Você talvez esteja se perguntando que raios de feriado é esse do 9 de Julho.
Tenta lembrar de algum santo, de uma passagem nas fábulas cristãs e nada.
Não, não é o dia de um rapper famoso, nem da reformulação do Run DMC nem uma banda concorrente do KLB.
Bem, não é uma homenagem à avenida em São Paulo...
Pô, não lembra de seus tempos de escola?
Nove de Julho é uma lembrança do M.M.D.C., acrônimo pelo qual se tornou conhecido o levante revolucionário paulista, em virtude das iniciais dos nomes dos estudantes Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo, mortos pelas tropas federais num confronto ocorrido em 23 de maio de 1932, que antecedeu e originou a Revolução Constitucionalista de 1932.
Eu acho que o acrônimo deveria ser M.E.D.A., pois os primeiros nomes deles eram Mário, Euclides, o conhecido Dráuzio e o Antônio. Porque sobrenomes de uns e nome do outro?
Aliás, um outro estudante, o Orlando de Oliveira Alvarenga, morreu somente três meses depois e, por isso, ficou fora da sigla. Então lembre: se for lutar por uma causa, morra logo de cara para não ser esquecido no futuro.
E mais: se for lutar por algo, lute pela coisa certa tentando visualizar o futuro. Esses caras, os MMDC e também o A que citei no parágrafo anterior, podem ser os culpados pela existência do Congresso Nacional! Se não fossem eles aquele antro não existiria, nem a Assembléia Legislativa nem as Câmaras.
Detalhe: a História nos conta da poética morte destes “estudantes”, mas um deles tinha 31 anos e era fazendeiro em Sertãozinho; outro tinha 30 e era comerciante. Eles ainda estavam na escola com essa idade? E o Dráuzio, então, que tinha apenas 14 anos, o que estava fazendo altas horas da noite na rua, em meio a um levante revolucionário no qual, desconfio, muito provavelmente diversos manifestantes moviam-se impulsionados por cerveja e outros combustíveis com teor alcoólico mais elevado para invadir a sede do PPP – Partido Popular Paulista?
A história, no Brasil, é talvez a coisa mais injustamente negligenciada e propositalmente distorcida que temos.
Junte você também um bando à noite e tente invadir algum edifício do Governo.
Vais ficar famoso...
quinta-feira, 8 de julho de 2010
MMDC
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sexta-feira, 2 de julho de 2010
DUNGA E A LIDERANÇA
Como sou um marciano em se tratando de futebol, sempre estranho os comentários durante um jogo: o técnico e os jogadores são os mesmos nos 90 minutos, mas se o time está ganhando todos os comentaristas tecem os mais variados elogios. É só o jogo virar e todo mundo começa a malhar. Esquecem que os que estão ali em campo são os mesmos que há pouco recebiam elogios.
Aliás, um parêntese: na Copa em que Ronaldo “o fenômeno” jogou fiquei tentando enxergar onde estava o fenômeno e não vi nenhum. Nesta agora juro que tentei enxergar “o talento” de Robinho e “o talento” de Kaká, mas também não consegui. Acho que devo parar de assistir às Copas, pois quando assisto os talentos e fenômenos não conseguem se manifestar. Será que o problema é comigo?
Começo a desconfiar que todos os fenômenos e talentos são apenas a necessidade humana de ter heróis ou, em outras palavras, apenas propaganda enganosa... E, claro, sempre há uma boa desculpa para sua não-manifestação: um estava se recuperando de cirurgia, outro não estava 100%, outro isso, outro aquilo. Se é vero, então pq não os deixam em casa? Não é irresponsabilidade levar um enfermo a campo?
Mas a alternância de elogios e críticas não acontece apenas com radialistas: procure na internet (rápido, antes que apaguem) e encontrará diversos artigos com elogios inflamados à “liderança nata” de Dunga e as lições que este técnico nos deixou em planejamento, comprometimento, coerência, atitude, paixão e emoção... E olha que alguns destes artigos foram escritos por “mestre em Administração pela USP”, só pra citar um exemplo. Chegaram a elogiar sua “paciência e simplicidade”, quem diria.
Veja dois parágrafos retirados de artigo na VOCÊ S/A: “Numa batalha travada no palco decorado com as cores e humores do adversário, cercada de polêmicas preliminares e rivalidade histórica, o futebol pentacampeão mostrou insuperável solidez, inesperada inteligência e implacável eficácia. Uma equipe com a inconfundível marca do seu líder”. “Sem dúvida uma história inspiradora para muitos de nós que acabaram de chegar a uma posição de liderança e enfrentam, ainda, a desconfiança de um ambiente altamente competitivo”.
Ou seja: se saísse dessa vencedor, Dunga viraria livro de administração, seria tema de aulas em MBAs, utilizado como exemplo por gurus de estratégias e mencionado em todo o tipo de palestra motivacional e engrandecedoras mensagens de e-mails.
Moral da estória: não importa o que vc faça, quanto você faça nem como faça. Só importa o RESULTADO. É dele que o resto se desenrolará. É ele, e só ele – não seu esforço, nem sua dedicação ou seu sangue, suor e lágrimas – que determinará se você é herói ou incompetente.
