sábado, 15 de agosto de 2009

GREAT MINDS THINK ALIKE COISA NENHUMA


Você já deve ter ouvido a frase "great minds think alike". Ela é usada, apesar de algumas informações equivocadas por aí, para expressar superioridade intelectual entre pessoas que pensam de maneira semelhante.

Numa peça de comunicação da Ermenegildo Zegna (que pai é esse que põe um nome desses numa criança?...), três homens bem apessoados usam ternos da marca e lêem o Financial Times.

O cartaz tenta passar a idéia de que são executivos de sucesso e que tem bom gosto para roupas.

Já ouvi essa frase em filmes também, numa situação em que alguém tem uma idéia genial para ganhar muito dinheiro e seu interlocutor, pensando semelhante, adiciona alguns toques nessa tal idéia e o primeiro termina a cena com a tal "great minds...".


Ok, eu sou chato mesmo, mas me parece haver um equívoco nessa frase ou na idéia que as pessoas acham que ela passa. Explico: se grandes mentes pensam parecido, teremos pessoas inteligentes (great minds) tendo nenhuma ou então poucas idéias originais, pois eles "think alike".


Mas como pensar igual, mesmo que seja entre os brilhantes, o fará "fazer a diferença", algo tão valorizado em qualquer área?


Ou seja, mentes que pensam semelhantemente tem um "quê" de espírito de manada, aquele bando que se veste parecido, corta cabelo parecido, usa pulôver cor pastel sobre os ombros de modo parecido,lê as mesmas coisas, conta as mesmas piadas, assiste as mesmas coisas na TV, tem as mesmas opiniões sobre diversos assuntos e tiram conclusões semelhantes, por exemplo, sobre uma peça teatral de Gerald Thomas.


Indo ao extremo nesse raciocínio teremos uma outra frase: "fools never differ" (tolos nunca divergem).


São as grandes mentes, os grandes cérebros (não, não os "cabeção" como há em toda turma, entenda) os que pensaram diferente da grande maioria que fizeram a História. Todo o resto apenas os seguiu ou, pior, resistiu a eles.


Copérnico pensou diferente, muito diferente de todos e mudou o modo como vemos o Universo.

Darwin voou longe das mentes medianas, as que pensavam semelhantemente, e criou a Teoria da Evolução. Você pode não acreditar nela, mas essa idéia mudou o curso da História também.

Antes que algum engraçadinho lembre, Hitler também teve uns delírios
diferentes do resto do mundo... Bem, grandes mentes às vezes tomam rumos estranhos.

Einstein, Martin Luther King, Philip Kotler, Mahatma Ghandi, Gautama Buda, Jesus Cristo... Todos eles pensavam muito diferente de seus semelhantes às suas épocas.


Portanto, quando alguém lhe fizer um elogio dizendo que "great minds think alike", lembre-se de que "fools never differ". Talvez a pessoa seja mesmo brilhante e tenha apenas encontrado uma maneira elegante de lhe dizer que você é um maria-vai-com-as-outras.

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

É SIMPLES DEFINIR O AMOR

O nome de Iggy Pop estará para sempre ligado ao Punk, de quando era o vocalista visceral e avassalador do The Stooges. É esse mesmo Iggy Pop, sobrevivente dos excessos dos anos 60 e 70, que lança "Preliminaires", um disco no mínimo curioso.

E imperdível.

Todas as resenhas que você encontrar por aí tratarão das versões que ele fez para "Les Feuilles Mortes" de Édith Piaf e a lúgebre mas surpreendentemente suave, tendo em vista quem a canta, "How Insensitive"(Insensatez) de Tom Jobim.

O álbum é inspirado no livro “A Possibilidade de uma Ilha”, do polêmico escritor francês Michel Houellebecq, considerado um radical destemido por uns, medíocre e apelativo por outros. Só isso já seria suficiente para ver do que se trata, mas aqui no Café o papo vai pra outro lado.

Ouvi mil vezes e vou ouvir muitas vezes ainda "The Machine for Loving". Uma estória crua, dura mas que é também uma canção/declaração de amor, mas não uma comum como muitas outras. Ao ouvi-la pela primeira vez, no carro dirigindo e sem prestar atenção à letra, os arranjos me fizeram imaginar uma casa em meio a uma planície deserta, montanhas ao longe e o Sol se pondo no horizonte. Freud explica...

A música conta a estória de Fox, companhia da qual o cantor não mais desfruta. Iggy termina essa canção dizendo (dizendo mesmo, pois a canção é falada, não cantada):

Love is simple to define
but it seldom happens in the series of beings
Through these dogs we pay homage to love
And to its possibility.



