segunda-feira, 21 de junho de 2010

PC "DE MARCA" NUNCA MAIS

Existem as mais diversas discussões na internet, em fóruns e grupos específicos, sobre qual a melhor aquisição, se um computador Frankenstein, montadão, conhecido também como da “linha cinza” ou aqueles “de marca” e, nesse caso, me refiro aos HPs, Dells, Positivos, StIs e outros.

Geeks e o pessoal escovador de bits e bites tendem para os montados, consumidores leigos muitas vezes preferem os “de marca” adquiridos em grandes lojas de shoppings.


Eu já tive dos dois tipos e também todos os tipos de problemas com ambos – desde placas-mães que se transformam em naves-mães (vão para o espaço) em menos de um ano até memórias RAM que não se lembram de nada e HDs que pifam sem nenhum aviso.

Que uma coisa fique clara: não existe PC que não dê problema. Se existe, para mim é como disco voador: nunca vi.

Assim, de todos o pior problema é, em minha opinião, a hora do conserto. E aí os montados me parecem levar vantagem.


Esses você leva na técnica ali da esquina, chora, implora e no máximo em três dias os caras te devolvem a máquina funcionando, com tudo reinstalado no lugar.
No caso dos “de marca” isso é impossível.


Além da imensa burocracia e uma quantidade enorme de informações a serem preenchidas em meia dúzia de formulários, eles não fazem backup de sua máquina, ou seja, se no conserto for necessário apagar tudo e reinstalar o sistema, azar o seu se não tiver feito backup antes.


Além disso, dão prazos para devolução da máquina como se estivessem falando de um brinquedo e não de um instrumento de trabalho. Vinte dias sem computador é um mês perdido...


Quando comprei um Dell e a placa-mãe pifou pouco depois da garantia de um ano expirar decidi enviá-lo pro conserto numa assistência técnica "não oficial" depois de analisar a relação custo x benefício x prazo de serviço.


Agora, com um novíssimo e poderoso HP ainda na garantia, outra vez um placa-mãe me deixou órfão. Dei entrada na assistência “oficial” no dia 10 de junho. Hoje, dia 21, liguei para o Suporte HP e me disseram que “a máquina está em processo de análise e tudo está dentro do prazo estipulado em contrato”.


Grande merda.

Aprendi e passo a lição a você: na hora de comprar um computador, esqueça grandes lojas de shoppings e marcas. Vá a uma dessas assistências aí em seu bairro e encomende uma máquina. A luta na hora de exigir conserto rápido será menos desfavorável que contra uma HP ou Dell.


PC “de marca” nunca mais.

terça-feira, 15 de junho de 2010

Copa, África e "os" vuvuzelas

No carro, voltando pra casa, procurando aguma música decente pra ouvir entre as rádios ouço, de passagem, que a FIFA estava estudando proibir a entrada de "vuvuzelas" nos estádios onde se realizam os jogos da Copa.

De imediato, me ocorreu que deveriam estar se referindo a alguma tribo do interior da África e seus integrantes não muito afeitos às maneiras civilizadas de comportamento aceitas atualmente. 

Talvez andassem nus ou fossem muito agressivos, vai saber.

Logo imaginei os problemas que decorreriam da proibição da entrada destes pobres selvagens nos estádios:  acusações de discriminação, protestos dos defensores de direitos humanos, um precedente perigoso num país conhecido pela segregação racial.

Só ao final da tarde, lendo jornal, que descobri que vuvuzela não era nome de uma tribo, nem de nenhum ser humano e que minha preocupação humanística globalizada não tinha razão de ser.

Realmente, futebol não é comigo.

sexta-feira, 4 de junho de 2010

O RISOTO DA PEUGEOT

Fiquei intrigado com o comercial de TV da Peugeot e mas intrigado ainda quando vi na internet uma discussão sobre os “significados” do comercial, como se ele fosse uma obra com conteúdo profundo a ser analisado.


Diversos profissionais de propaganda e marketing deram as mais variadas opiniões sobre o quê efetivamente a equipe de criação quis dizer com o tal risoto num comercial de picape leve aventureira.

Muito pareciam, na verdade, procurar pelo em casca de ovo... Alguns foram pelo caminho de que a equipe de redatores tentou dizer que a picapinha, apesar de foco aventureiro, é para gente “normal”, que cozinha, que faz risoto...


Se for isso, leio nas entrelinhas que a picape, apesar de seu jeitão fora de estrada, teoricamente voltada ao público mais ativo, pode ser comprada por manés medrosos que em vez de praticarem esportes radicais ficam na cozinha fazendo risotos.

Pior: olha gente, a picapinha tem só aparência de aventureira, mas é só aparência. Você que fica na cozinha fazendo risoto pode comprar também que não vai te fazer mal não, viu?!...


É pode ser... Mas tem mais.

No comercial o narrador diz que nunca praticou diversos esportes e atividades radicais, de risco e, de repente, diz que o risoto dele nós precisamos experimentar.


A relação que faço é a seguinte: ele – o locutor – nunca se arriscou mas quer que a gente se arrisque (a experimentar o prato que ele preparou). Somos, então, convidados a ser cobaias do locutor. Ele não se arrisca jamais, mas nos chama a nos arriscarmos.

Se é isso, se comer o risoto dele é um risco, concluo então que nem homem de forno e fogão ele é.


Então, a picapinha é aventureira apenas na aparência e o homem caseiro também não é verdadeiramente cozinheiro. Tudo ali é falso.

E é mesmo: é uma picapinha urbana que recebeu uns plásticos, os primeiros a quebrar com qualquer encostadela, pra parecer fora de estrada (leia esse post mais antigo sobre assunto parecido).


Viajei?

domingo, 23 de maio de 2010

MILAGRES II

- Cê viu? Outro milagre.
- Onde? Quando?
- Na Índia. Caiu um avião, 166 pasageiros, 8 sobreviveram.
- Ah, mas aí não é milagre...
- Como assim? Só seria milagre se sobrevivesse apena um?
- É...

sexta-feira, 21 de maio de 2010

ILUSÃO DE ÓTICA??