Aliás, um parêntese: na Copa em que Ronaldo “o fenômeno” jogou fiquei tentando enxergar onde estava o fenômeno e não vi nenhum. Nesta agora juro que tentei enxergar “o talento” de Robinho e “o talento” de Kaká, mas também não consegui. Acho que devo parar de assistir às Copas, pois quando assisto os talentos e fenômenos não conseguem se manifestar. Será que o problema é comigo?
Começo a desconfiar que todos os fenômenos e talentos são apenas a necessidade humana de ter heróis ou, em outras palavras, apenas propaganda enganosa... E, claro, sempre há uma boa desculpa para sua não-manifestação: um estava se recuperando de cirurgia, outro não estava 100%, outro isso, outro aquilo. Se é vero, então pq não os deixam em casa? Não é irresponsabilidade levar um enfermo a campo?
Mas a alternância de elogios e críticas não acontece apenas com radialistas: procure na internet (rápido, antes que apaguem) e encontrará diversos artigos com elogios inflamados à “liderança nata” de Dunga e as lições que este técnico nos deixou em planejamento, comprometimento, coerência, atitude, paixão e emoção... E olha que alguns destes artigos foram escritos por “mestre em Administração pela USP”, só pra citar um exemplo. Chegaram a elogiar sua “paciência e simplicidade”, quem diria.
Veja dois parágrafos retirados de artigo na VOCÊ S/A: “Numa batalha travada no palco decorado com as cores e humores do adversário, cercada de polêmicas preliminares e rivalidade histórica, o futebol pentacampeão mostrou insuperável solidez, inesperada inteligência e implacável eficácia. Uma equipe com a inconfundível marca do seu líder”. “Sem dúvida uma história inspiradora para muitos de nós que acabaram de chegar a uma posição de liderança e enfrentam, ainda, a desconfiança de um ambiente altamente competitivo”.
Ou seja: se saísse dessa vencedor, Dunga viraria livro de administração, seria tema de aulas em MBAs, utilizado como exemplo por gurus de estratégias e mencionado em todo o tipo de palestra motivacional e engrandecedoras mensagens de e-mails.
Moral da estória: não importa o que vc faça, quanto você faça nem como faça. Só importa o RESULTADO. É dele que o resto se desenrolará. É ele, e só ele – não seu esforço, nem sua dedicação ou seu sangue, suor e lágrimas – que determinará se você é herói ou incompetente.
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terça-feira, 22 de junho de 2010
DIGA NÃO À FESTA DO PEÃO
Assim como na antiguidade a turba alucinada se reunia para ver os gladiadores na arena e os prisioneiros serem crucificados, uma enorme quantidade de bárbaros ainda se reúne em festas com rodeios.
Os circos estão evoluindo e deixando de usar animais para divertir humanos descerebrados, mas a turma do estilo jeca (que eles preferem chamar de country) teima em não evoluir.
O melhor e talvez único jeito de combater a estupidez que são essas festas com rodeios é atingi-los onde dói mais: no bolso, no faturamento, na bilheteria.
Boicotar, e boicotar não apenas o evento, mas todos os patrocinadores, produtos, artistas e demais envolvidos. Para estes, participar de eventos assim é um negócio como outro qualquer, visa o lucro e a divulgação. Ora, se o “retorno” não for bom...
Deixem de tomar a cerveja que patrocina o evento e no ano que vem talvez ela não esteja mais apoiando essa arena de insanidade.
Não comprem CDs dos artistas que ali se apresentam.
Não votem nunca mais no prefeito que permite esse tipo de atividade em sua cidade.
Mas só boicotar não basta, é preciso que os boicotados saibam o motivo do boicote.
Deixem mensagens no site da cerveja, do artista, do candidato. Não precisa ser agressivo, mal educado, calamitoso, nem nada, basta dizer que não apóia a tortura de animais e que não quer ter laços com torturadores ou com quem a apóia.
Não pense que está sozinho nisso e seu protesto não fará diferença. Assim como você, muitos outros podem pensar assim.
Vá em frente, faça sua parte. Como diz no comercial de TV, “se não puder fazer tudo, faça tudo o que puder”.
Se não sabe porque deveria boicotar esse troço, essa anomalia importada dos EUA, então procure ler um pouco a respeito. Pode começar por aqui:
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segunda-feira, 21 de junho de 2010
PC "DE MARCA" NUNCA MAIS
Existem as mais diversas discussões na internet, em fóruns e grupos específicos, sobre qual a melhor aquisição, se um computador Frankenstein, montadão, conhecido também como da “linha cinza” ou aqueles “de marca” e, nesse caso, me refiro aos HPs, Dells, Positivos, StIs e outros.
Geeks e o pessoal escovador de bits e bites tendem para os montados, consumidores leigos muitas vezes preferem os “de marca” adquiridos em grandes lojas de shoppings.