What is a dog but a machine for loving
You introduce him to a human being,
giving him the mission to love
And however ugly, perverse, deformed or stupid
this human being might be
The dog loves him.
The dog loves him.


Não sei se ele ou o Houellebeq são ou foram cachorreiros.
Acho que sim.

quarta-feira, 6 de maio de 2009

NEM TUDO ESTÁ PERDIDO

Como de costume, logo cedo estava com minhas cachorrinhas na praça para o primeiro passeio do dia. Um Sol morno aquecia o ar frio enquanto elas cheiravam a grama procurando “o lugar certo”.



Então meu celular tocou. Era um rapaz da De Paschoal tentando falar comigo, mas a ligação estava ruim e ele disse que desligaria e retornaria em seguida. Logo pensei “que saco, lá vem malho pra comprar algum produto ou serviço”.


Tocou novamente e, confesso, pensei em não atender. Mas como não estava fazendo nada importante que não pudesse ser interrompido e pelo esforço dele em ligar novamente, atendi.


Ele veio com um papo esquisito de que um fulano qualquer havia ligado para ele dizendo que encontrara minha carteira e deixara o telefone para que eu entrasse em contato para resgatá-la.


Muito estranho. Porque alguém ligaria para uma loja avisando sobre minha carteira? Lembrei dos diversos golpes que ainda rolam pelo celular ou então alguma nova pegadinha, sei lá. Via das dúvidas, antes de desligar fui até o carro olhar onde normalmente deixo a carteira e assustei: ela não estava lá. Deveria estar, sempre estava, mas não desta vez.

Pedi então que passasse o telefone do tal que a encontrara e liguei em seguida. E não é que o cara estava mesmo com ela?! Era um motoboy que, no caminho para o trabalho, viu uma carteira no meio de uma rua nas imediações de onde moro.


Parou, pegou, olhou os documentos, o cartão do banco, o cartão de soltar o carrinho de supermercado na garagem, o talão de cheques, a carteirinha do plano de saúde, um jogo da Mega Sena que ia correr naquela noite e, entre mais algumas inutilidades, um cartão da tal loja onde um dia eu havia trocado os pneus do carro. Ligou então para a loja. O atendente procurou no sistema pelo CPF, encontrou o meu telefone e então entrou em contato comigo.


Pedi o endereço de onde ele estava. Ele passou e disse que parecia estar tudo “nos conformes” com minha carteira. Tinha até um dólar. Eu disse que era meu dólar da sorte, que guardava há mais de vinte anos. Ele riu dizendo que então eu devia guardá-lo para sempre pois havia sido esse dólar o responsável por te-la encontrado.


Botei as cachorrinhas no carro e voei para lá, ansioso. No caminho, repassando mentalmente os poucos minutos atrás, logo descobri como havia perdido a carteira: havia deixado-a no teto do carro, livrando as mãos para poder colocar as cachorrinhas para dentro. Saí rumo à praça, dei a volta no quarteirão e fui em frente despreocupado, com ela ali em cima sentindo a brisa da manhã de outono...


Como tinha uns trabalhos para fazer na rua, o motoboy disse que iria deixar a carteira num envelope com a secretária. Nem pôde esperar para receber ao menos um agradecimento. Não vi seu rosto.

Mas lá estava o envelope, na gaveta da mesa de uma sorridente secretária de num escritório de vendas de máquinas de café espresso. Ao lado do escritório essa empresa mantém um charmoso café, onde eu havia parado algumas vezes para saciar o melhor dos meus vícios.
Mundo pequeno, pensei. E nem tão ruim assim.

quinta-feira, 23 de abril de 2009

UM ANTIGO CASO DE AMOR

Mudanças de planos, correções de rota, uma viagem e alguns outros empecilhos mantiveram-me longe do Pausa.

Estou envolvido com dois novos projetos e isso toma muito tempo e neurônios, não que eu tenha muitos.

Por causa destes planos, estive revirando velhos arquivos pessoais e achei alguns textos que escrevi há muito tempo. Dois deles foram responsáveis, pelo que me lembro, pelos primeiros incentivos que recebi para continuar escrevendo. São de quando eu fazia "cursinho" para prestar vestibular, algo entre o Paleolítico e o Mesolítico da Era Quaternária...

Aí vai um deles:


UM ANTIGO CASO DE AMOR

É noite.

As pessoas que saíram de seus escritórios já estão em casa e o caos no trânsito acalmou.

Neste inesperado frio mês de maio, com esta garoa fina caindo não consigo deixar de associar a paisagem que tenho à frente com uns velhos filmes noir a que assisti no cinema.

Há mais de meia hora estou parado na famosa esquina da São João com a Ipiranga, debaixo de um toldo de livraria, observando.