Tempos atrás a Ford Brasil foi ovacionada por toda a mídia ao lançar o Ecosport. Afirmavam todos que o carro havia inaugurado um novo nicho de mercado - o que era verdade, mas era verdade também, e que ninguém admitiu, que o tal nicho era o dos sem dinheiro pra comprar um SUV de verdade...

Tive um e me arrependi amargamente. A versão 1.6 é fraca, montada sobre a plataforma do Fiesta, não aguenta o peso extra. O câmbio "derreteu" duas vezes e o interior era extremamente barulhento. Mesmo assim achava, e ainda acho, o Eco um carro de design bacana.

Anos mais tarde, atualmente, tenho a impressão de que a Kia tentou a mesma coisa com o seu Soul.

Divulgando em seu comercial que o Soul é "o carro design" (design o quê? Ruim? Louco? Extraterrestre?), afirma que teve alta aprovação em pesquisas sobre sua aparência. Você foi um dos pesquisados? Conhece alguém? Eu não...

De qualquer modo, o Soul parece mesmo buscar um novo nicho de mercado. Não é sedã, não é hatch, não é SUV, não é furgão, não é... Me parece um rabecão moderninho. Poderia ser usado como alternativa aos tradicionais carros-fúnebres, para enterro de artistas e gente modernete, por exemplo.

Talvez você tenha gostado dele, talvez não. Mas a disputa por um nicho, seja qual for, já dá frutos: não é que o Novo Uno parece um filhote do Soul?

Justo a Fiat, que trouxe para seus carros o design-mais-que-perfeito de Giugiaro (Linea, Punto) foi se inspirar no quadradão coreano.

Vai entender...

sexta-feira, 14 de maio de 2010

MILAGRE

Imagine você andando em sua bike nova, ciscando de nova, com trocentas marchas para subir ladeiras e correr por aí. De repente, numa curva, óleo na pista.

Você cai, se arrebenta todo, vai pro pronto-socorro. O médico, depois de uns exames, vem com um sorriso nos lábios e um RX na mão, dizendo:

- Milagre!! Quebrou todo os ossos do corpo, menos um!

Você iria mandá-lo à merda ou não?!

Então imagine que você comprou uma caixa de bombons pra sua namorada nova (bons tempos em que se fazia isso, heim?!). Você entrega a caixa e ela, ao desembrulhar o primeiro bombom, exclama:

- Nossa, está estragado!

E estava mesmo. Ela abre outro, com um sorriso no rosto, dá na mesma. Dá um suspiro, abre outro, mesma coisa. Ao final da caixa, quando ela tira o papel do último, já com uma cara não muito boa e imaginando que você comprou numa liquidação fora do prazo de validade, finalmente um bombom que parece comestível.

Você se arriscaria a comentar sobre o "milagre"?

Então porque cargas d'água quando ocorre um acidente no qual morre uma pá de gente, mas sobrevive UM, todo mundo sai dizendo que é milagre?

Que milagrinho fajuto, sô.

Pela última vez: milagre seria se NÃO MORRESSE NINGUÉM!

quarta-feira, 12 de maio de 2010

DONA ROSA



Minha mais forte recordação dela somos nós dois, em plena tarde de sol, sentados no sofá da sala, ela fazendo tricô (ou aquilo era crochê, nunca sei) e eu comendo biscoitos.

Volta e meia, olhando sobre os óculos, ela dava uma espiadela na TV em preto e branco em que eu assistia aos desenhos do Pernalonga.

Gordinho, às vezes eu “matava” um pacote de bolacha ou salgadinho e ela me dava dinheiro pra ir correndo durante o intervalo comprar outro na venda da esquina.
Enquanto minha mãe, professora de primário, trabalhava meio período – que era quase que o dia inteiro pois gastava horas de ônibus entre o Ipiranga e São Caetano – ela que tomava conta de mim.

Nos raros momentos de sarcasmo, gostava de lembrar à família toda cenas de quando eu era bem pequeno, coisas envolvendo nariz escorrendo, fraldas cheias, medos... Não era por mal, claro, era só pra rirmos um pouco.

Minha avó paterna, a Dona Rosa, 93 anos, faleceu hoje.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

ARCO E FLECHA E LASER AO MESMO TEMPO

No mesmo dia em que leio que o Financial Times classificou como “fanfarronice” a divulgação de dados animadores sobre crescimento econômico na América Latina, em especial no Brasil, país do qual em outro artigo lamenta a precariedade na infraestrutura, indo dos portos às estradas, do atendimento em saúde à urbanização das favelas, profetizando que “o futuro brilhante do país parece estar fora de alcance”, vejo com terror que o governo, com bruxaria mal feita, reanima a morta viva Telebrás para tocar o Plano Nacional de Banda Larga.

Pois é: enquanto a imprensa especializada fala de nossas deficiências primárias o governo se prepara para torrar R$13 BILHÕES para alavancar o projeto, cujos detalhes ainda são um mistério.

Isso é bom? Chegará a quem realmente precisa? Não sei. Esse país, muitas vezes, me parece aquele cara que deixa de comer direito para comprar um carro novo, entende? Porque não cuidar do básico primeiro?

Além do mais, se você quer mesmo banda larga vá morar no Japão. Em 2008, por lá já era normal uma conexão por fibras óticas de 5Mbps para downloads e 11,25Mbps para navegação, a preços que a maioria podia pagar, enquanto que por aqui isso ainda é utopia até mesmo para a classe A.

A tal “banda larga” de que o governo fala e na qual pensa em investir aqueles bilhõezinhos – piada - é de 512k... ka...ka...ka...ka...

Esse dinheiro não ficaria melhor na saúde? Reforma Agrária? Na habitação?
Não, vamos navegar pela internet na esfuziante velocidade de uma lesma bêbada enquanto a maioria do povo ainda vive na miséria.