Que uma coisa fique clara: não existe PC que não dê problema. Se existe, para mim é como disco voador: nunca vi.
Assim, de todos o pior problema é, em minha opinião, a hora do conserto. E aí os montados me parecem levar vantagem.
Esses você leva na técnica ali da esquina, chora, implora e no máximo em três dias os caras te devolvem a máquina funcionando, com tudo reinstalado no lugar.
No caso dos “de marca” isso é impossível.
Além da imensa burocracia e uma quantidade enorme de informações a serem preenchidas em meia dúzia de formulários, eles não fazem backup de sua máquina, ou seja, se no conserto for necessário apagar tudo e reinstalar o sistema, azar o seu se não tiver feito backup antes.
Além da imensa burocracia e uma quantidade enorme de informações a serem preenchidas em meia dúzia de formulários, eles não fazem backup de sua máquina, ou seja, se no conserto for necessário apagar tudo e reinstalar o sistema, azar o seu se não tiver feito backup antes.
Além disso, dão prazos para devolução da máquina como se estivessem falando de um brinquedo e não de um instrumento de trabalho. Vinte dias sem computador é um mês perdido...
Quando comprei um Dell e a placa-mãe pifou pouco depois da garantia de um ano expirar decidi enviá-lo pro conserto numa assistência técnica "não oficial" depois de analisar a relação custo x benefício x prazo de serviço.
Agora, com um novíssimo e poderoso HP ainda na garantia, outra vez um placa-mãe me deixou órfão. Dei entrada na assistência “oficial” no dia 10 de junho. Hoje, dia 21, liguei para o Suporte HP e me disseram que “a máquina está em processo de análise e tudo está dentro do prazo estipulado em contrato”.
Grande merda.
Aprendi e passo a lição a você: na hora de comprar um computador, esqueça grandes lojas de shoppings e marcas. Vá a uma dessas assistências aí em seu bairro e encomende uma máquina. A luta na hora de exigir conserto rápido será menos desfavorável que contra uma HP ou Dell.
PC “de marca” nunca mais.
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terça-feira, 15 de junho de 2010
Copa, África e "os" vuvuzelas
No carro, voltando pra casa, procurando aguma música decente pra ouvir entre as rádios ouço, de passagem, que a FIFA estava estudando proibir a entrada de "vuvuzelas" nos estádios onde se realizam os jogos da Copa.
De imediato, me ocorreu que deveriam estar se referindo a alguma tribo do interior da África e seus integrantes não muito afeitos às maneiras civilizadas de comportamento aceitas atualmente.
Talvez andassem nus ou fossem muito agressivos, vai saber.
Logo imaginei os problemas que decorreriam da proibição da entrada destes pobres selvagens nos estádios: acusações de discriminação, protestos dos defensores de direitos humanos, um precedente perigoso num país conhecido pela segregação racial.
Só ao final da tarde, lendo jornal, que descobri que vuvuzela não era nome de uma tribo, nem de nenhum ser humano e que minha preocupação humanística globalizada não tinha razão de ser.
Realmente, futebol não é comigo.
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sexta-feira, 4 de junho de 2010
O RISOTO DA PEUGEOT
Fiquei intrigado com o comercial de TV da Peugeot e mas intrigado ainda quando vi na internet uma discussão sobre os “significados” do comercial, como se ele fosse uma obra com conteúdo profundo a ser analisado.
Muito pareciam, na verdade, procurar pelo em casca de ovo... Alguns foram pelo caminho de que a equipe de redatores tentou dizer que a picapinha, apesar de foco aventureiro, é para gente “normal”, que cozinha, que faz risoto...
Pior: olha gente, a picapinha tem só aparência de aventureira, mas é só aparência. Você que fica na cozinha fazendo risoto pode comprar também que não vai te fazer mal não, viu?!...
No comercial o narrador diz que nunca praticou diversos esportes e atividades radicais, de risco e, de repente, diz que o risoto dele nós precisamos experimentar.
Se é isso, se comer o risoto dele é um risco, concluo então que nem homem de forno e fogão ele é.
E é mesmo: é uma picapinha urbana que recebeu uns plásticos, os primeiros a quebrar com qualquer encostadela, pra parecer fora de estrada (leia esse post mais antigo sobre assunto parecido).
Viajei?
Viajei?
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domingo, 23 de maio de 2010
MILAGRES II
- Cê viu? Outro milagre.
- Onde? Quando?
- Na Índia. Caiu um avião, 166 pasageiros, 8 sobreviveram.
- Ah, mas aí não é milagre...
- Como assim? Só seria milagre se sobrevivesse apena um?
- É...
- Onde? Quando?
- Na Índia. Caiu um avião, 166 pasageiros, 8 sobreviveram.
- Ah, mas aí não é milagre...
- Como assim? Só seria milagre se sobrevivesse apena um?
- É...
sexta-feira, 21 de maio de 2010
ILUSÃO DE ÓTICA??
Tempos atrás a Ford Brasil foi ovacionada por toda a mídia ao lançar o Ecosport. Afirmavam todos que o carro havia inaugurado um novo nicho de mercado - o que era verdade, mas era verdade também, e que ninguém admitiu, que o tal nicho era o dos sem dinheiro pra comprar um SUV de verdade...
Tive um e me arrependi amargamente. A versão 1.6 é fraca, montada sobre a plataforma do Fiesta, não aguenta o peso extra. O câmbio "derreteu" duas vezes e o interior era extremamente barulhento. Mesmo assim achava, e ainda acho, o Eco um carro de design bacana.
Divulgando em seu comercial que o Soul é "o carro design" (design o quê? Ruim? Louco? Extraterrestre?), afirma que teve alta aprovação em pesquisas sobre sua aparência. Você foi um dos pesquisados? Conhece alguém? Eu não...
De qualquer modo, o Soul parece mesmo buscar um novo nicho de mercado. Não é sedã, não é hatch, não é SUV, não é furgão, não é... Me parece um rabecão moderninho. Poderia ser usado como alternativa aos tradicionais carros-fúnebres, para enterro de artistas e gente modernete, por exemplo.
Talvez você tenha gostado dele, talvez não. Mas a disputa por um nicho, seja qual for, já dá frutos: não é que o Novo Uno parece um filhote do Soul?
Justo a Fiat, que trouxe para seus carros o design-mais-que-perfeito de Giugiaro (Linea, Punto) foi se inspirar no quadradão coreano.
Vai entender...
sexta-feira, 14 de maio de 2010
MILAGRE
Imagine você andando em sua bike nova, ciscando de nova, com trocentas marchas para subir ladeiras e correr por aí. De repente, numa curva, óleo na pista.
Você cai, se arrebenta todo, vai pro pronto-socorro. O médico, depois de uns exames, vem com um sorriso nos lábios e um RX na mão, dizendo:
- Milagre!! Quebrou todo os ossos do corpo, menos um!
Você iria mandá-lo à merda ou não?!
Então imagine que você comprou uma caixa de bombons pra sua namorada nova (bons tempos em que se fazia isso, heim?!). Você entrega a caixa e ela, ao desembrulhar o primeiro bombom, exclama:
- Nossa, está estragado!
E estava mesmo. Ela abre outro, com um sorriso no rosto, dá na mesma. Dá um suspiro, abre outro, mesma coisa. Ao final da caixa, quando ela tira o papel do último, já com uma cara não muito boa e imaginando que você comprou numa liquidação fora do prazo de validade, finalmente um bombom que parece comestível.
Você se arriscaria a comentar sobre o "milagre"?
Então porque cargas d'água quando ocorre um acidente no qual morre uma pá de gente, mas sobrevive UM, todo mundo sai dizendo que é milagre?
Que milagrinho fajuto, sô.
Pela última vez: milagre seria se NÃO MORRESSE NINGUÉM!
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quarta-feira, 12 de maio de 2010
DONA ROSA
Minha mais forte recordação dela somos nós dois, em plena tarde de sol, sentados no sofá da sala, ela fazendo tricô (ou aquilo era crochê, nunca sei) e eu comendo biscoitos.
Volta e meia, olhando sobre os óculos, ela dava uma espiadela na TV em preto e branco em que eu assistia aos desenhos do Pernalonga.
Gordinho, às vezes eu “matava” um pacote de bolacha ou salgadinho e ela me dava dinheiro pra ir correndo durante o intervalo comprar outro na venda da esquina.
Enquanto minha mãe, professora de primário, trabalhava meio período – que era quase que o dia inteiro pois gastava horas de ônibus entre o Ipiranga e São Caetano – ela que tomava conta de mim.
Nos raros momentos de sarcasmo, gostava de lembrar à família toda cenas de quando eu era bem pequeno, coisas envolvendo nariz escorrendo, fraldas cheias, medos... Não era por mal, claro, era só pra rirmos um pouco.
Minha avó paterna, a Dona Rosa, 93 anos, faleceu hoje.
segunda-feira, 10 de maio de 2010
ARCO E FLECHA E LASER AO MESMO TEMPO

