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segunda-feira, 20 de agosto de 2012

PUBLICIDADE NO FACEBOOK


Já li e também escrevi diversos artigos sobre as empresas anunciarem ou marcarem presença no Fêicebúque. A coisa não é tão simples quanto parece e, agora começam a descobrir, não é um mar de rosas também.
Sandipan Deb, analista do Mint – parceiro indiano do The Wall Street Journal – escreve que “...Mark Zuckerberg criou a maior atividade de desperdício de tempo de toda a história da humanidade. E quase um bilhão de pessoas aderiu. Agora, ele não sabe o que fazer com elas”, referindo-se à vertiginosa (e contínua) queda do valor das ações do FB na bolsa.
Isso se deve ao simples fato de que a rede social não apresenta lucros. E pior: baseando seu faturamento em publicidade, empresas e analistas especializados começam a descobrir milhões de perfis falsos e “likes” (curtir) feitos por robôs e não por pessoas.
Ao menos 83 milhões de usuários do Facebook são falsos”, escreve Deb. “De forma muito simples, um hacker malicioso pode usar sua habilidade para produzir perfis falsos em massa, fazê-los enviar convites a amigos, páginas de likes, ou quase qualquer coisa que alguém de carne e osso faria”. Pesquisas de empresas de segurança também confirmam esse fenômeno.
Rory Cellan-Jones, jornalista da BBC, abriu uma página para uma empresa chamada VirtualBagel, com uma simples (e absurda) promessa: “Vendemos bagel (um tipo de pão) via internet – você só precisa baixar e curtir.” Então ele pagou US$ 10 por anúncios no Facebook, e definiu sua audiência-alvo: pessoas com menos de 45 anos interessadas em culinária e eletrônicos de consumo, residentes nos EUA, Reino Unido, Rússia, Índia, Egito, Indonésia, Malásia e Filipinas. Em 24 horas, ele conseguiu 1,6 mil “likes”. 
Quem eram essas pessoas? Na verdade, muitas não eram sequer “pessoas”. Muitos dos “likes” da VirtualBagel na verdade eram gerados por “bots” – programas que desempenham tarefas repetitivas na internet, em geral simulando atividades humanas. Que ser humano tentaria fazer o download de um bagel?!?...
E ninguém sabe em que medida as respostas aos anúncios do Facebook vêm de bots. Isso é péssima notícia para uma empresa cuja receita depende quase que inteiramente de publicidade, com um modelo baseado em custo por clique das respostas. Bots que criam spams de “likes” subvertem seriamente o valor do Facebook como meio publicitário.
Como diz a propaganda na TV, “...E tem mais!”: dia desses, no rádio do carro ouvi algo como “...basta curtir nossa página no Facebook e nos seguir no Twitter e já estará participando de nossa promoção...”.  Noutro caso, eu mesmo me vi obrigado a clicar em “curtir” para poder ler um artigo ou antes de entrar numa certa página.
Oras!! Mesmo quando os “curtir” são feitos por gente de verdade, de carne e osso, acredito que raramente eles tem o sentido de ter gostado do que se viu ou leu ou como uma recomendação aos demais internautas. Em sua grande maioria, não são nada mais que o “preço” que algumas empresas impõem – um tipo de chantagem ao meu ver - para que o indivíduo possa participar de uma promoção ou simplesmente ler um artigo.
Sabendo disso e já tendo sido documentado por vários estudos que a quantidade de seguidores não representa aumento de vendas na quase totalidade dos casos,  acionistas, investidores e agências de publicidade começam a torcer o nariz para aquela que prometia ser a grande nova fonte de acesso fácil a consumidores ávidos por comprar qualquer coisa.
A conclusão: ter uma enorme quantidade de “curtir” não significa absolutamente NADA.
Ah! E não confunda anúncios no Facebook com os do Google AdWords: deste segundo é muito fácil verificar a eficácia. Basta analisar a audiência de seu web site ou blog antes e depois de iniciar uma campanha.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

A DURA VIDA DE PUBLICITÁRIO ou OS NÚMEROS NÃO MENTEM JAMAIS!


Atuando desde 2007 como autônomo em marketing, publicidade e comunicação juntei alguns números por pura curiosidade e até arrisquei algumas conclusões.

