Provavelmente, entre os apedrejadores estariam alguns dos que se utilizaram dos serviços dela, mas naquele momento, levados pela animosidade da turba alucinada, entraram na malhação.É um caso atualmente impensável e, além de considerado vandalismo cruel, poderia ser classificado como “fazer justiça com as próprias mãos”, afinal hoje temos instituições e representantes oficiais encarregados de punições quando as regras sociais são violadas.
Isso foi há quase dois mil anos segundo o tal livro, mas a lição ficou. E o povo não evoluiu nada.
A Maria Madalena da hora é representada por Geyse, uma garota cheinha de curvas que usava um minivestido rosa choque colado ao corpo. Não, ela não é – ao menos pelo que se sabe – adúltera nem prostituta, não vai estar numa nova edição da Bíblia nem queria lavar seu vestido à pedras mas, por azar dela ou por falta de tempo dele, nesta atualização do episódio Jesus não veio ao seu socorro fazer a famosa pergunta: “Que atire a primeira pedra...”.
Aliás, Jesus teve sorte nessa hora. Estivessem por ali sua mãe ou um português a pobre teria levado uma tijolada na testa. Explico: sua mãe, não a sua, a de Jesus, nunca errou no sentido de que nunca pecou (afinal, ele surgiu de uma imaculada conceição, não?!) e um português teria interpretado a pergunta como um desafio à sua pontaria...
Com o caso circulando por toda a imprensa mundial, resta pouco a acrescentar, mas fico horrorizado e temeroso quando ouço meninas e garotos da mesma faculdade, com seus vinte e poucos anos, fazendo comentários profunda e retrogradamente machistas e, mal disfarçadamente, incriminando Geyse. Fico ainda mais descrente no futuro da humanidade quando garotos da faculdade dizem que “...oras, mas ela estava provocando...”.

A mentalidade dos jovens, de boa parte deles, traz conceitos e idéias que remontam aos mais negros períodos da Idade Média, isso sem falar do perigosíssimo espírito de manada, sempre criticado aqui no Pausa, que toma conta das mentes fracas e ainda pouco desenvolvidas .
Para esses jovens será preciso alterar a letra da música:
“...ainda somos os mesmos e vivemos,
ainda somos os mesmos e vivemos,
a-in-da s-o-m-o-s os meeesmos e vivemos
coooooomo neandertaaaaaaa-a-a-a-ais...”
Um comentário:
É amigo,
Curiosamente, convivemos "cegamente" com popuzudas de grupos musicais, sem mencionar nos famosos "Mc... qualquer coisa" do FUNK com letras amorais e coreografias (se é que podemos chamar assim) sensualíssimas e ninguém se rebela! Basta lembrar dos "closes" que a TV, em pleno domingo à tarde, produz. Pior que "apedrejar Maria Madalena": é a confirmação de que o mais primitivo e "animalesco" sentimento humano reina: inveja. Pura inveja das pernocas da guria. Bem provável que a "manada" tenha sido incitada por algum desafeto da loira... ou que não obteve dela a desejada atenção. E só para fechar: não há nada para colocar na mídia/jornal que esse assunto de saia X sala de aula?
Postar um comentário