Pois é: enquanto a imprensa especializada fala de nossas deficiências primárias o governo se prepara para torrar R$13 BILHÕES para alavancar o projeto, cujos detalhes ainda são um mistério.

Isso é bom? Chegará a quem realmente precisa? Não sei. Esse país, muitas vezes, me parece aquele cara que deixa de comer direito para comprar um carro novo, entende? Porque não cuidar do básico primeiro?
Além do mais, se você quer mesmo banda larga vá morar no Japão. Em 2008, por lá já era normal uma conexão por fibras óticas de 5Mbps para downloads e 11,25Mbps para navegação, a preços que a maioria podia pagar, enquanto que por aqui isso ainda é utopia até mesmo para a classe A.
A tal “banda larga” de que o governo fala e na qual pensa em investir aqueles bilhõezinhos – piada - é de 512k... ka...ka...ka...ka...
Esse dinheiro não ficaria melhor na saúde? Reforma Agrária? Na habitação?
Não, vamos navegar pela internet na esfuziante velocidade de uma lesma bêbada enquanto a maioria do povo ainda vive na miséria.
O Financial Times parece ter razão, não?!
Que mania mais terceiromundista essa do governo se meter onde não deve nem precisa. Nos EUA há ou houve algo semelhante à Embrafilme? A Europa tem algo parecido com a Telebrás?
Não. Lá a iniciativa privada se ocupa disso e o governo cuida do básico: saúde, transporte, educação, moradia.
Queremos muito ser primeiro mundo, mas as cabeças estão ancoradas no fundo do terceiro.
E

Especialistas em tráfego, engenheiros e urbanistas são a favor.
Eu acho que vai sobrar: pros motoristas, aqueles que têm horário pra chegar ao trabalho todo dia, um transtorno de meses ou até anos durante as obras. Pro contribuinte, a conta da lambança.
Só vão ganhar mesmo os diretamente ligados às obras: engenheiros, empreiteiras, o próprio governo municipal. Superfaturamento, acidentes, contratos suspeitos e, no final, os famigerados outdoors com a frase “Obra de Fulano de Tal”.
Sei que não dá pra fazer omeletes sem quebrar ovos, mas as últimas omeletes paulistas fizeram muita sujeira na cozinha por tempo demais e ninguém veio limpar depois. E, afinal, nem ficaram tão gostosas como prometido.
Paulista é gato escaldado: já viu alguma obra recente que tenha dado certo?
Entregado “de verdade” o que prometeu?
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sexta-feira, 7 de maio de 2010
Muitas mães para um dia só!
Eu ia preparar algo para o Dia das Mães, mas uma série de outros compromissos me desviaram a atenção e meu tempo.
Mas recebi de um colega o texto e fotos que publico abaixo. Melhor ele que eu, pois tem mais experiência: está cercado delas por tudo que é lado.
Olá! Tudo bem?
Geralmente essa incumbência de escrever artigos em datas importantes ou assuntos de alta relevância é do meu sócio, o Alberto Matos. Contudo, dessa vez, para o DIA DAS MÃES resolvi sair na frente simplesmente pelo fato de ter mais experiência nesse negócio de mãe.
Sou o sétimo filho, com três irmãs mais velhas, duas delas pela grande diferença de idade me tratavam como filho. Quer dizer, me tratam como filho até hoje.

Além delas e de minha mãe, tenho sogras, isso mesmo sogras. São três casamentos e, segundo o novo Código Civil, você se divorcia somente da esposa, sogra é pra sempre e continua de certa forma sendo sua parenta.
Então, recontando, são seis e se considerarmos as mães dos meus filhos, tenho perto de mim mais duas, aí já são oito. Como seria injustiça deixar minha atual esposa de fora, que embora não tenha filhos trata os meus quatro docinhos (três meninas e um menino) como se dela fossem, vou incluí-la com louvor.
Afinal, ela é a única que teve escolha de gostar ou não dos nossos filhos. Sim nossos! Agora ela é a mãe de todos, pois ama a todos da mesma forma. Bom, pra quem já se perdeu na conta lembro que agora são nove.
Isso mesmo, nove lindas e maravilhosas mães. Elas me deram de tudo. Minha mãe biológica me deu mais duas mães, minhas duas primeiras sogras duas namoradas, depois duas esposas e depois duas ex-posas. É , é assim mesmo que escrevo: ex-posas, porque tenho a amizade delas até hoje e convivemos em perfeita harmonia e porque sempre colocamos a felicidade dos filhos em primeiro lugar.
Minha ultima e atual esposa pretende ser mãe biológica no ano que vem, o que deverá ser por inseminação, sou vasectomizado. Isso poderá gerar gravidez gemelar. Com sorte serão dois, mas podem ser três, quatro...
Imaginando na melhor hipótese dois e se forem duas meninas, serão mais cinco futuras mamães perto de mim, o que levaria ao número de quatorze Mamães.
Sou ou não sou um felizardo?
Tudo isso pra dizer o quanto todas vocês, Mães biológicas ou não, são tão importantes em nossas vidas.
Feliz Dia das Mães!
Rogerio Machado
Mas recebi de um colega o texto e fotos que publico abaixo. Melhor ele que eu, pois tem mais experiência: está cercado delas por tudo que é lado.
Olá! Tudo bem?
Geralmente essa incumbência de escrever artigos em datas importantes ou assuntos de alta relevância é do meu sócio, o Alberto Matos. Contudo, dessa vez, para o DIA DAS MÃES resolvi sair na frente simplesmente pelo fato de ter mais experiência nesse negócio de mãe.
Sou o sétimo filho, com três irmãs mais velhas, duas delas pela grande diferença de idade me tratavam como filho. Quer dizer, me tratam como filho até hoje.