O Financial Times parece ter razão, não?!

Que mania mais terceiromundista essa do governo se meter onde não deve nem precisa. Nos EUA há ou houve algo semelhante à Embrafilme? A Europa tem algo parecido com a Telebrás?

Não. Lá a iniciativa privada se ocupa disso e o governo cuida do básico: saúde, transporte, educação, moradia.

Queremos muito ser primeiro mundo, mas as cabeças estão ancoradas no fundo do terceiro.

E
m tempo: nosso prefeito Quemssab, não, Nunssab...não, o Kassab agora quer demolir o Elevado Costa e Silva, o Minhocão.

Especialistas em tráfego, engenheiros e urbanistas são a favor.

Eu acho que vai sobrar: pros motoristas, aqueles que têm horário pra chegar ao trabalho todo dia, um transtorno de meses ou até anos durante as obras. Pro contribuinte, a conta da lambança.

Só vão ganhar mesmo os diretamente ligados às obras: engenheiros, empreiteiras, o próprio governo municipal. Superfaturamento, acidentes, contratos suspeitos e, no final, os famigerados outdoors com a frase “Obra de Fulano de Tal”.

Sei que não dá pra fazer omeletes sem quebrar ovos, mas as últimas omeletes paulistas fizeram muita sujeira na cozinha por tempo demais e ninguém veio limpar depois. E, afinal, nem ficaram tão gostosas como prometido.

Paulista é gato escaldado: já viu alguma obra recente que tenha dado certo?
Entregado “de verdade” o que prometeu?


sexta-feira, 7 de maio de 2010

Muitas mães para um dia só!

Eu ia preparar algo para o Dia das Mães, mas uma série de outros compromissos me desviaram a atenção e meu tempo.

Mas recebi de um colega o texto e fotos que publico abaixo. Melhor ele que eu, pois tem mais experiência: está cercado delas por tudo que é lado.


Olá! Tudo bem?


Geralmente essa incumbência de escrever artigos em datas importantes ou assuntos de alta relevância é do meu sócio, o Alberto Matos. Contudo, dessa vez, para o DIA DAS MÃES resolvi sair na frente simplesmente pelo fato de ter mais experiência nesse negócio de mãe.

Sou o sétimo filho, com três irmãs mais velhas, duas delas pela grande diferença de idade me tratavam como filho. Quer dizer, me tratam como filho até hoje.

Além delas e de minha mãe, tenho sogras, isso mesmo sogras. São três casamentos e, segundo o novo Código Civil, você se divorcia somente da esposa, sogra é pra sempre e continua de certa forma sendo sua parenta.

Então, recontando, são seis e se considerarmos as mães dos meus filhos, tenho perto de mim mais duas, aí já são oito. Como seria injustiça deixar minha atual esposa de fora, que embora não tenha filhos trata os meus quatro docinhos (três meninas e um menino) como se dela fossem, vou incluí-la com louvor.

Afinal, ela é a única que teve escolha de gostar ou não dos nossos filhos. Sim nossos! Agora ela é a mãe de todos, pois ama a todos da mesma forma. Bom, pra quem já se perdeu na conta lembro que agora são nove.


Isso mesmo, nove lindas e maravilhosas mães. Elas me deram de tudo. Minha mãe biológica me deu mais duas mães, minhas duas primeiras sogras duas namoradas, depois duas esposas e depois duas ex-posas. É , é assim mesmo que escrevo: ex-posas, porque tenho a amizade delas até hoje e convivemos em perfeita harmonia e porque sempre colocamos a felicidade dos filhos em primeiro lugar.

Minha ultima e atual esposa pretende ser mãe biológica no ano que vem, o que deverá ser por inseminação, sou vasectomizado. Isso poderá gerar gravidez gemelar. Com sorte serão dois, mas podem ser três, quatro...

Imaginando na melhor hipótese dois e se forem duas meninas, serão mais cinco futuras mamães perto de mim, o que levaria ao número de quatorze Mamães.

Sou ou não sou um felizardo?

Tudo isso pra dizer o quanto todas vocês, Mães biológicas ou não, são tão importantes em nossas vidas.

Feliz Dia das Mães!

Rogerio Machado

terça-feira, 27 de abril de 2010

E EU ACREDITEI...



“Uma grande razão por trás do sucesso da Toyota é seu sistema de fabricação”.


“O STP é um sistema de negócios,uma forma de alinhar na melhor seqüênciaou formato as ações que criam valor, realizar atividades de forma eficiente ecada vez mais eficaz, sendo possível fazer cada vez mais com cada vez menos (Shingo, 1996)”

“O Sistema de Produção Enxuta ou Sistema Toyota de Produção (STP) está sendo implementado em várias empresas ao redor do mundo para se atingir um alto grau de desempenho e competitividade, acelerar seus processos, reduzir perdas e melhorar a qualidade. Este artigo tem como objetivo demonstrar os princípios do sistema de uma forma ampla (filosofia) que resultaram na conquistada liderança do mercado mundial de automóveis por parte da Toyota.”

“5Ss: Aprenda o programa 5Ss com a fábrica da Toyota no Japão - Aumente a produtividade e segurança em seu ambiente de trabalho aplicando o programa 5Ss. Veja as fotos de como aplicam o conceito 5Ss na fábrica da Toyota”.


“O Modelo Toyota - 14 Princípios de gestão do maior fabricante do mundo”, de Jeffrey K. Liker.

Teses acadêmicas, artigos em milhares de sites e revistas sobre management, palestras proferidas por consultores e gurus da administração em todos os países, livros e constantemente citada como exemplo em aulas de cursos superiores e MBAs (eu que o diga...), a Toyota conquistou o mundo com o seu ultracultuado modelo de produção.

Os mais exaltados não se cansavam de compará-la à GM, apontando como esta última, antes gigante inabalável do setor automobilístico, fora passada para trás pela empresa nipônica.


