim, evoluímos.
Pretensioso, não?
OK, há muito lixo por aí. Mas, se há, possivelmente existe porque também há quem queira ver.
Desse modo, dizer que algo é ou não lixo depende de quem lê, ouve ou assiste – uma questão de nível do interlocutor. Já ouvi um reverenciado maestro brasileiro dizer que Caetano, Gil e Chico Buarque são bobagens em termos musicais...
Mas, voltando ao assunto: nem tudo, acredite, é feito por dinheiro. Há um prazer em expor e trocar idéias que só blogueiros conhecem.
E prazer, se for de graça, melhor. Se "gratuito" para quem bloga, sem amarras, rabos-presos ou necessidade de se ganhar dinheiro, por exemplo, nem se fala.
Uma outra “falta” que o jornalista vê nos blogs é a de "vontade de mudar o mundo".
Ele admite que seu texto é apenas uma provocação, mas que provocação mais ultrapassada, sô...
Cheira a bolor, cheira à lama de Woodstock.Não que devamos apoiar a mesmice, o continuísmo, mas mudar o mundo?... Isso é muito anos 60, muito cafona, usando um termo da época em que todos queriam mudar o mundo deixando barbas e cabelos crescerem.
Assim como as barbas e cabelos foram inúteis e só deram lucro aos barbeiros quando o movimento murchou, não são os blogs que vão mudar coisa nenhuma, mas sim uma série intrincada de fatos e variáveis incontroláveis.
Imagine o tamanho do caminhão da Granero necessário para mudar o mundo...






