Ao contrário de Caetano, não me assusto nem vejo nada de mau gosto neste conjunto de arranha céus, neste asfalto, nas pessoas que passam rapidamente de cabeça baixa driblando os agora poucos carros ainda na rua.

O cinza dos edifícios combina com o negro do céu. As luzes dos postes e dos automóveis são refletidas difusamente no asfalto molhado... Uma visão romântica demais para um lugar que horas atrás era uma verdadeira guerra de buzinas, faróis, gente correndo pra todo lado, trombadinhas também, guardas apitando, lanchonetes transbordando, táxis ziguezagueando, ônibus lotados, estresse.

Alguns, praguejando contra a cidade, fogem para seus sítios ou para as praias nos finais de semana, mas sempre voltam. Não conseguem deixá-la. Eu mesmo já tive horas em que odiei tudo isso e prometi a mim mesmo mudar para o interior. Mas a culpa de todos os problemas não é da cidade, que novidade, mas das pessoas que nela vivem.

Talvez, como num caso de amor, eu esteja cego aos defeitos de meu objeto de admiração. Mas aqui, nesta imortalizada esquina, nesta noite úmida, é impossível deixar de pensar ou sentir-me assim.

sábado, 21 de março de 2009

REVELAÇÃO: O QUE VOCÊ "REALMENTE" PRECISA PARA CONSEGUIR AQUELE SONHADO EMPREGO


Eu já escrevi o que penso sobre o jogo de perguntas e respostas em uma entrevista de seleção, mas não falei nada sobre o candidato procurado pelas empresas.

Não é de hoje que muitos escrevem sobre algumas atrocidades cometidas pelas empresas na hora da contratação de um novo colaborador, fruto de uma das mais antigas e ferrenhas leis de mercado: a demanda maior, muito maior que a oferta de vagas. Exigem Inglês fluente quase que até para faxineiros...

Isso todo mundo sabe. Mas mesmo aquelas exigências que parecem “normais”, quando combinadas, somadas, sugerem que a empresa está em busca de alguém sobreumano (ou é sobrehumano, ou sobre-humano com a nova regra?...).

As características pessoais mais procuradas pelos entrevistadores, segundo especialista, são: objetivos profissionais e de vida definidos; automotivação; iniciativa; responsabilidade; dedicação; ambição; capacidade de aprender; capacidade de trabalho em equipe; ser voltado para resultados; ter atitude positiva; ser otimista, colaborativo, sociável e participante.

O tal precisa também ter imagem exemplar: os ombros alinhados, as costas eretas, o olhar brilhante, o andar correto, a voz pausada e agradável, a postura polida e ao mesmo tempo firme. Irradiar entusiasmo. Vestir roupas clássicas e discretas, sóbrias e de cores neutras.

Numa ginástica cerebral digna de triatleta, o candidato precisa acelerar todos os neurônios à velocidade máxima, sem suar a testa, para expor possíveis pontos negativos de forma positiva e dar respostas articuladas, não apenas “sim” e “não”.

Precisa comentar sobre suas realizações e os miraculosos resultados positivos alcançados na empresa que trabalhou anteriormente, não falar mal de seu ex-chefe (essa é difícil, hein?!), dizer que está em busca de novos desafios e crescimento (e não, honestamente, de salário melhor – já escrevi sobre isso também).

Preocupando-se com que tudo isso pareça sincero ao entrevistador, o candidato deve demonstrar confiança, falar com clareza, naturalidade e espontaneidade.

E, sorrindo, manter-se o mais tranqüilo possível...

Fala sério: esse cara existe? Aqui na Terra? Na Via Láctea? Em Asgard*? Na quinta-dimensão?
A única e honesta resposta é não. Nem Deus conseguiu produzir tão exemplar criatura.

Você, que está trabalhando e passou por processo seletivo, é assim? Quantas pessoas assim você conhece na empresa em que trabalha? Nenhuma? Claro que não. Elas “eram” assim na entrevista, mas depois de contratadas voltaram a ser elas mesmas, humanos normais.

Concluo então que o fator decisivo num processo seletivo é sua capacidade artística: se você for um bom ator e conseguir fingir tudo isso de modo que o entrevistador engula, a vaga é sua!

Nada de MBAs, cursos de línguas estrangeiras, especializações, vivências no exterior... Procure no Google a escola de teatro mais próxima e mãos à obra que a crise ainda tá brava.