Desmanchavam-se em elogios à japonesa e crucificavam, desdenhavam a americana que tinha um sistema antiquado de produção, de gerenciamento, estratégia de lançamento de produtos equivocada, etc., etc.

Ninguém, ao menos que eu tenha notícia, em nenhum momento criticou o modelo Toyota. Ninguém parou para pensar que nessa ânsia desenfreada como se quisesse dominar o mundo em algum momento algo pudesse desandar.


Pois é. A GM ainda está aí, firme e forte, enquanto que a Toyota...


Estranhamente, é difícil agora encontrar na internet as capas das edições passadas das revistas que tanto elogiaram o tal STP japoronga, os artigos que li, os PDFs e os slides que infelizmente não salvei.


Claro, apagaram tudo rapidinho. Quem iria continuar dando crédito a um manager ou consultor que se melava todo de elogiar a empresa japonesa?


Se ninguém, nenhum consultor, professor, articulista ou jornalista previu que algo assim pudesse acontecer, então tome mais cuidado da próxima vez que surgir uma “onda” em torno de uma empresa ou determinado assunto, desconfie. Mas desconfie mesmo.


Ondas são, por sua característica intrínseca, fugazes. Vão embora tão rápido quanto chegam.

quinta-feira, 15 de abril de 2010

E POR FALAR EM CAFÉ...


Tempos atrás houve grande celeuma e discussões acaloradas sobre cafeterias. A rede Starbucks estava para chegar ao Brasil e foi, através de diversos comentários e posts na internet, bem-vinda e demonizada por montes de pessoas de ambos os lados.


Demonizada por questões políticas (abusam dos funcionários, só contratam adolescentes para não ter vínculo empregatício...), patrióticas tipo “o café é nosso” ou puro preconceito contra uma empresa onde “...só os metidos a ricos vão tomar café lá” e que “... não vende café, vende conceito”.

E foi bem-vinda por muitos, que para lá se deslocaram e beberam várias xícaras de “conceito”...

Nas discussões de nível menos raso, a preocupação era o preço do café-com-conceito. Um parêntese: sim, a rede tem um conceito, sua marca tem alma, mas vende sim café, e cafés especiais do mundo inteiro de qualidade inquestionável.

A questão nesses fóruns e nos diversos e-mails que troquei com colegas era se o brasileiro médio estaria disposto a pagar 4 ou 5 reais – era o valor que se estimava – por um cafezinho na Starbucks enquanto costumávamos pagar R$1,00 ou R$1,30 em outras cafeterias já estabelecidas aqui.

A resposta agora é óbvia: sim, está mais que disposto. Basta passar em frente a qualquer loja da rede, especialmente as de shoppings (criticadas por essa localização, pois perdiam o charme das de rua como em NY) e perceber que em muitos horários nem se encontra lugar pra sentar.

E mais: o tal brasileiro médio se mostrou tão disposto a pagar bem mais caro por café e conceito que outras redes, antes “sem conceito”, reestilizaram suas lojas e alinharam seus preços para cima, acompanhando a recém-chegada.

Marqueteiros de plantão que duvidavam que esse “P” estivesse adequado ao mercado nacional tiveram de rever seus conceitos. O fenômeno foi o inverso do esperado: uma rede com produtos mais caros encareceu todo o mercado.
Noutro causo, tempos depois, chega a Nespresso. O Madia escreveu primeiro o que eu já pensava em escrever, mas aí vai: cafés especiais, lojas fantásticas, atendimento impecável, máquinas bacanas para você fazer seu espresso em casa, mas...
Péra lá: as máquinas deles só fazem café com o café deles, pois utilizam um “exclusivo sistema de cápsulas”, o que significa não poder utilizar nenhum outro tipo ou marca de café que não o deles ao adquirir uma máquina daquelas.
Foi uma tentativa de lock in de sistema descrito no modelo Delta de estratégia de mercado: a empresa te prende a ela e impede evasão ou invasão com tecnologia própria, patenteada.

Funcionou no começo, ou até esse momento, pois os early users endinheirados já correram para a novidade. Mas mesmo eles começam a reclamar, pois não encontram as tais cápsulas facilmente por aí.

Para quem comprou uma máquina Nespresso, tomar café em casa obriga a uma visita às lojas Nespresso sempre que seu estoque de cápsulas acabar.

Em tempos de desbloqueio de celular, uma empresa vem e bloqueia seu sagrado café. Estranho isso, não? Será que vai pra frente?...

Se você é da turma que acha ridículo pagarmos caro para tomar nosso próprio café exportado pra lá como commoditie e em seguida ele mesmo importado como artigo de luxo após receber uma etiqueta de grife, pense: enquanto ainda nos esfacelamos para baixar o preço da saca de café e concorrer com outros diversos países lucrando migalhas com um produto da indústria primária, outros países vendem "conceitos", máquinas, filtros de papel e outros diversos, todos em torno do mesmo café, lucrando muito mais com a indústria terciária.

Quando seremos, de fato, o país do futuro?

quarta-feira, 24 de março de 2010

SUA EMPRESA TEM CAMISA, CALÇA E SAPATO?


Se você trabalha numa grande empresa, com certeza já os viu. Se ela é média, provavelmente já viu. Se for pequena, se não viu, verá.


Por algum motivo qualquer, perdido em meio aos modismos de administração que infestaram todas as mídias e rechearam estantes interias sobre eles nas livrarias, as empresas resolveram que era importante dizer ao público a que vieram.


O intuito é nobre: criar uma espécie de estatuto que, supostamente, traduziria as intenções da empresa em relação ao mercado e nortearia as ações e comportamento de seus funcionários.


Mas é mais que isso. São três parágrafos que tentam, com todas as letras, passar certa imagem ao público.

Funciona mais ou menos assim: imagine que você vai sair pela primeira vez com uma garota no próximo sábado, está “afinzão” dela, ansioso, e fará o possível para causar uma determinada impressão. Afinal, é a primeira que fica.


Não importa se você passa a semana toda de chinelo de dedo, sujo de graxa ou cheirando a peixe, sem fazer a barba e com o cabelo oleoso grudado na testa.