Além delas e de minha mãe, tenho sogras, isso mesmo sogras. São três casamentos e, segundo o novo Código Civil, você se divorcia somente da esposa, sogra é pra sempre e continua de certa forma sendo sua parenta.
Então, recontando, são seis e se considerarmos as mães dos meus filhos, tenho perto de mim mais duas, aí já são oito. Como seria injustiça deixar minha atual esposa de fora, que embora não tenha filhos trata os meus quatro docinhos (três meninas e um menino) como se dela fossem, vou incluí-la com louvor.
Afinal, ela é a única que teve escolha de gostar ou não dos nossos filhos. Sim nossos! Agora ela é a mãe de todos, pois ama a todos da mesma forma. Bom, pra quem já se perdeu na conta lembro que agora são nove.
Isso mesmo, nove lindas e maravilhosas mães. Elas me deram de tudo. Minha mãe biológica me deu mais duas mães, minhas duas primeiras sogras duas namoradas, depois duas esposas e depois duas ex-posas. É , é assim mesmo que escrevo: ex-posas, porque tenho a amizade delas até hoje e convivemos em perfeita harmonia e porque sempre colocamos a felicidade dos filhos em primeiro lugar.

Imaginando na melhor hipótese dois e se forem duas meninas, serão mais cinco futuras mamães perto de mim, o que levaria ao número de quatorze Mamães.
Sou ou não sou um felizardo?
Tudo isso pra dizer o quanto todas vocês, Mães biológicas ou não, são tão importantes em nossas vidas.
Feliz Dia das Mães!
Rogerio Machado
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terça-feira, 27 de abril de 2010
E EU ACREDITEI...
“O STP é um sistema de negócios,uma forma de alinhar na melhor seqüênciaou formato as ações que criam valor, realizar atividades de forma eficiente ecada vez mais eficaz, sendo possível fazer cada vez mais com cada vez menos (Shingo, 1996)”
“O Sistema de Produção Enxuta ou Sistema Toyota de Produção (STP) está sendo implementado em várias empresas ao redor do mundo para se atingir um alto grau de desempenho e competitividade, acelerar seus processos, reduzir perdas e melhorar a qualidade. Este artigo tem como objetivo demonstrar os princípios do sistema de uma forma ampla (filosofia) que resultaram na conquistada liderança do mercado mundial de automóveis por parte da Toyota.”
“5Ss: Aprenda o programa 5Ss com a fábrica da Toyota no Japão - Aumente a produtividade e segurança em seu ambiente de trabalho aplicando o programa 5Ss. Veja as fotos de como aplicam o conceito 5Ss na fábrica da Toyota”.
“O Sistema de Produção Enxuta ou Sistema Toyota de Produção (STP) está sendo implementado em várias empresas ao redor do mundo para se atingir um alto grau de desempenho e competitividade, acelerar seus processos, reduzir perdas e melhorar a qualidade. Este artigo tem como objetivo demonstrar os princípios do sistema de uma forma ampla (filosofia) que resultaram na conquistada liderança do mercado mundial de automóveis por parte da Toyota.”
“5Ss: Aprenda o programa 5Ss com a fábrica da Toyota no Japão - Aumente a produtividade e segurança em seu ambiente de trabalho aplicando o programa 5Ss. Veja as fotos de como aplicam o conceito 5Ss na fábrica da Toyota”.
“O Modelo Toyota - 14 Princípios de gestão do maior fabricante do mundo”, de Jeffrey K. Liker.

Teses acadêmicas, artigos em milhares de sites e revistas sobre management, palestras proferidas por consultores e gurus da administração em todos os países, livros e constantemente citada como exemplo em aulas de cursos superiores e MBAs (eu que o diga...), a Toyota conquistou o mundo com o seu ultracultuado modelo de produção.
Os mais exaltados não se cansavam de compará-la à GM, apontando como esta última, antes gigante inabalável do setor automobilístico, fora passada para trás pela empresa nipônica.
Desmanchavam-se em elogios à japonesa e crucificavam, desdenhavam a americana que tinha um sistema antiquado de produção, de gerenciamento, estratégia de lançamento de produtos equivocada, etc., etc.

Ninguém, ao menos que eu tenha notícia, em nenhum momento criticou o modelo Toyota. Ninguém parou para pensar que nessa ânsia desenfreada como se quisesse dominar o mundo em algum momento algo pudesse desandar.
Pois é. A GM ainda está aí, firme e forte, enquanto que a Toyota...
Estranhamente, é difícil agora encontrar na internet as capas das edições passadas das revistas que tanto elogiaram o tal STP japoronga, os artigos que li, os PDFs e os slides que infelizmente não salvei.
Claro, apagaram tudo rapidinho. Quem iria continuar dando crédito a um manager ou consultor que se melava todo de elogiar a empresa japonesa?
Se ninguém, nenhum consultor, professor, articulista ou jornalista previu que algo assim pudesse acontecer, então tome mais cuidado da próxima vez que surgir uma “onda” em torno de uma empresa ou determinado assunto, desconfie. Mas desconfie mesmo.
Ondas são, por sua característica intrínseca, fugazes. Vão embora tão rápido quanto chegam.
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quinta-feira, 15 de abril de 2010
E POR FALAR EM CAFÉ...
Tempos atrás houve grande celeuma e discussões acaloradas sobre cafeterias. A rede Starbucks estava para chegar ao Brasil e foi, através de diversos comentários e posts na internet, bem-vinda e demonizada por montes de pessoas de ambos os lados.