*Pra quem nunca leu gibi do Thor, Asgard é o reino dos deuses nórdicos.

segunda-feira, 16 de março de 2009

PERGUNTINHAS

- não fosse a tremenda MÁ repercussão, apoiada pela Santa Mídia, teria a Igreja Católica colocado em campo seu exército de Rolando Leros para acalmar a opinião pública sobre o que disse o tal Arcebispo de Recife e Olinda?;

- o que motivou o tal arcebispo declarar publicamente algo que importa somente aos católicos? Sim, talvez eles ainda sejam maioria nesse país, mas parece que nenhum fiel católico pensa como o arcebispo, muito menos os evangélicos, os budistas, os umbandistas, espíritas, agnósticos, humanistas seculares, ateus...;

- por que tanta importância à excomunhão? Por que não um simples E DAÍ?! SO WHAT?!?

sexta-feira, 13 de março de 2009

O MARTELO QUE QUERIA SER MARTELO


Eu conheci o Martelo.

Não, você não leu errado nem eu digitei errado. Martelo mesmo, com “t”.

O conheci ainda pequeno. Seu grande ídolo era Mjolnir, o martelo mágico de Thor, deus do trovão. Invencível, indestrutível, quantas batalhas, quantas aventuras Mjolnir vivia nos gibis que Martelo devorava nas tardes de outono.

Quando não imitávamos as aventuras do martelo mágico brincávamos quase sempre de oficina. Esse era o seu sonho, um tanto quanto mais pé no chão.

Ao final de sua adolescência tornara-se um autêntico martelo unha 30 onças, com cabeça de aço e cabo de Madeira de Lei envernizada. Ele tinha um quase indisfarçável orgulho disso.

Era então hora de deixar os gibis de lado e ganhar dinheiro, procurar um emprego de... Martelo, oras! O que mais?!

Fez uma lista de marcenarias e oficinas, lustrou-se todo e foi à luta.

Não havia vaga na primeira marcenaria. Na segunda ficaram com seu currículo e disseram que entrariam em contato caso surgisse uma posição. Nas oficinas que visitou até conseguiu ser entrevistado numa e noutra, mas nada de emprego.

Isso se repetiu várias vezes. Muitas vezes.

Começou a ficar desanimado e assustado pois precisava, como todo mundo, ganhar seu próprio sustento. Sem falar na delicada situação de estar sem trabalho, principalmente em reuniões sociais quando lhe perguntavam “o que anda fazendo?”, “onde está trabalhando?”.

Apelou para carpintarias, mas também não teve sucesso.


Estava cansado da rotina de ler os classificados nos jornais, de mandar currículos pelo correio, por e-mail e de se cadastrar em todos os sites de empregos quando surgiu uma oportunidade e o chamaram. Era uma vaga de chave de fenda. Espantado e assustado com o convite, foi aconselhar-se com amigos e parentes.

Concordaram que não era o ideal, mas ele não podia perseguir um ideal para sempre, tinha de se ajustar. Não precisa ser fatalista, falavam. Só por que nascera martelo não significava que não poderia aprender outras atividades. Na pior das hipóteses, ao invés de especialista seria um generalista com experiências variadas, tão procurados à época.

Ponderou. Não queria mais aquela rotina de desempregado e aceitou.

No início seus companheiros de marcenaria davam-lhe um desconto por seus trabalhos meio mal feitos. Afinal, era seu primeiro emprego. Mas depois de um tempo foi ficando claro que aquele serviço não era para ele. Seus colegas lançavam olhares estranhos e não demorou muito a ouvir conversas de corredor sobre como era incompetente. Pediu demissão e voltou à luta por seu lugar no mundo das marcenarias.


Mas os tempos, como sempre aliás, eram difíceis. Havia a concorrência com os martelos chineses, sempre trabalhando por salários irrisórios, e novas tecnologias que substituíam parte dos trabalhos nas oficinas.

Ele tentou, tentou, tentou até que apareceu uma vaga de serrote.
Caracas! Nem eu acreditaria se não tivesse acompanhado sua estória de perto.

Disseram-lhe que com o tempo ele se adaptaria, não precisava fazer um trabalho “fino”. Bastava separar os pedaços de madeira na marretada mesmo. Como da vez anterior, aceitou para sair da bacia das almas.

A novela se repetiu. Tudo bem no início, os amigos eram complacentes, mas logo, como era um trabalho em cadeia, seu desempenho muito aquém do necessário atrapalhava o resultado final. Voltou a se sentir incompetente, opinião da qual seus colegas, agora ex, partilhavam. Isolou-se no canto da marcenaria fazendo seu trabalho quase que se desculpando. O chefe já não lhe passava muito trabalho. Foi, como dizem, posto na geladeira.

O estigma de incompetente instalou-se em sua alma. Já acreditava, e a realidade parecia lhe mostrar isso, que não servia para nada em lugar nenhum. Ficou estressado e o resultado de seu trabalho, que não era bom, ficou pior.
Não tinha mais condições de continuar. Pediu demissão.