No sábado pela manhã você mobiliza toda a sua família, fica horas implorando a seu pai que lhe empreste o carro, pede à empregada que passe melhor aquela camisa e à sua mãe que lhe ajude a escolher a melhor combinação de calça e sapato. À noitinha você corre pro banheiro e se dá aquele trato: banhão, gel no cabelo, cara limpa e lisa como bunda de nenê.


Então lá vai você pro seu quarto decidir qual camisa, calça e sapato irão causar a melhor impressão e, quem sabe, transformar aquele amor platônico numa noitada no motel mais próximo.

Viu? É assim que as empresas escrevem a famosa trinca “missão, visão, valores”.



Movimentam um grupo de funcionários, muito provavelmente o pessoal de marketing junto, e decidem quais as três frases que irão representar a empresa para causar a melhor impressão possível.


Muitos dos funcionários, do presidente ao porteiro, de tanto repetir o mantra podem começar a acreditar naquelas três frases, mesmo sem verificar se na realidade as colocam em prática.
O necessário é passar a melhor imagem, causando a tal primeira boa impressão. Depois, consumidor fisgado e transformado em cliente, a empresa pode, como nosso carinha ali de cima, voltar à graxa.


Se fossem honestas – consigo mesmas e com o público – toda e qualquer empresa poderia ter um quadro mais ou menos assim:


VISÃO – percebemos um nicho de mercado que nos dará retorno excelente, pois detemos com exclusividade a tecnologia para atendê-lo, podendo praticar os preços que quisermos, preferencialmente exorbitantes amparados num mercado cativo, trazendo lucros excepcionais para a companhia;


MISSÃO – atacar o nicho com unhas e dentes arrancando até o último centavo, escorchar fornecedores para obtermos o menor custo e criar obstáculos reais, virtuais e legais para a concorrência e novos entrantes;


VALORES – remunerar os acionistas acima de tudo, pois são eles que mantêm nossos empregos, salários e bônus anuais.
Para não ser apenas um quadro na parede, missão-visão-valores edificantes e nobres precisam “brotar” da empresa, ser aquilo que, de modo geral, realmente norteia sua existência e não como uma exceção de sábado à noite, decididos em reuniões além do horário normal impostas a um grupo de funcionários que gostariam muito de ir mais cedo pra casa.

quinta-feira, 18 de março de 2010

LIBERDADE RELIGIOSA NO PNDH DO LULA

O Governo está revendo no novo texto do PNDH a questão da proibição da exposição de imagens religiosas nas escolas. Provavelmente, com os lobbys católicos e evangélicos, isso vai mudar e vão deixar os crucifixos acima das lousas como sempre estiveram.
Êpa! Estamos falando de “símbolos religiosos” e não apenas de símbolos cristãos, certo?

Se há liberdade, então poderemos colocar uma estatueta do Exu Caveira também?


E você, evangélico, estudaria numa sala com Oxóssi te encarando?



E você católico, acha feia a Pomba Gira? Justo você que adora um homem seminu, esfolado, esfaqueado, estraçalhado, torturado e todo ensanguentado pregado num instrumento de tortura?

Algum cristão irá se incomodar se colocarmos uma pequena estátua do simpático Ganesha?


E para aqueles que já estão pensando no argumento falacioso de que "não podemos negar nossa história cristã", saibam que a tal "nossa história" não seria possível sem a imensa população negra raptada da África por branquelos.

Liberdade só tem sentido se for para todos, não apenas para alguns.

segunda-feira, 15 de março de 2010

RESTAURANT WEEK

Nas duas semanas que passaram a cidade – e todos os seus bons de garfo – tiveram a oportunidade de conhecer novos restaurantes com o advento da São Paulo Restaurant Week – uma week de duas semanas, vai entender....

Durante os dias do evento diversos restaurantes ofereceram um menu especial completo – entrada, prato principal e sobremesa - a preços reduzidos. Li em algum lugar que a frequência nos restaurantes participantes praticamente triplica nesse período.

Bom para todos, principalmente o consumidor – ah, hoje é Dia do Consumidor, sabia?

Mas não para todos os consumidores. Os restaurantes participantes, mais de 200, ignoraram totalmente os adeptos do vegetarianismo e a organização do evento não parece ter tido a preocupação de incluir ao menos um restaurante vegetariano na comilança (ou terão sido seus proprietários que não quiseram se inscrever?).

Querendo ir a um restaurante participante da week de 14 dias (se a moda pega, logo teremos o Mês de 45 dias, a Quinzena de 38 dias...), uma pessoa que não come carne teria de se contentar com massa em duas ou três casas, se tanto.

Apesar de apresentar pratos diversificados e alguns até bem elaborados, restauranteurs e chefs também parecem padecer da mesma ignorância gastronômica que faz com que as pessoas comuns perguntem “...mas você come o quê, só salada e massa?”.
O que falta para que os vegetarianos não sejam ignorados numa das maiores cidades do planeta? O que falta para que o vegetarianismo “cresça e apareça”? Somos poucos? Ou somos muitos que se contentam com pouco?

Apesar de ter feito essas perguntas há mais de três anos, elas continuam a me incomodar:

- vegetarianos não jantam? Se sim, porque os restaurantes vegetarianos não abrem à noite?
- porque restaurantes vegetarianos não podem se parecer com restaurantes “normais”?
- porque os atendentes são sempre jovens universitários (quando muito) cabeludos e mal preparados ao invés de garçons como em todos os outros lugares?

Veggies, não me crucifiquem. Sou vegetariano por opção, fui eu que escolhi esse caminho por diversas questões, mas tenho de admitir que minha vida era bem mais fácil e divertida quando não tinha o que se demonstra ser uma enorme limitação – e não precisava ser assim.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

MEIO PERÍODO NUM HOME OFFICE


Diversos artigos tratam de uma suposta tendência no mundo do trabalho: os home offices.


