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sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

PAPAI NOEL ROUBOU A FESTA DO MENINO JESUS

Li no jornal que as decorações de natal, de modo geral, parecem ter “esquecido” do personagem principal da data, Jesus.

Em shoppings e avenidas, o que se vê é uma profusão de Papais Noéis, renas, gnomos, animais variados e até personagens de filmes de animação.

Mas nada do menino Jesus na manjedoura. Presépios são cada vez mais escassos nesta época, ao menos em locais públicos e comerciais.

A conclusão, óbvia mas não tão simples, é a diversidade religiosa e cultural se afirmando na maior megalópole da América Latina.

Digo não tão simples porque, agora constatado o fato, religiosos de todas as facções irão conclamar seus adeptos a reforçarem suas convicções diante da quase extinção de Jesus nos rituais de Natal.

Nos moldes da lei que obriga ter ao menos uma parte de atores negros em filmes, novelas e comerciais e a outra, a das cotas, que obriga a resguardar vagas nas universidades a afro-descendentes, possivelmente algum lobby evangélico em Brasília irá tentar criar leis obrigando a participação mínima de Jesus nas festas de fim de ano, em total desrespeito às minorias muçulmana, judia, budista, xintoísta, hinduísta e tantas outras.

De certo modo, acho que deixar Jesus de lado é um equívoco, um desvio com intenções comerciais. Um equívoco pois Natal vem de “natividade”, nascimento – o do menino que veio para nos salvar e, afinal de contas, nesta data é isso que se comemora. E uma maquinação comercial por razões óbvias: a imagem do bom velhinho está associada a presentes muito mais que a de Jesus e o comércio precisa desta data como precisaríamos de água num deserto.

Mas Jesus, ao nascer, ganhou três presentes, um de cada Rei Mago. Já pensou se a moda pega e todas as crianças passem a exigir três presentes cada? Os pais não iam gostar muito, mas o comércio está perdendo uma boa oportunidade de explorar três vezes mais a data...

Ok, ok. Nem Joãozinho, nem Pedrinho nem Mariazinha vieram para nos salvar e, esperamos, não morrerão na cruz, mas... Você entendeu, certo?!

Aliás, jamais entendi esse negócio de “veio para nos salvar”.

Salvar de quem? Ou do quê?

Deus ia acabar com o mundo?

De novo?

Ele já tinha mandado um dilúvio, já tinha destruído Sodoma e Gomorra, a "Las Vegas" da antiguidade...

Será que a Terra e a humanidade são versões Beta, nas quais Deus está volta e meia fazendo upgrades?

Ou ele foi crucificado para nos eximir de nossos pecados, salvando-nos de nós mesmos?

Posso concluir que desde então não tenho pecado nenhum, não importa o que eu faça?

Eu ia continuar, mas estão me avisando que o peru já está na mesa.

E pela milésima vez terei de explicar a todos o motivo de eu não comer carne...


P.S.: decorar a cidade com motivos natalinos cheios de neve e cenários com lareiras não é uma idiotice num calor infernal como o nosso?




terça-feira, 14 de dezembro de 2010

O NATAL DO IPAD

Dia desses li um artigo no Link do Estadão sobre este ser o natal dos e-readers. Fiquei com algumas dúvidas, pois o preço não é lá o que se pode chamar de "acessível" à grande maioria dos brasileiros, infelizmente. Se este for mesmo o natal dos e-readers, será por terem expectativas muito baixas em relação a eles. Um blog especializado publica, em tom retumbante, que "...já são 30 mil iPads no Brasil...". Trinta mil??? Isso não é NADA comparado aos mais de 10 milhões vendidos pelo mundo.

Poucos dias depois um outro articulista escreveu, no mesmo Estadão, um artigo contestando ser este o Natal do iPad.

Segundo as opiniões do autor, o iPad atualmente disponível é um produto transitório, que será aprimorado muito brevemente e por isso ele afirma ser mais vantajoso, ao invés de correr às lojas adquirir o seu, aguardar o lançamento do iPad 2.

Qualquer um que acompanhe o mundo da tecnologia sabe que um produto começa a ficar velho na semana seguinte ao seu lançamento, ou pela concorrência lançar adversários com mais traquitanas ou pelo simples anúncio de novas tecnologias que em breve poderão ser integradas a eles. E esse ciclo virtuoso não tem fim.

Pela lógica do autor, e sabendo do dito acima, quando lançarem o iPad 2 ele deverá esperar pelo iPad 3. E quando, finalmente, lançarem o 3, ele aguardará pelo 4... ...

O iPad, como vários outros produtos da Apple (obs.: eu não sou um fan boy, apenas constato um fato), é um produto de ruptura, de extrema facilidade de uso, de descobrimento de novo nicho. Nenhuma outra marca ou linha de produtos consegue tamanha movimentação de mercado, trazendo em seu vácuo diversas outras empresas dos mais variados setores. Duvida?

Você por acaso viu algum banco lançando aplicativos para alguma outra marca? Você viu jornais e revistas disponibilizando suas edições virtuais para o e-reader da Samsung, da Amazon ou outro? Não, não viu simplesmente porque ninguém deu bola. Mas bastou o iPad surgir que todo o mercado de e-book, aplicativos, jogos e tudo o mais entrar em ebulição.

Ficar esperando o modelo definitivo não é racional. E, por falar nisso, a aquisição de um iPad passa muito longe de uma decisão racional: é a fissura de participar dessa onda.