Sem emprego novamente e acreditando que não tinha utilidade nesse mundo, caiu em depressão. Acho que já estava deprimido desde lá de trás, mas agora havia caído a última gota no copo d’água, havia sido dado o último sopro na bexiga, havia...

Chega de metáforas. O fato é que, depois de tanto tempo e já com bem mais idade de que quando saiu à procura de emprego pela primeira vez, percebeu que estava meio velho para o mercado de trabalho e não tinha experiência na profissão para a qual nascera.

Teria tudo isso sido uma pegadinha do destino? E agora? Esforçava-se para não adotar o papel de vítima, precisava assumir suas
escolhas erradas, mas escolher o quê quando parecia não haver opções?

Como acaba essa estória? Ainda não acabou. Ele está por aí, não o vejo há algum tempo. Soube por acaso que voltara a estudar martelaria, talvez para se atualizar e engordar o currículo. Orgulhoso que era, deve ter vergonha de sua situação.

Uma pena. Ele podia ter sido um bom martelo.




quinta-feira, 12 de março de 2009

ADORA CÃES? ENTÃO NÃO COMPRE!


A revista Superinteressante em banca traz excelente matéria sobre nossos velhos melhores amigos e como somos culpados por seus problemas de saúde que não tinham antes da manipulação genética que é criar cães de raça.

Eu não sabia disso nove anos atrás, quando comprei a Mila, minha schnauzer, mas aprendi e percebi o quanto é necessária a divulgação dessas informações.

Se você realmente adora, ama cães, então faça um favor a todos eles: NÃO COMPRE. ADOTE!

Assim você estará colaborando, entre outras coisas para o fim do uso indiscriminado de cadelas como "matrizes", que são descartadas depois que não servem mais para procriação e geração de lucros para seus exploradores. Ajudará a tirar das ruas, dos abrigos, lares transitórios e CCZs aqueles que com olhares apavorados clamam para que alguém os leve para casa.

E, de quebra, automaticamente se tornará uma pessoa melhor. Ao menos aos olhos dos cachorreiros da cidade.



domingo, 8 de março de 2009

ENQUANTO ISSO, NOS PORTÕES DO PARAÍSO...


...Deus e São Pedro conversam:

D – E aí, Pedrão, como vão as coisas?
SP – Meio monótonas... Pouca gente tem subido pra cá.


D – Sei...
SP – Senhor, dia desses estava aqui, meio sem ter o que fazer, e vi lá na Terra um adesivo que dizia que o Senhor deu a vida para cada um cuidar da sua. É isso mesmo?

D – Não me comprometa! Foi alguma criatura estúpida lá de baixo que inventou isso.
SP – Sim, sim, claro, imaginei...

D – Pedrão, cê que tá aí meio que sem fazer nada, viu que estória maluca essa de excomungarem umas pessoas que salvaram uma menina?...
SP – Vi, Senhor, e só acreditei porque vi.

D – E ainda por cima Me culpam dizendo que essa é a Minha lei!! Justo Eu que nunca escrevi coisa alguma! Eu só criei tudo em 6 dias, descansei no sétimo e estou de férias desde então..

SP – Pois é... Eles inventam o que querem, sabe lá Deus porquê... Ops, perdão.

D – Não foi nada.

SP - ...E põem a culpa no Senhor.

D – Sabe, Pedro, aquela criatura não é tão estúpida assim. O tal padreco deveria receber um adesivo como aquele que você viu...


sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

LIBERDADE RELIGIOSA




"...A vida é dura para
quem tem cérebro.
Tenho inveja dos animais
e das crianças retardadas".
Dr. House





Sou a favor da liberdade religiosa. 100%. Podem ver pelos posts anteriores.

Mas também tenho meus direitos, certo? Direito de, por exemplo, levar meus cachorros passear em praça pública de manhã cedinho, quase madrugada, sem ter de ver duas galinhas mortas, com os peitos abertos, ensanguentados, com ovos (cozidos?) enfiados neles e circundadas por garrafas de pinga e velas.

As praças públicas tem de ser território neutro, laicas. Não podem ser espaços para aberrações.

Alguém realmente acredita que algo vai mudar se matarem duas galinhas?



E vocês, católicos e evangélicos, não fiquem assanhados. Que religiões são essas cujo símbolo máximo é um homem seminu, esfolado, esquartejado, ensanguentado e preso num instrumento de tortura?

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

CRIACIONISMO EM OUTRAS CRENÇAS


Falar em "educação religiosa" como matéria de aulas escolares é uma falácia tanto quanto adotar o criacionismo bíblico como ciência.

Dizem os defensores dessa idéia que impor somente o ensino laico é uma arbitrariedade. Ora, ensinar somente a visão bíblica também é uma arbitrariedade...