E foi bem-vinda por muitos, que para lá se deslocaram e beberam várias xícaras de “conceito”...
Nas discussões de nível menos raso, a preocupação era o preço do café-com-conceito. Um parêntese: sim, a rede tem um conceito, sua marca tem alma, mas vende sim café, e cafés especiais do mundo inteiro de qualidade inquestionável.
A questão nesses fóruns e nos diversos e-mails que troquei com colegas era se o brasileiro médio estaria disposto a pagar 4 ou 5 reais – era o valor que se estimava – por um cafezinho na Starbucks enquanto costumávamos pagar R$1,00 ou R$1,30 em outras cafeterias já estabelecidas aqui.
A resposta agora é óbvia: sim, está mais que disposto. Basta passar em frente a qualquer loja da rede, especialmente as de shoppings (criticadas por essa localização, pois perdiam o charme das de rua como em NY) e perceber que em muitos horários nem se encontra lugar pra sentar.
E mais: o tal brasileiro médio se mostrou tão disposto a pagar bem mais caro por café e conceito que outras redes, antes “sem conceito”, reestilizaram suas lojas e alinharam seus preços para cima, acompanhando a recém-chegada.
Marqueteiros de plantão que duvidavam que esse “P” estivesse adequado ao mercado nacional tiveram de rever seus conceitos. O fenômeno foi o inverso do esperado: uma rede com produtos mais caros encareceu todo o mercado.
Noutro causo, tempos depois, chega a Nespresso. O Madia escreveu primeiro o que eu já pensava em escrever, mas aí vai: cafés especiais, lojas fantásticas, atendimento impecável, máquinas bacanas para você fazer seu espresso em casa, mas...
Péra lá: as máquinas deles só fazem café com o café deles, pois utilizam um “exclusivo sistema de cápsulas”, o que significa não poder utilizar nenhum outro tipo ou marca de café que não o deles ao adquirir uma máquina daquelas.

Funcionou no começo, ou até esse momento, pois os early users endinheirados já correram para a novidade. Mas mesmo eles começam a reclamar, pois não encontram as tais cápsulas facilmente por aí.
Para quem comprou uma máquina Nespresso, tomar café em casa obriga a uma visita às lojas Nespresso sempre que seu estoque de cápsulas acabar.
Em tempos de desbloqueio de celular, uma empresa vem e bloqueia seu sagrado café. Estranho isso, não? Será que vai pra frente?...
Se você é da turma que acha ridículo pagarmos caro para tomar nosso próprio café exportado pra lá como commoditie e em seguida ele mesmo importado como artigo de luxo após receber uma etiqueta de grife, pense: enquanto ainda nos esfacelamos para baixar o preço da saca de café e concorrer com outros diversos países lucrando migalhas com um produto da indústria primária, outros países vendem "conceitos", máquinas, filtros de papel e outros diversos, todos em torno do mesmo café, lucrando muito mais com a indústria terciária.
Quando seremos, de fato, o país do futuro?
quarta-feira, 24 de março de 2010
SUA EMPRESA TEM CAMISA, CALÇA E SAPATO?
Se você trabalha numa grande empresa, com certeza já os viu. Se ela é média, provavelmente já viu. Se for pequena, se não viu, verá.
Por algum motivo qualquer, perdido em meio aos modismos de administração que infestaram todas as mídias e rechearam estantes interias sobre eles nas livrarias, as empresas resolveram que era importante dizer ao público a que vieram.
O intuito é nobre: criar uma espécie de estatuto que, supostamente, traduziria as intenções da empresa em relação ao mercado e nortearia as ações e comportamento de seus funcionários.
Mas é mais que isso. São três parágrafos que tentam, com todas as letras, passar certa imagem ao público.

Funciona mais ou menos assim: imagine que você vai sair pela primeira vez com uma garota no próximo sábado, está “afinzão” dela, ansioso, e fará o possível para causar uma determinada impressão. Afinal, é a primeira que fica.
Não importa se você passa a semana toda de chinelo de dedo, sujo de graxa ou cheirando a peixe, sem fazer a barba e com o cabelo oleoso grudado na testa.
No sábado pela manhã você mobiliza toda a sua família, fica horas implorando a seu pai que lhe empreste o carro, pede à empregada que passe melhor aquela camisa e à sua mãe que lhe ajude a escolher a melhor combinação de calça e sapato. À noitinha você corre pro banheiro e se dá aquele trato: banhão, gel no cabelo, cara limpa e lisa como bunda de nenê.
Então lá vai você pro seu quarto decidir qual camisa, calça e sapato irão causar a melhor impressão e, quem sabe, transformar aquele amor platônico numa noitada no motel mais próximo.
Viu? É assim que as empresas escrevem a famosa trinca “missão, visão, valores”.
Movimentam um grupo de funcionários, muito provavelmente o pessoal de marketing junto, e decidem quais as três frases que irão representar a empresa para causar a melhor impressão possível.
Muitos dos funcionários, do presidente ao porteiro, de tanto repetir o mantra podem começar a acreditar naquelas três frases, mesmo sem verificar se na realidade as colocam em prática.
O necessário é passar a melhor imagem, causando a tal primeira boa impressão. Depois, consumidor fisgado e transformado em cliente, a empresa pode, como nosso carinha ali de cima, voltar à graxa.
Se fossem honestas – consigo mesmas e com o público – toda e qualquer empresa poderia ter um quadro mais ou menos assim:
VISÃO – percebemos um nicho de mercado que nos dará retorno excelente, pois detemos com exclusividade a tecnologia para atendê-lo, podendo praticar os preços que quisermos, preferencialmente exorbitantes amparados num mercado cativo, trazendo lucros excepcionais para a companhia;
MISSÃO – atacar o nicho com unhas e dentes arrancando até o último centavo, escorchar fornecedores para obtermos o menor custo e criar obstáculos reais, virtuais e legais para a concorrência e novos entrantes;
VALORES – remunerar os acionistas acima de tudo, pois são eles que mantêm nossos empregos, salários e bônus anuais.
Para não ser apenas um quadro na parede, missão-visão-valores

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quinta-feira, 18 de março de 2010
LIBERDADE RELIGIOSA NO PNDH DO LULA
O Governo está revendo no novo texto do PNDH a questão da proibição da exposição de imagens religiosas nas escolas. Provavelmente, com os lobbys católicos e evangélicos, isso vai mudar e vão deixar os crucifixos acima das lousas como sempre estiveram.
Êpa! Estamos falando de “símbolos religiosos” e não apenas de símbolos cristãos, certo?
Se há liberdade, então poderemos colocar uma estatueta do Exu Caveira também?
E você, evangélico, estudaria numa sala com Oxóssi te encarando?
E você católico, acha feia a Pomba Gira? Justo você que adora um homem seminu, esfolado, esfaqueado, estraçalhado, torturado e todo ensanguentado pregado num instrumento de tortura?
Algum cristão irá se incomodar se colocarmos uma pequena estátua do simpático Ganesha?
E para aqueles que já estão pensando no argumento falacioso de que "não podemos negar nossa história cristã", saibam que a tal "nossa história" não seria possível sem a imensa população negra raptada da África por branquelos.
Liberdade só tem sentido se for para todos, não apenas para alguns.