Espaço doméstico para profissionais que não necessitam estar diariamente na empresa, o tal escritório em casa é realmente um alívio: você não tem de enfrentar o trânsito e assim pode dormir um pouco mais, pode também dar espiadelas no Facespace ou no MyBook, whatever, pra ver a quantas andam suas redes de amigos, pode ficar de chinelo e, com esse calorão, sem camisa.


Mas nem tudo é um mar de rosas.


Eu montei meu home Office. Passo dias inteiros lá, ou melhor, quase inteiros...


Dez para as oito da manhã, em meu computador já ligado verifico e-mails que podem ter chegado após o encerramento do expediente de ontem (por volta das 21h30, pois não estava passando nada na TV).


Toca o telefone, é a empregada. Diz que não vem porque sua filha menor está com diarreia e febre.


Pronto, sobrou.


Resolvo ir tirar a mesa do café e colocar a louça na máquina. Como não é tudo que vai pra dona Maria eletrônica, lavo algumas coisas na pia mesmo.


As gatas e as cachorrinhas ficam só observando – e atrapalhando meu vaivém pela cozinha.


Aproveito então para limpar a caixa de areia, o banheiro das felinas. Antes de voltar à labuta, melhor já levar as cachorrinhas pra volta matinal na rua, assim fico livre para trabalhar o resto da manhã.
Com o calor infernal que anda fazendo, elas tomam muita água e uma delas não aguenta esperar: bastou abrir a porta do elevador que resolveu soltar um rio Amazonas amarelo ali mesmo, no hall. Subimos de volta, pego pano, desinfetante, desço novamente, faço a limpeza, subo, jogo os panos no tanque, pego as caninas e vou para a volta no quarteirão.


Com aquele casaco de pele, a Shih Tzu se arrasta como um jabuti. Não aguenta um quarteirãozinho só, pede colo. É pouco, 5 ou 6 quilos, mas depois de três dobradas de esquina estou ensopado de suor. Melhor tomar um banho antes de “ir pro escritório”.


Agora sim, vamos ao que interessa... Toca o interfone. Penso em fingir que não estou mas o porteiro me viu subindo. Ao atender, escuto: “...desculpe, eu estava limpando aqui o aparelho e acho que bati a mão no seu número...”. OK, calma, tento me lembrar de minha dúzia e meia de livros sobre Zen budismo e meditação.


Então abro aquele projeto em que eu estava mexendo ontem... Toca o telefone. Atendo, não atendo, atendo, não atendo...

Atendo e me avisam que alguém vem entregar a cortina ainda pela manhã. Justo hoje...


Nesse milésimo de segundo em que me distraí com o telefone uma das gatinhas resolve caminhar sobre o teclado e, numa daquelas coincidências que só em filme de Hollywood existe, consegue pisar na exata combinação CTRL ALT Del ou algo do tipo. Meu arquivo simplesmente some da tela e, em desespero, quase choro quando encontro uma cópia no back up automático, vários minutos depois.


Estou suando de novo. Finalmente consigo responder alguns e-mails, falar com um cliente via Skype, então vou dar andamento naquele...


Toca o telefone. Atendo rápido antes que algo pior aconteça. Uma associação liga pedindo doação em dinheiro. Só não respondo que gostaria que me doassem algum também por que... Bem, vamos trabalhar. Termino o layout para o site de um cliente, adianto o material de escritório de outro...


Toca o interfone. Será que o miserável ainda está limpando aquela mer... Ah, não, o tal cara da cortina chegou. É sempre rápido quando a gente não espera, não é mesmo?


A cachorrada faz enorme estardalhaço quando estranhos entram em casa. Acompanho-o na instalação. Quando o Mário Bros das cortinas (com aquele bigode, só pode ser parente) vai embora, já é hora do almoço e vejo que fiquei sem congelados.


Previa ir ao supermercado só amanhã, mas o dia já está quebrado mesmo.


E isso foi só meio período...

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

SOLIDÃO NO CARNAVAL

Assim como a Lua vem depois do Sol e a chuva vem depois das 16h30, aí vem mais um Carnaval.


Como já escrevi anteriormente, meio que “por decreto” a multidão tupiniquim, até aquela de gravatas, ternos, taileurs e escarpins deixa-os de lado para entrar num fantasioso reino de vale tudo.

Muitos dos que passaram o ano todo com comedimento, pessoas até pudicas, de repente, como por encanto, se transformam: homens vestem-se de mulheres, mulheres vestem-se de coisa nenhuma e todos ficam pulando, suando, bebendo, lascivos, sedentos...


Porque não podemos ser lascivos e sedentos o ano todo, mesmo usando ternos e taileurs? Porque é preciso uma festa nacional para se mostrar quem realmente é por baixo da rala camada de verniz? Se Carnaval é uma oportunidade de sexo fácil para muitos, porque esperar o ano todo por esses quatro dias?


Fiquem disponíveis à esbórnia fulltime... Qual o problema? Somos todos adultos, pagamos nossas contas...


No Carnaval todos pulam alegres e felizes. Sorry, não se fica alegre e feliz por imposição de uma data específica. Isso tem outro nome...


E, mágica, todos voltam àquela vidinha mais ou menos na quarta à tarde ou quinta-feira pela manhã.


Não quero escrever uma (mais uma) crítica ao Carnaval. Afinal, analisando mais profundamente, não é o evento anual nem o comportamento das pessoas que me incomoda, mas sim minha (suposta?) solidão.


Não, não me sinto só por não ir pular, não ficar bêbado e suando em bicas num salão ou avenida inundada por barulho (aquilo é música?) ensurdecedor, apertado como sardinha em meio à multidão correndo o risco de ser atropelado por um caminhão de trio elétrico.


Sinto-me só por não ter com quem compartilhar essa minha aversão a tudo isso.


Lembro da época em que minha irmã, dois anos mais nova, saía com a turma de amigos e amigas, primos e primas, todos alegres para a matinê no clube. Eu, criança, já não via sentido em tudo aquilo e ficava sozinho com a Coleção Conhecer, lendo sobre os vikings, sobre as Cruzadas, sobre a chegada à Lua, sobre a vida marinha...