Primeiro, estão IMPONDO a visão cristã unicamente. Quando se fala em "educação religiosa" deveriam englobar todas as religiões conhecidas e não apenas uma. Quando se fala em ensino religioso e tratam apenas do cristianismo estão fazendo catolicismo, o que deveria estar restrito aos que frequentam a respectiva igreja.

Como ficam os judeus, os budistas, taoístas, umbandistas e todos os outros?



E não venha com o argumento fajuto de "seguir a maioria", que é uma estupidez numa época de apoio às minorias.


Quanto à criação do Universo, a despeito de não chegar nem perto de ser ciência, porquê apenas a visão bíblica?


E a visão egípsia da criação? Veja:


"Antes de todas as coisas não havia senão trevas e “água primordial”, o Nun (oceano à semelhança do Nilo que continha todos os germes da vida).
Surgiu o senhor todo-poderoso Atum, que se criou a si próprio a partir do Num, por ter pronunciado o seu próprio nome, depois teve 2 gêmeos, um filho Chu (que representava o ar seco) e uma filha Tefnut (ar húmido). Estes separaram o céu das águas e geraram Geb – a terra seca e Nut – o céu
".



E o que diziam os gregos:


"O início da criação era o Caos, e este gerou Érebo (a parte mais profunda dos infernos) e Nyx (a noite). Estes fizeram nascer Éter (o ar) e Hémera ( o dia).
Depois Gaia (terra) tornou-se a base em que todas as vidas têm a sua origem. Urano (céu) casou-se com Gaia (terra). Todas as criaturas provêm desta união do céu e da terra (titãs, deuses, homens)".



Na cosmologia hindu o universo tem uma natureza cíclica. A unidade de medida usada é a "kalpa", que equivale a um dia na vida de Brahma, o deus da criação. Uma kalpa tem aproximadamente 4,32 bilhões anos. O final de cada "kalpa", realizado pela dança de Shiva, é também o começo da próxima kalpa. O renascimento segue à destruição. Shiva é representada tendo na mão direita um tambor que anuncia a criação do universo e na mão esquerda uma chama que destruirá o universo. Muitas vezes Shiva é mostrada dançando num anel de fogo que se refere ao processo de vida e morte do universo.


Os povos mesopotâmicos, em especial sumérios e babilônios, desenvolveram uma cosmogonia completa que se preservou em textos como o Poema de Gilgamesh e o Enuma elish, com mitos consolidados durante o terceiro e o segundo milênios antes da era cristã. Entre esses povos representava-se o início da criação como um processo de procriação: os deuses teriam sido os elementos naturais que formaram o universo, muitas vezes por meio de lutas contra forças desagregadoras. Os babilônios, numa epopéia sobre a criação, glorificavam a vitória de Marduk, o único deus bastante forte para derrotar o dragão Tiamat, personificação do caos e das águas do mar.


Em linhas gerais, a mitologia mesopotâmica apresentava como princípio do mundo Abzu e Tiamat, elementos masculino e feminino das águas, origens do universo celeste e terrestre. Tiamat produziu o céu, de que nasceu Ea (o conhecimento mágico), que engendrou Marduk. Este derrotou os outros deuses e dividiu o corpo de Tiamat, separando assim o céu da Terra e, com o sangue de um monstro derrotado, produziu o primeiro homem.

Os onondagas, povo que habitava a região que posteriormente seria o estado de Nova York, nos Estados Unidos, elaboraram uma cosmogonia mítica inteiramente particular. Em essência, o relato pode assim se resumir: o grande cacique das pradarias celestiais cansou-se de sua mulher e lançou-a às infinitas águas turvas. Ela pediu ajuda aos animais marinhos para que retirassem o barro do fundo do mar. O sol secou o barro e pôde instalar-se nele a Mulher celestial, ou a grande mãe Terra.


Entre os povos americanos foram provavelmente os maias que desenvolveram um mito mais coerente sobre a origem do mundo. Sua explicação remonta ao princípio último e concebe a criação em 13 etapas. Na primeira, Hunab Ku, o deus uno, fez-se a si mesmo e criou o céu e a terra. Na décima terceira, tomou terra e água, misturou-os e desse modo foi moldado o primeiro homem. Mesmo assim, os maias consideravam que vários mundos se haviam sucedido e que cada um deles se acabou em conseqüência de um dilúvio. O Popol Vuh, dos povos maias, constitui uma extraordinária narrativa cosmogônica e se refere à criação do primeiro homem a partir do milho.


