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segunda-feira, 10 de maio de 2010

ARCO E FLECHA E LASER AO MESMO TEMPO

No mesmo dia em que leio que o Financial Times classificou como “fanfarronice” a divulgação de dados animadores sobre crescimento econômico na América Latina, em especial no Brasil, país do qual em outro artigo lamenta a precariedade na infraestrutura, indo dos portos às estradas, do atendimento em saúde à urbanização das favelas, profetizando que “o futuro brilhante do país parece estar fora de alcance”, vejo com terror que o governo, com bruxaria mal feita, reanima a morta viva Telebrás para tocar o Plano Nacional de Banda Larga.

Pois é: enquanto a imprensa especializada fala de nossas deficiências primárias o governo se prepara para torrar R$13 BILHÕES para alavancar o projeto, cujos detalhes ainda são um mistério.

Isso é bom? Chegará a quem realmente precisa? Não sei. Esse país, muitas vezes, me parece aquele cara que deixa de comer direito para comprar um carro novo, entende? Porque não cuidar do básico primeiro?

Além do mais, se você quer mesmo banda larga vá morar no Japão. Em 2008, por lá já era normal uma conexão por fibras óticas de 5Mbps para downloads e 11,25Mbps para navegação, a preços que a maioria podia pagar, enquanto que por aqui isso ainda é utopia até mesmo para a classe A.

A tal “banda larga” de que o governo fala e na qual pensa em investir aqueles bilhõezinhos – piada - é de 512k... ka...ka...ka...ka...

Esse dinheiro não ficaria melhor na saúde? Reforma Agrária? Na habitação?
Não, vamos navegar pela internet na esfuziante velocidade de uma lesma bêbada enquanto a maioria do povo ainda vive na miséria.

O Financial Times parece ter razão, não?!

Que mania mais terceiromundista essa do governo se meter onde não deve nem precisa. Nos EUA há ou houve algo semelhante à Embrafilme? A Europa tem algo parecido com a Telebrás?

Não. Lá a iniciativa privada se ocupa disso e o governo cuida do básico: saúde, transporte, educação, moradia.

Queremos muito ser primeiro mundo, mas as cabeças estão ancoradas no fundo do terceiro.

E
m tempo: nosso prefeito Quemssab, não, Nunssab...não, o Kassab agora quer demolir o Elevado Costa e Silva, o Minhocão.

Especialistas em tráfego, engenheiros e urbanistas são a favor.

Eu acho que vai sobrar: pros motoristas, aqueles que têm horário pra chegar ao trabalho todo dia, um transtorno de meses ou até anos durante as obras. Pro contribuinte, a conta da lambança.

Só vão ganhar mesmo os diretamente ligados às obras: engenheiros, empreiteiras, o próprio governo municipal. Superfaturamento, acidentes, contratos suspeitos e, no final, os famigerados outdoors com a frase “Obra de Fulano de Tal”.

Sei que não dá pra fazer omeletes sem quebrar ovos, mas as últimas omeletes paulistas fizeram muita sujeira na cozinha por tempo demais e ninguém veio limpar depois. E, afinal, nem ficaram tão gostosas como prometido.

Paulista é gato escaldado: já viu alguma obra recente que tenha dado certo?
Entregado “de verdade” o que prometeu?


terça-feira, 24 de novembro de 2009

HIPERSUPERMEGAULTRA CONECTADO


Enquanto e-mails, não param de chegar, você se informa dos assuntos na intranet da empresa onde trabalha. Como lá a chefia resolveu bloquear acessos às comunidades virtuais, você se atualiza pelo celular mesmo, preferencialmente no banheiro, quando o chefe não está vendo, ou durante o almoço.

Então você chega em casa depois de enfrentar aquele trânsito infernal do mundo real e imediatamente corre para o computador. Dá uma olhada no LinkedIn pra ver se não surge uma oportunidade em outra empresa e aproveita para ampliar seus contatos profisisonais no Via6. Seus colegas de MBA no Facebook aguardam uma resposta sua enquanto no Orkut aquele primo que mora em outro estado tem algo pra te contar.
Então você "sobe" umas fotos das suas últimas férias para o Flickr enquanto atende uma chamada no Skype na qual um colega pergunta por que você ainda não o segue no Twitter e você responde que não teve tempo pois estava atualizando seu site pessoal e tinha virado a madrugada numa lista de discussão. Com tudo isso, acabou esquecendo também de postar aquele artigo em seu Blog...

Se você não vive numa ilha deserta sem energia elétrica e sem nenhum contato com o resto do mundo, então com certeza deve estar em um ou mais dos ambientes virtuais mantendo contato com outros conectados, tornando-se sempre disponível.

LinkedIn, Facebook, Via6, Orkut, weblogs, fotologs, Flickr, Twitter, blogs, MySpace, UOLK,
Windows Live Space, sites pessoais, listas de discussão, e-mails e mais e-mails, Skype, Nimbuzz, telefone celular... Só pra mencionar os mais conhecidos. A lista completa é imensamente maior.
Estamos hoje brincando de Deus, ao menos no que se refere à onipresença. Queremos, ou melhor, precisamos estar em tantos lugares virtuais diferentes ao mesmo tempo que acabamos por ficar num único lugar real por muito tempo: em frente ao computador.

Não, esta não é mais uma crítica ao mergulho no mundo virtual em detrimento do mundo real. Acho essa divisão meio besta. Afinal, "do outro lado do teclado" há um humano como você. O problema mesmo é o tempo que a gente perde (alguns dirão "investe") nessas diversas conexões.

Eu tentei concentrar tudo num só lugar, agrupar todos os meus contatos e interesses, mas não demorou muito para alguém me convidar para outra "comunidade" X.

OK, pensei, estar em duas não trará problema. Mas daí outro c
olega enviou convite para participar do grupo Y. Por e-mail recebi uma quase intimação para instalar o Skype. Onde já se viu ainda falar por telefone? E em seguida me perguntam como ainda não estou no Twitter?..

Uma vez dentro, ah... Em pouco tempo você já não consegue mais deixar de ao menos dar uma espiada no que anda rolando num ou noutro canto virtual, precisa se inteirar dos papos, verificar oportunidades, fechar negócios, marcar encontros, matar saudades.

A LER (lesão por esforço repetitivo) nos pulsos em breve migrará para os dedos que se espremem nos minúsculos teclados dos celulares. Apesar de eliminar fronteiras e distâncias, o mundo virtual trará mais problemas oculares pois o foco de nossos olhos está sempre muito próximo, ali no monitor ou na telinha. Muito tempo sentado trará mais celulite para as mulheres e mais barriga para os homens...

Ou não!

Em breve, o deslumbramento com essas novas tecnologias passará, ficaremos mais seletivos e usaremos somente aquilo que realmente nos traz algum retorno e não pura perda de tempo, papos furados, informação inútil.

Se o mundo não acabar em 2.012 (ê mania besta essa de acabar com o mundo), quem viver, verá.