Óbvio que, estatisticamente falando, a amostra é pequena e não reflete a totalidade da população mas, como no título desta mensagem, os números não mentem:

- vivemos num país miserável. De cada 10 contatos recebidos solicitando criação de logotipo, 8 desistem do serviço por causa do preço cobrado. Tenho até vergonha de dizer que para esse trabalho cobro entre ridículos R$150,00 e R$200,00 e, mesmo assim, alguns quase-clientes me disseram não poder “investir tanto” no momento;

- vivemos num país culturalmente miserável. Apenas 2 em cada 10 contatos recebidos entendem a importância de um design profissional ou percebe as implicações por trás da criação de um logotipo para seu negócio, de um bom layout para seus materiais ou web site e aceita pagar por isso;

- 4 em cada 10 clientes querem que eu envie layouts com ideias antes de me contratarem (sendo que meu portfólio está on line e por ele é possível analisar a qualidade – boa ou ruim - de meu trabalho). Ora, trabalhar nas ideias já é meu trabalho ou, em outras palavras, ter ideias (cérebro trabalhando) é 90% de meu trabalho. Os outros 10% são puro “braço”;

- 6 em cada 10 tem dificuldade de entender que o trabalho de criação demanda tempo e conhecimentos obtidos com muito esforço (anos pesquisa, cursos, experiências, tentativas e erros...) e que isso tem um custo;

- os mesmos 6 em 10 não veem diferença entre um profissional e “o filho do vizinho que mexe bem com computador” ou “o sobrinho que esmirilha no coréudráu”;

- 2 em cada 10 perguntam se podem pagar meus serviços com seus próprios produtos ou serviços. Concordarei com isso quando eu puder pagar o IPTU, Eletropaulo, Comgás,  IPVA e Telefonica também apenas com meus serviços e nenhum tostão em dinheiro;

- ninguém diz ao dentista como fazer a obturação ou ao cirurgião onde ele deve cortar, mas 8 em cada 10 acha que entende tudo de design, diagramação, composição, equilíbrio, cores e fontes, algumas vezes transformando trabalhos bons em terríveis Frankensteins com suas opiniões e solicitações de alterações;

- de cada 10 contatos recebidos para serviços diversos, 5 eram de pessoas aparentemente religiosas (notei pelas “assinaturas” ou mensagens em seus e-mails, coisas como “agradeço ao Senhor por isso ou aquilo...”  ou “O Senhor... alguma coisa”. Esses pechincham até não mais poder e, quando atingimos o limite de negociação (apesar de eu cobrar valores já baixíssimos), 4 caem fora. O que fica, tenta me pagar “orando por mim” ou dizendo que receberei graças do Senhor. Prefiro o meu em dinheiro;

- apenas 2 em cada 10 clientes se lembram de pagar conforme o combinado ou nas datas combinadas, mas 100% lembram de ligar cobrando algum serviço antes de terminado prazo combinado;

- 6 em cada 10 incluem no texto de nosso contato inicial que “...estou montando um negócio agora e não disponho de verba...”. Ora, alguém entra numa loja para comprar um carro não tendo “verba”?;

- dos 6 acima, 5 propõem “...crescermos juntos...”, que na verdade significa “um dia, se tudo der certo (e se lembrar de você na época), te pago”.


sexta-feira, 4 de junho de 2010

O RISOTO DA PEUGEOT

Fiquei intrigado com o comercial de TV da Peugeot e mas intrigado ainda quando vi na internet uma discussão sobre os “significados” do comercial, como se ele fosse uma obra com conteúdo profundo a ser analisado.


Diversos profissionais de propaganda e marketing deram as mais variadas opiniões sobre o quê efetivamente a equipe de criação quis dizer com o tal risoto num comercial de picape leve aventureira.

Muito pareciam, na verdade, procurar pelo em casca de ovo... Alguns foram pelo caminho de que a equipe de redatores tentou dizer que a picapinha, apesar de foco aventureiro, é para gente “normal”, que cozinha, que faz risoto...


Se for isso, leio nas entrelinhas que a picape, apesar de seu jeitão fora de estrada, teoricamente voltada ao público mais ativo, pode ser comprada por manés medrosos que em vez de praticarem esportes radicais ficam na cozinha fazendo risotos.

Pior: olha gente, a picapinha tem só aparência de aventureira, mas é só aparência. Você que fica na cozinha fazendo risoto pode comprar também que não vai te fazer mal não, viu?!...


É pode ser... Mas tem mais.

No comercial o narrador diz que nunca praticou diversos esportes e atividades radicais, de risco e, de repente, diz que o risoto dele nós precisamos experimentar.


A relação que faço é a seguinte: ele – o locutor – nunca se arriscou mas quer que a gente se arrisque (a experimentar o prato que ele preparou). Somos, então, convidados a ser cobaias do locutor. Ele não se arrisca jamais, mas nos chama a nos arriscarmos.

Se é isso, se comer o risoto dele é um risco, concluo então que nem homem de forno e fogão ele é.


Então, a picapinha é aventureira apenas na aparência e o homem caseiro também não é verdadeiramente cozinheiro. Tudo ali é falso.

E é mesmo: é uma picapinha urbana que recebeu uns plásticos, os primeiros a quebrar com qualquer encostadela, pra parecer fora de estrada (leia esse post mais antigo sobre assunto parecido).


Viajei?