Em outras religiões ameríndias, as crenças e mitos cósmicos também se relacionam com os elementos da natureza. Para os incas, o lugar da criação do homem pelo deus Huiracochá situava-se perto do lago Titicaca, nas proximidades de Tiahuanaco. Os astecas, segundo o Código matritense, situavam em Teotihuacan a catástrofe cósmica que pôs fim à idade anterior. Nesse lugar, os deuses se reuniram para deliberar quem se lançaria na fogueira para transformar-se em Sol, o que foi conseguido pelo humilde Nanahuatzin.


E você ri, chamando-as de lendas e crendices? Qual a diferença delas e aquela de um velho barbudo enrolado num lençol dizendo "faça-se a luz"?


Os cristãos riam dos ameríndios que reverenciavam o Sol que, todos os dias, estava lá, era visível, e no entanto crêem numa abstração.




Com trechos de "http://encfil.goldeye.info/criacao.htm"

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

SEXO, MENTIRAS E VIOLÊNCIA

Noite dessas, zapeando como um zumbi frente à TV, assisti uma parte do programa Saia Justa no GNT bem quando as quatro cavaleiras do após calipso discutiam se a indústria pornográfica ditava ou não comportamentos, se a mulher era explorada ou exploradora nesse filão, etc., etc.

Independente dos diversos pontos de vista apresentados, notei algum preconceito, um certo asco, tons pejorativos quando falavam em pornografia, apesar de ser um produto de uma indústria que rende mais que a fonográfica (diz a lenda), por exemplo.

Eu ia escrever para elas, mas resolvi colocar uns pontos aqui mesmo. Um inicial: não sou pornógrafo, mas o assunto me interessa por motivos que descreverei abaixo.

Primeiro há que se lembrar que, como em qualquer ramo de indústria, seus “funcionários” tem direitos e interesses preservados em contratos, tem sindicatos, as estrelas tem empresários e promovem noites de autógrafos em eventos concorridíssimos.

Há informações sobre um “mercado paralelo”, de exploração, tráfico, abuso infantil e outras bizarrices, mas isso não é privilégio da indústria pornográfica, não é mesmo?

Muitas de suas estrelas (e estrelos) estão lá por opção, a despeito de complicadíssimas explicações psicológicas para tal escolha. As estórias sobre aquela mulher coitada, que estava na rua da amargura, caída nas sarjetas, drogada, miserável e entrou para o mundo do sexo como última esperança de sobreviver é tão imaginária quanto as estórias de Cinderela e Branca de Neve. Pura ingenuidade.

Em segundo, a fronteira entre o que é sensual – bem aceito - e o que é pornográfico – mal visto -também é imaginária, pessoal, cultural, temporal. Um beijo em público já foi considerado ato obsceno, não se esqueça. Em países islâmicos, ainda hoje, mulheres usam burca pois não podem mostrar nada.

Vamos lá: em uma cena num filme comercial róliudiano, ganhador de Oscar, um casal está debaixo dos lençóis. Pelos seus movimentos, suspiros e gemidos só um completo tapado não imagina o que estão fazendo. Num filme XXX a cena é idêntica e apenas não há lençol!

Ah, o problema é tirar o lençol, ou melhor, tirar a cena de sua imaginação e colocá-la diante de seus olhos... Mas seus olhos não vêem nada, é o cérebro que vê, interpretando a luz que entra pelos seus olhos. É o mesmo cérebro que imagina a cena sob o lençol...

Ah, de novo, mas você não gosta de ver genitais na tela... Hmm, na tela não, mas ao vivo gosta não é mesmo? E quanto mais perto, melhor, não?...

Aliás, porque tanta implicância com os genitais? Arrisco: é porque dão prazer, algo perigoso que nos foi martelado até o nível genético por, possivelmente, a necessidade de controle de natalidade num mundo pré-histórico e, mais adiante, pela dominância cristã no mundo antigo que infelizmente dura até agora.

Está aí um outro ponto importante: o prazer – algo bom e desejado – é pecaminoso, mas a violência de uma morte na fogueira ou enforcamento – algo terrível – é feito em praça pública. Tem algo errado com as religiões cristãs.

Tiros, facadas, estupros (sem mostrar os genitais, claro), gente morrendo torturada, metralhada, cabeças decepadas – coisas muito, muito ruins - na TV pode. Gente transando – algo bom e que todos gostariam de fazer hoje à noite - não pode. Há algo muito errado com a cabeça dessa gente.
Em “
O Povo contra Larry Flint” esse paradoxo foi muito bem explorado na cena do discurso a céu aberto.

Ah, você faz entre quatro paredes... Mas você assiste o filme onde, num mini-DVD player no Ibirapuera? Villa Lobos? Pracinha da esquina?...

Talvez você não pratique sexo grupal nem sessões de sadomasoquismo, mas existem filmes XXX papai-e-mamãe pra você também. Tem pra todos os gostos.