Êpa! Estamos falando de “símbolos religiosos” e não apenas de símbolos cristãos, certo?
Se há liberdade, então poderemos colocar uma estatueta do Exu Caveira também?
E você, evangélico, estudaria numa sala com Oxóssi te encarando?

Algum cristão irá se incomodar se colocarmos uma pequena estátua do simpático Ganesha?

E para aqueles que já estão pensando no argumento falacioso de que "não podemos negar nossa história cristã", saibam que a tal "nossa história" não seria possível sem a imensa população negra raptada da África por branquelos.
Liberdade só tem sentido se for para todos, não apenas para alguns.
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segunda-feira, 15 de março de 2010
RESTAURANT WEEK
Nas duas semanas que passaram a cidade – e todos os seus bons de garfo – tiveram a oportunidade de conhecer novos restaurantes com o advento da São Paulo Restaurant Week – uma week de duas semanas, vai entender....
Durante os dias do evento diversos restaurantes ofereceram um menu especial completo – entrada, prato principal e sobremesa - a preços reduzidos. Li em algum lugar que a frequência nos restaurantes participantes praticamente triplica nesse período.
Bom para todos, principalmente o consumidor – ah, hoje é Dia do Consumidor, sabia?
Mas não para todos os consumidores. Os restaurantes participantes, mais de 200, ignoraram totalmente os adeptos do vegetarianismo e a organização do evento não parece ter tido a preocupação de incluir ao menos um restaurante vegetariano na comilança (ou terão sido seus proprietários que não quiseram se inscrever?).
Querendo ir a um restaurante participante da week de 14 dias (se a moda pega, logo teremos o Mês de 45 dias, a Quinzena de 38 dias...), uma pessoa que não come carne teria de se contentar com massa em duas ou três casas, se tanto.
Apesar de apresentar pratos diversificados e alguns até bem elaborados, restauranteurs e chefs também parecem padecer da mesma ignorância gastronômica que faz com que as pessoas comuns perguntem “...mas você come o quê, só salada e massa?”.
O que falta para que os vegetarianos não sejam ignorados numa das maiores cidades do planeta? O que falta para que o vegetarianismo “cresça e apareça”? Somos poucos? Ou somos muitos que se contentam com pouco?
Apesar de ter feito essas perguntas há mais de três anos, elas continuam a me incomodar:
- vegetarianos não jantam? Se sim, porque os restaurantes vegetarianos não abrem à noite?
- porque restaurantes vegetarianos não podem se parecer com restaurantes “normais”?
- porque os atendentes são sempre jovens universitários (quando muito) cabeludos e mal preparados ao invés de garçons como em todos os outros lugares?
Veggies, não me crucifiquem. Sou vegetariano por opção, fui eu que escolhi esse caminho por diversas questões, mas tenho de admitir que minha vida era bem mais fácil e divertida quando não tinha o que se demonstra ser uma enorme limitação – e não precisava ser assim.
Durante os dias do evento diversos restaurantes ofereceram um menu especial completo – entrada, prato principal e sobremesa - a preços reduzidos. Li em algum lugar que a frequência nos restaurantes participantes praticamente triplica nesse período.
Bom para todos, principalmente o consumidor – ah, hoje é Dia do Consumidor, sabia?

Mas não para todos os consumidores. Os restaurantes participantes, mais de 200, ignoraram totalmente os adeptos do vegetarianismo e a organização do evento não parece ter tido a preocupação de incluir ao menos um restaurante vegetariano na comilança (ou terão sido seus proprietários que não quiseram se inscrever?).
Querendo ir a um restaurante participante da week de 14 dias (se a moda pega, logo teremos o Mês de 45 dias, a Quinzena de 38 dias...), uma pessoa que não come carne teria de se contentar com massa em duas ou três casas, se tanto.
Apesar de apresentar pratos diversificados e alguns até bem elaborados, restauranteurs e chefs também parecem padecer da mesma ignorância gastronômica que faz com que as pessoas comuns perguntem “...mas você come o quê, só salada e massa?”.

Apesar de ter feito essas perguntas há mais de três anos, elas continuam a me incomodar:
- vegetarianos não jantam? Se sim, porque os restaurantes vegetarianos não abrem à noite?
- porque restaurantes vegetarianos não podem se parecer com restaurantes “normais”?
- porque os atendentes são sempre jovens universitários (quando muito) cabeludos e mal preparados ao invés de garçons como em todos os outros lugares?
Veggies, não me crucifiquem. Sou vegetariano por opção, fui eu que escolhi esse caminho por diversas questões, mas tenho de admitir que minha vida era bem mais fácil e divertida quando não tinha o que se demonstra ser uma enorme limitação – e não precisava ser assim.
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terça-feira, 9 de fevereiro de 2010
MEIO PERÍODO NUM HOME OFFICE