Isso permaneceu até os dias de hoje e, de certo modo, por não haver mais ninguém como eu por perto, fui levado a acreditar que eu era esquisito (ou chato, ou doente, ou maluco, sei lá).


Como seria bom ter tido por perto alguém que não se importasse com a alucinação que toma quase que a todos nessa época, que não ficasse aflito ou aflita por estar ali sentado “enquanto todo mundo aproveita” (?!?), mas que gostasse de ler, como eu, que apreciasse o silêncio, alguém com quem pudesse trocar ideias, filosofar, deixar a mente viajar, falar em voz baixa, contemplando possibilidades imaginárias e, quem sabe, supostamente perceber juntos alguma verdade até então encoberta.


Pessoas assim ficam bem em personagens de filmes e seriados. Duvido que Grisson, ex-CSI, gostasse de pular Carnaval. Mas na vida real, nem o mais simpático personagem tem seguidores quando aquilo que é seu charme vai contra o que a maioria pensa ser normal e está louca pra aproveitar.



terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

2012, NOSTRADAMUS, CALENDÁRIO MAIA...


O paradoxo do FIM DO MUNDO:


- se Nostradamus, o tal Calendário Maia e outros oráculos quaisquer estiverem certos, então não há o que fazer;


- se eles estiverem errados, então não há com que se preocupar.


Esse tal de fim de mundo não tem a menor graça.

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

MONTANDO UM PEQUENO NEGÓCIO


Um colega meu perdeu o emprego recentemente e, precavido, já colocou em andamento seu plano B: vai montar um pequeno negócio, home office.

Mas nessa hora é difícil pensar em tudo, em todos os pequenos detalhes que fazem a diferença. Foi então que resolvi escrever algumas dicas pra ele. Talvez sejam redundantes, tendo em vista as centenas de milhares de páginas na web que tratam do mesmo assunto, mas vou reproduzi-las aqui:

- abra uma conta separada de e-mail (e uma pasta) só para receber mensagens de assuntos profissionais, preferencialmente com o nome curto (estratégia, estratégia...) de seu negócio. Melhor ainda: instale um programa de receber e-mails diferente do particular. Eu uso Outlook para o pessoal e Thunderbird (ótimo e de graça) para o profisisonal;

- se possível, instale o Skype (grátis) em seu PC/note. O pessoal gostou da ideia de não pagar telefone. Talvez tenha de comprar microfone se for PC de mesa, mas é baratinho;

- tb, se possível, tenha uma linha de telefone celular diferente para os contatos profissionais ou, pra economizar, tenha toques bem diferentes para contatos pessoais/familiares/profissionais. Eu já me atrapalhei tendo de atender cliente quando estava em Campos do Jordão, almoçando e tomando o terceiro chopp, imagina...;

- pense no foco de seu negócio e comece a montar um mailing list de possíveis clientes para, posteriormente, fazer uma campanha de e-mail marketing, mais em conta do que mandar imprimir folhetos. Mais em conta, no caso, é “de grátis” se tiver a manha;

- se pensar num site, compute: registro de domínio (seu endereço na web) + hospedagem de site. Não são caros, poderíamos dizer que "é um investimento", mas sai do bolso;

- se quiser economizar ainda mais, monte inicialmente um blog (é de graça). O Blogger e o Wordpress são os mais fáceis de usar. Meus blogs estão no Blogger. Contras: não tem grande maleabilidade de construção (ou seu colega aqui é que não teve paciência para aprender a mexer direito) e blog não tem tanto respeito/seriedade quanto um site com domínio registrado;

- é possível anunciar seus serviço de graça na web: Primeiramão, TodaOferta, Quebarato, SOSClassificados, RuaDireita... ... Retorno? Pequeno, mas de pequeno em pequeno...

- se for montar um home office, existem milhares de dicas na web, mas posso adiantar algumas:

1-se for cliente de TV por assinatura, provavelmente eles te ofereceram um plano e número de telefone extra. Utilize para seu escritório;

2-vc vai precisar de cartão de visitas (faça em gráfica, esqueça os picotados) e, se for enviar propostas a clientes, seria bom ter papel carta “timbrado” (isso não existe mais...), ou seja, com o nome/logotipo de sua empresa. Mas isso dá pra fazer um a um na impressora de casa, imprimindo com qualidade alta ou máxima. A primeira impressão é a que fica, como diz o velho deitado;

3-entre nas tais redes sociais e refaça seu perfil, agora como autônomo, e procure se filiar ou acompanhar grupos afins;

4-japoneses dão preferência a japoneses, judeus dão preferência a judeus, maçons dão preferência a maçons... Já vi por aí e sei que funciona: use em seu site/blog/perfil alguma frase ou algo que remeta a um grupo ao qual pertença: religioso, acadêmico, desportivo, filosófico... Não confunda isso com “se aproveitar”; é apenas mais uma estratégia de marketing numa maneira de tentar obter retorno de um público-alvo específico.

Se eu lembrar de mais, escrevo em breve.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

CONTRA A DEPRESSÃO? PAUSA PRUM CAFÉ!

Fui uma criança muito, mas muito imaginativa, criativa e sonhadora. De uns anos pra cá fiquei meio cético, meio racional demais, mas não consigo deixar de imaginar o tamanho da coincidência depois que li um artigo dizendo que o café, nosso santo cafezinho, pode ter efeito preventivo /profilático contra a depressão.

Os tais estudos chegaram à conclusão de que "a incidência de distimia e de depressão é menor entre adultos e crianças que
tomam 4 xícaras de café por dia em comparação aos que não tomam ou tomam menos que isso".

