Falar em "educação religiosa" como matéria de aulas escolares é uma falácia tanto quanto adotar o criacionismo bíblico como ciência.
Dizem os defensores dessa idéia que impor somente o ensino laico é uma arbitrariedade. Ora, ensinar somente a visão bíblica também é uma arbitrariedade...
Primeiro, estão IMPONDO a visão cristã unicamente. Quando se fala em "educação religiosa" deveriam englobar todas as religiões conhecidas e não apenas uma. Quando se fala em ensino religioso e tratam apenas do cristianismo estão fazendo catolicismo, o que deveria estar restrito aos que frequentam a respectiva igreja.

E não venha com o argumento fajuto de "seguir a maioria", que é uma estupidez numa época de apoio às minorias.
Quanto à criação do Universo, a despeito de não chegar nem perto de ser ciência, porquê apenas a visão bíblica?
E a visão egípsia da criação? Veja:
"Antes de todas as coisas não havia senão trevas e “água primordial”, o Nun (oceano à semelhança do Nilo que continha todos os germes da vida).
Surgiu o senhor todo-poderoso Atum, que se criou a si próprio a partir do Num, por ter pronunciado o seu próprio nome, depois teve 2 gêmeos, um filho Chu (que representava o ar seco) e uma filha Tefnut (ar húmido). Estes separaram o céu das águas e geraram Geb – a terra seca e Nut – o céu".
E o que diziam os gregos:
"O início da criação era o Caos, e este gerou Érebo (a parte mais profunda dos infernos) e Nyx (a noite). Estes fizeram nascer Éter (o ar) e Hémera ( o dia).
Depois Gaia (terra) tornou-se a base em que todas as vidas têm a sua origem. Urano (céu) casou-se com Gaia (terra). Todas as criaturas provêm desta união do céu e da terra (titãs, deuses, homens)".

Os povos mesopotâmicos, em especial sumérios e babilônios, desenvolveram

Em linhas gerais, a mitologia mesopotâmica apresentava como princípio do mundo Abzu e Tiamat, elementos masculino e feminino das águas, origens do universo celeste e terrestre. Tiamat produziu o céu, de que nasceu Ea (o conhecimento mágico), que engendrou Marduk. Este derrotou os outros deuses e dividiu o corpo de Tiamat, separando assim o céu da Terra e, com o sangue de um monstro derrotado, produziu o primeiro homem.
Os onondagas, povo que habitava a região que posteriormente seria o estado de Nova York, nos Estados Unidos, elaboraram uma cosmogonia mítica inteiramente particular. Em essência, o relato pode assim se resumir: o grande cacique das pradarias celestiais cansou-se de sua mulher e lançou-a às infinitas águas turvas. Ela pediu ajuda aos animais marinhos para que retirassem o barro do fundo do mar. O sol secou o barro e pôde instalar-se nele a Mulher celestial, ou a grande mãe Terra.

Em outras religiões ameríndias, as crenças e mitos cósmicos também se relacionam com os elementos da natureza. Para os incas, o lugar da criação do homem pelo deus Huiracochá situava-se perto do lago Titicaca, nas proximidades de Tiahuanaco. Os astecas, segundo o Código matritense, situavam em Teotihuacan a catástrofe cósmica que pôs fim à idade anterior. Nesse lugar, os deuses se reuniram para deliberar quem se lançaria na fogueira para transformar-se em Sol, o que foi conseguido pelo humilde Nanahuatzin.

Os cristãos riam dos ameríndios que reverenciavam o Sol que, todos os dias, estava lá, era visível, e no entanto crêem numa abstração.
Com trechos de "http://encfil.goldeye.info/criacao.htm"