Diversos artigos tratam de uma suposta tendência no mundo do trabalho: os home offices.
Espaço doméstico para profissionais que não necessitam estar diariamente na empresa, o tal escritório em casa é realmente um alívio: você não tem de enfrentar o trânsito e assim pode dormir um pouco mais, pode também dar espiadelas no Facespace ou no MyBook, whatever, pra ver a quantas andam suas redes de amigos, pode ficar de chinelo e, com esse calorão, sem camisa.
Mas nem tudo é um mar de rosas.
Eu montei meu home Office. Passo dias inteiros lá, ou melhor, quase inteiros...
Dez para as oito da manhã, em meu computador já ligado verifico e-mails que podem ter chegado após o encerramento do expediente de ontem (por volta das 21h30, pois não estava passando nada na TV).
Toca o telefone, é a empregada. Diz que não vem porque sua filha menor está com diarreia e febre.
Pronto, sobrou.
Resolvo ir tirar a mesa do café e colocar a louça na máquina. Como não é tudo que vai pra dona Maria eletrônica, lavo algumas coisas na pia mesmo.
Aproveito então para limpar a caixa de areia, o banheiro das felinas. Antes de voltar à labuta, melhor já levar as cachorrinhas pra volta matinal na rua, assim fico livre para trabalhar o resto da manhã.
Com o calor infernal que anda fazendo, elas tomam muita água e uma delas não aguenta esperar: bastou abrir a porta do elevador que resolveu soltar um rio Amazonas amarelo ali mesmo, no hall. Subimos de volta, pego pano, desinfetante, desço novamente, faço a limpeza, subo, jogo os panos no tanque, pego as caninas e vou para a volta no quarteirão.
Com aquele casaco de pele, a Shih Tzu se arrasta como um jabuti. Não aguenta um quarteirãozinho só, pede colo. É pouco, 5 ou 6 quilos, mas depois de três dobradas de esquina estou ensopado de suor. Melhor tomar um banho antes de “ir pro escritório”.
Agora sim, vamos ao que interessa... Toca o interfone. Penso em fingir que não estou mas o porteiro me viu subindo. Ao atender, escuto: “...desculpe, eu estava limpando aqui o aparelho e acho que bati a mão no seu número...”. OK, calma, tento me lembrar de minha dúzia e meia de livros sobre Zen budismo e meditação.
Então abro aquele projeto em que eu estava mexendo ontem... Toca o telefone. Atendo, não atendo, atendo, não atendo...
Atendo e me avisam que alguém vem entregar a cortina ainda pela manhã. Justo hoje...
Nesse milésimo de segundo em que me distraí com o telefone uma das gatinhas resolve caminhar sobre o teclado e, numa daquelas coincidências que só em filme de Hollywood existe, consegue pisar na exata combinação CTRL ALT Del ou algo do tipo. Meu arquivo simplesmente some da tela e, em desespero, quase choro quando encontro uma cópia no back up automático, vários minutos depois.
Estou suando de novo. Finalmente consigo responder alguns e-mails, falar com um cliente via Skype, então vou dar andamento naquele...
Toca o telefone. Atendo rápido antes que algo pior aconteça. Uma associação liga pedindo doação em dinheiro. Só não respondo que gostaria que me doassem algum também por que... Bem, vamos trabalhar. Termino o layout para o site de um cliente, adianto o material de escritório de outro...

Toca o interfone. Será que o miserável ainda está limpando aquela mer... Ah, não, o tal cara da cortina chegou. É sempre rápido quando a gente não espera, não é mesmo?
A cachorrada faz enorme estardalhaço quando estranhos entram em casa. Acompanho-o na instalação. Quando o Mário Bros das cortinas (com aquele bigode, só pode ser parente) vai embora, já é hora do almoço e vejo que fiquei sem congelados.
Previa ir ao supermercado só amanhã, mas o dia já está quebrado mesmo.
E isso foi só meio período...
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quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010
SOLIDÃO NO CARNAVAL
Assim como a Lua vem depois do Sol e a chuva vem depois das 16h30, aí vem mais um Carnaval.
Como já escrevi anteriormente, meio que “por decreto” a multidão tupiniquim, até aquela de gravatas, ternos, taileurs e escarpins deixa-os de lado para entrar num fantasioso reino de vale tudo.

Muitos dos que passaram o ano todo com comedimento, pessoas até pudicas, de repente, como por encanto, se transformam: homens vestem-se de mulheres, mulheres vestem-se de coisa nenhuma e todos ficam pulando, suando, bebendo, lascivos, sedentos...
Porque não podemos ser lascivos e sedentos o ano todo, mesmo usando ternos e taileurs? Porque é preciso uma festa nacional para se mostrar quem realmente é por baixo da rala camada de verniz? Se Carnaval é uma oportunidade de sexo fácil para muitos, porque esperar o ano todo por esses quatro dias?
Fiquem disponíveis à esbórnia fulltime... Qual o problema? Somos todos adultos, pagamos nossas contas...
No Carnaval todos pulam alegres e felizes. Sorry, não se fica alegre e feliz por imposição de uma data específica. Isso tem outro nome...
E, mágica, todos voltam àquela vidinha mais ou menos na quarta à tarde ou quinta-feira pela manhã.
Não quero escrever uma (mais uma) crítica ao Carnaval. Afinal, analisando mais profundamente, não é o evento anual nem o comportamento das pessoas que me incomoda, mas sim minha (suposta?) solidão.
Não, não me sinto só por não ir pular, não ficar bêbado e suando em bicas num salão ou avenida inundada por barulho (aquilo é música?) ensurdecedor, apertado como sardinha em meio à multidão correndo o risco de ser atropelado por um caminhão de trio elétrico.
Sinto-me só por não ter com quem compartilhar essa minha aversão a tudo isso.
Lembro da época em que minha irmã, dois anos mais nova, saía com a turma de amigos e amigas, primos e primas, todos alegres para a matinê no clube. Eu, criança, já não via sentido em tudo aquilo e ficava sozinho com a Coleção Conhecer, lendo sobre os vikings, sobre as Cruzadas, sobre a chegada à Lua, sobre a vida marinha...

Isso permaneceu até os dias de hoje e, de certo modo, por não haver mais ninguém como eu por perto, fui levado a acreditar que eu era esquisito (ou chato, ou doente, ou maluco, sei lá).
Como seria bom ter tido por perto alguém que não se importasse com a alucinação que toma quase que a todos nessa época, que não ficasse aflito ou aflita por estar ali sentado “enquanto todo mundo aproveita” (?!?), mas que gostasse de ler, como eu, que apreciasse o silêncio, alguém com quem pudesse trocar ideias, filosofar, deixar a mente viajar, falar em voz baixa, contemplando possibilidades imaginárias e, quem sabe, supostamente perceber juntos alguma verdade até então encoberta.
Pessoas assim ficam bem em personagens de filmes e seriados. Duvido que Grisson, ex-CSI, gostasse de pular Carnaval. Mas na vida real, nem o mais simpático personagem tem seguidores quando aquilo que é seu charme vai contra o que a maioria pensa ser normal e está louca pra aproveitar.
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