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domingo, 7 de novembro de 2010

A PROIBIÇÃO DE LOBATO


Uma celeuma enorme se instalou em toda a mídia diante da tentativa (sem comentários...) de se proibir o uso do livro Caçadas de Pedrinho na rede pública de ensino.

Acredito que você não seja completamente alienado e já tenha lido algo a respeito, pois não vou reproduzir aqui todas as lúcidas opiniões contrárias que encontrei pela internet.

Mas há uma análise que não vi: sobre quem está por trás da tentativa de proibição.

Pelo que pude averiguar, tudo começou com um documento preparado pela Secretaria de Promoção da Igualdade Racial, enviado ao Conselho Nacional de Educação (CNE).

Vamos por partes.

Se lermos a Constituição, carta magna que rege a nação, veremos que no Brasil não existe a divisão de raças – somos todos brasileiros, independente de cor, credo, opção sexual, situação financeira, para que time torcemos ou como penteamos o cabelo. Se assim é, a existência dessa tal Secretaria não é um contra-senso? Promover a igualdade de algo que não existe?

E como se promove a igualdade olhando apenas para um lado da questão - negros e mulatos? Como ficam os índios, os verdadeiros primeiros e massacrados habitantes da Terra Brasilis? E os asiáticos?

E como promover igualdade criando privilégios para uns em detrimento de outros, utilizando-se da imposição de lei, subjugando a realidade social e de mercado?

E o CNE, então? Foram os 12 conselheiros deste órgão que acataram por unanimidade a “denúncia” da Secretaria que promove a Igualdade da Coisa Inexistente.

Por “conselheiros”, seja lá onde for, eu costumava imaginar pessoas muito acima da média em intelecto, cultura, informação, discernimento. Mais uma de minhas ilusões é desfeita. Nenhum deles pensou que essa pataquada poderia terminar no bafafá que terminou? Que bando de manés!...

Não consigo acreditar que os nobres senhores e senhoras que ocupam os cargos públicos por nós remunerados tenham feito essa lambança por ignorância. A enormidade dessa boçalidade politicamente correta só pode ser explicada por uma tentativa equivocada de autopromoção.

Se isso continuar, em breve não mais poderemos não apenas ler certos livros, mas também proibirão músicas, filmes, peças de teatro.

Imaginem, por exemplo, Jorge Benjor tendo de alterar sua música para “A Bandaaaaa do Zé Afrobrasileirinho chegoooou”...

Eu ia escrever mais umas, mas Nelito Fernandes foi mais rápido que eu.

A burrice crônica que afeta nossas "otoridades" continua tentando proibir ao invés de educar, tirar de vista ao invés de explicar, esconder ao invés de discutir o assunto.

E assim continuamos todos burros - como eles - para sempre.

P.S.: Pedrinho ainda corre risco de ser enquadrado na Lei de Crime Ambiental por caçar animal em risco de extinção.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

“A ÚLTIMA MINORIA”...


...é o excelente título dado ao artigo escrito por Fábio Ulhoa Coelho, jurista e professor da PUC-SP, publicado no Estadão do dia 25 de outubro.

Em seu artigo ele explica como é falsa a ideia de que um ateu seria um cidadão com menos moral e ética que um religioso.

Há uma confusão generalizada em torno da moral e da ética, que são conceitos autônomos, independentes de qualquer religião. Ao contrário, as religiões ao longo do tempo se apropriaram de alguns (não todos, infelizmente) dos tópicos da moral e da ética e desde então se apresentam como fornecedoras exclusivas destes valores. Não é verdade.

Um ateu que aja dentro de preceitos morais e éticos, mesmo que segundo sua cultura e seu tempo e apesar disso, é uma pessoa muito mais firme em seus alicerces que seus concidadãos religiosos.

Digo isso porque, pelo que tenho observado, existem três tipos de pessoas religiosas:

- a medrosa, que, segundo o que se ouve em igrejas e se lê em textos religiosos, “é temente a Deus”. É aquela pessoa que se apavora com a ideia do Inferno, do pecado, da punição Celestial e, principalmente por essas razões, prefere acreditar em Deus e ter uma religião. A base de sua fé e estilo de vida é o medo;

- a interesseira, aquela que acredita (ou diz que acredita) em Deus, segue alguma religião e diz ter fé sempre dando ênfase nos benefícios que isso trará, tais como uma pós-vida no Paraíso junto ao Senhor, graças divinas e bênçãos;

- e a ingênua, que também pode ser chamada de “mentalmente preguiçosa”, que nunca parou para pensar sobre o que lhe martelaram a vida toda. Ela segue a manada, é acrítica, prefere nem pensar sobre o assunto (nenhum assunto – se lhe trouxerem qualquer coisa mastigadinha, melhor).

Ora, para ser uma pessoa correta não deveria ser (e NÃO É) necessário temer a ira divina nem esperar recompensas por bom comportamento em vida. Bastaria viver tentando não causar dano de espécie alguma – moral, psicológico, físico, financeiro... - ao seu semelhante, nem a ninguém.

Pascal tentou provar matematicamente que acreditar em Deus é um bom negócio. Sem sombra de dúvidas, ele é o patriarca dos medrosos e dos interesseiros.

E como disse Einstein: “Se as pessoas são boas só por temerem o castigo e almejarem uma recompensa, então realmente somos um grupo muito desprezível.”

Desprezível é o preconceituoso... Assim como eu em relação aos religiosos... Ops!

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

DISCRIMINAÇÃO


Uma rapidinha:

- Se na rua você chama alguém de "preto", cadeia! Se chama alguém de "viado", cadeia! Eles conseguiram seu lugar na sociedade. Eu, fumante, pelo contrário: agora com essa nova lei, sou legalmente discriminado. Não me conformo, sou discriminado, me sinto discriminado...

- Calma, não é bem assim...

- Sou discriminado, me sinto um pária, discriminado...

- Não enche o saco! Fica aí se fazendo de vítima... Eu não tenho filhos, sou vegetariano, não gosto de futebol, nem de samba, nem de novela e BBB. E sou ateu. Não me venha falar em discriminação...