Segundo o artigo, "o consumo diário de 4 xícaras de café pode ajudar a prevenir a depressão e o suicídio, segundo estudos efetuados em mais de 200.000 pessoas por um período de dez anos por dois grandes centros de pesquisa nos Estados Unidos (Califórnia e Boston), dados estes obtidos pela equipe do autor a partir dos anos 80 entre jovens escolares brasileiros. O fato do café puro ou com leite na dose de 3 a 4 xícaras diárias ser um agente PREVENTIVO da depressão bem como a possibilidade de um fitoterápico de café ser um agente CURATIVO para a depressão coloca o consumo de café e seus subprodutos como prioridade para a ciência médica que visa combater o mal do século, a depressão".

Qual é a coincidência? Eu sou tão fanático por café que meu primeiro blog recebeu como título uma homenagem a ele. Já
meu outro blog, adivinhe...
Um blog voltado à depressão, outro nem tanto ao café, mas tendo-o como tema e título. Estranhas coincidências do destino ou, como diz Leonard Mlodinow em O Andar do Bêbado, apenas nossa humana e confusa mente tentando encontrar significado em coisas não relacionadas?

Pelo sim, pelo não, vou lá agora preparar mais um cafezinho...


Os tais estudos:
- KLATSKY, A.L. et al. "Coffee, Tea, and Mortality," ANN. EPIDEMIOL., 1993 (3), pp. 375-381.

- KAWACHI,I. et.al. "A prospective study of coffee drinking and suicide in women," ARCH. INTERN. MED., 1996 , 11 (156), pp 521-525.

- LIMA, D.R. : CAFÉ, DEPRESSÃO e ALCOOLISMO. - 1a parte . Jornal da ABIC, VIII, 97, 26, 1999

- LIMA,D.R. CAFÉ, DEPRESSÃO e ALCOOLISMO - 2a parte . Jornal da ABIC, VIII, 98, 24 , 1999

- LIMA, D. R. CUIDADO!!! O POPULAR CAFÉ E A PODEROSA MULHER... PODEM FAZER BEM À SAÚDE. Petrópolis: Medikka Ed. Científica, 2001. 111 p.

- LIMA, D. R. MANUAL DE FARMACOLOGIA CLÍNICA, TERAPÊUTICA E TOXICOLOGIA. Rio de Janeiro: Medsi Ed. Científica, 2003. 3 Volumes, 3.456 p.

- FLORES, G., ANDRADE, F. & LIMA D.R.: Can coffee help fighting the drug problem: preliminary results of the Brazilian Youth Drug Study (BYDS). ACTA PHARMACOLOGICA SINICA, Shangai, 2000, 21 (12): pp. 1059-1070.

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

ECOLOGIA, GAIA E A HUMANIDADE

No Estadão de domingo passado li um artigo que fez cair uma ficha.

O cientista inglês James Lovelock, autor da Teoria de Gaia, aquela que diz que a Terra é um organismo vivo e se comporta como tal, deu um outro ponto de vista para aquela urgência, onipresente na mídia global, em salvar o planeta: não é a Terra que está em perigo e precisa ser salva, mas sim a humanidade.

O planeta continuará a existir mesmo que o maltratemos ainda por muito tempo, mas talvez ele fique inabitável para nós, meros e mortais humanos.
Isso inverte toda a lógica das campanhas para salvar o planeta. Ou, no mínimo, acrescenta um enorme "senão...".

Mas ele termina a entrevista dizendo uma frase com a qual não concordei.



Ao ser perguntado sobre que conselho Gaia, a deusa Terra, daria aos homens, disse que seria algo como “Cuidem de si mesmos e sobrevivam. Vocês são meu organismo mais importante.


OK, ele é cientista e eu sou apenas um mané escrevendo sobre o que não entendo completamente, mas dizer que somos o mais importante órgão do planeta é forçado até para o mais crente dos crentes da nova era.


A Terra - e o Universo todo - não precisa de nós. Absolutamente. Para nada.


Ceifar a humanidade da face da Terra seria um alívio para ela, pois somos a única espécie que estraga tudo o que vê pela frente e ainda não sabemos como sobreviver sem destruir, como fazem todos os outros animais. Nosso sumiço seria, talvez, como cortar uma unha ou cabelo comprido que estivesse incomodando: não dói, pelo contrário, alivia.


Um cientista respeitado como ele deveria tomar mais cuidado com a visão antropocêntrica do Universo. Não somos o centro de tudo nem a medida de todas as coisas, muito pelo contrário.


Acredito mais em Iggy Pop e em Talking Heads: somos apenas os passageiros e estamos em uma viagem para lugar nenhum.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

DECISÕES

A sabedoria popular diz que ano começando com bastante chuva é sinal de abundância. Verdadeiro se pensarmos num Brasil de 100 ou mais anos atrás, país eminentemente agrícola com grande parte da população ligada à atividade primária. Mas as coisas mudaram.

Ainda somos uma nação exportadora de commodities do campo mas nossa população, além de migrar para os centros urbanos e adotar as atividades secundárias e terciárias como meio de sustento, aumentou consideravelmente e passou a ocupar desordenadamente o solo.

Em vista das tragédias do início deste ano, muito óbvio é culpar a chuva. Alguns culpam a Natureza, como se ela estivesse se vingando do Homem, outros apelam à Teoria do Caos, culpam isso e aquilo... Nada como encontrar um bode expiatório nessas horas.

A real responsabilidade, ou falta dela, é das decisões do Homem. Algumas decisões erradas, equivocadas, desinformadas e até de má fé resultaram em mortes pela simples ignorância das condições de solo, matéria sobre a qual o Brasil não é deficiente em tecnologia e informação.
Bastava alguém verdadeiramente se preocupar com isso e, baseado nesse conhecimento, tomar decisões corretas, mesmo que impopulares, trabalhosas e custosas.

Então, que 2010 seja um ano de decisões sensatas, pensadas, ponderadas, bem informadas e que assumamos nossa responsabilidade por elas, lembrando sempre que talvez não possamos controlar todos os eventos resultantes de milhares de variáveis imponderáveis, mas que isso não nos isenta da responsabilidade de decidir qual passo dar hoje.