Que mal há, afinal, em ver alguém fazendo aquilo que VOCÊ faz (ou quer loucamente fazer)?

Entendeu o motivo de meu interesse no assunto? Hipocrisia.

sábado, 13 de dezembro de 2008

SHORT CUT - 3


- Você acredita em Deus?


- O que é Deus?


- Como assim o que é Deus? Deus é Deus, ué! É o criador de tudo...


- Você precisa ser mais específico. Não entendi.


- Oras, Deus não se explica, você acredita ou não.


- Hmmm... Você acredita em Xbleshcorfindvunbak?


- Em quê?!?!?


- Em Xbleshcorfindvunbak.


- O que é isso?


- Ahhh... Xbleshcorfindvunbak não se explica, você acredita ou não.


- Mas eu não sei o que é isso!


- Pois é...

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

“BEM-AVENTURADOS OS MANSOS, PORQUE HERDARÃO A TERRA.”

(Mat.5:5)


Mas o que é ser manso? Não, não é gozação com o homem supostamente traído pela mulher...

Essa discussão pode ser muito longa, dependendo de seu credo. Como eu não tenho nenhum, acredito poder generalizar que “manso” NÃO É aquele que confina, escraviza, esfola, mata e come seres que sentem dor, medo, fome, frio e, quem sabe um dia possamos provar, amor pelos seus, inclusive de outras espécies. Então, os herdeiros da Terra serão os animais e não humanos.

Não se engane: se você "apenas" come, você financia essa barbárie comprando a sangrenta carne de seres inocentes. Literalmente. Como o mandante de um crime, você paga para que alguém mate e lhe entregue a presa.
Pensando nisso e navegando pelo oceano sem fim da internet deparei-me com um texto bem interessante que fala diretamente àqueles que, supostamente, seguem a “palavra do Senhor”. Veja:
É desairoso para vós que criaturas atéias e agnósticas, mas dotadas de nobres sentimentos (aliás, os únicos que significam passaportes válidos para a espiritualidade superior), demonstrem maior compaixão e sensibilidade para com as espécies animais do planeta, enquanto os cultores da Lei da Evolução sentam à mesa para se banquetear com os cadáveres sofridos daqueles que sabem constituírem os seus irmãos menores na escala evolutiva.

Que sentido têm os vossos apelos à misericórdia dos seres superiores, se os apelos silenciosos daqueles que rotulais “inferiores” não encontram guarida em vossos corações, cerrados à compaixão e ao respeito? Acaso tendes a ingenuidade de supor que a Divindade Suprema descuida de gerir o mundo que criou, e que os gemidos de dor de seus filhos mais indefesos não comparecem ao tribunal da vida planetária, testemunhando contra a espécie humana e sua crueldade?
E vós, meus irmãos? Que fazeis, sentados à mesa diante dos despojos sangrentos de vossos companheiros planetários, mortos cruelmente para obedecer a hábitos ancestrais repetidos sem avaliação? A quem pensais enganar nessa contemporização com um código ultrapassado de viver? À vossa consciência adormecida, aos espíritos dirigentes do planeta, ao Mestre a quem dizeis seguir, à Divindade que nos criou a todos iguais para a fraternidade, não para o exercício da lei da selva?

.”


A ninguém mais deveis satisfação que à vossa consciência, em tudo que fizerdes; mas temei-a quando vos cobrar, sem apelação, a coerência que vos falta, entre os postulados de compaixão, renúncia e solidariedade de vossa doutrina, e o prazer mórbido que vos acorrenta a devorar vossos irmãos da escola terrestre

Para ler na íntegra: http://www.edconhecimento.com.br/htdocs/pdf/era_uma_vez_um_espirita.pdf







sexta-feira, 28 de novembro de 2008

SHORT CUTS II

Almoço com parentes:


- Então você não come carne...
- Não – respondo.
- Bah!... Quem come capim é o boi!
- Quem come cadáveres é o urubu... E a hiena.
- ...?!...?!...



Almoço com parentes II:


- Mas, na Natureza, os leões comem carne, os tigres comem carne...
- OK, então faça como eles: saia por aí caçando sua presa à unha.
- Ah, mas nós não precisamos mais disso, nós evoluímos, temos supermercado, açougue...
- Então comparar-se à Natureza não tem sentido, certo?
- Hmmm...



Almoço com tias:


- Sendo vegetariano você “não pode” comer carne?
- Posso.
- Mas vegetarianos comem carne?
- Não.
- Mas...
- Eu “posso”, mas não como.




Jantar com turma:



- Mas você não sente vontade de uma picanhazinha na brasa, um torresminho?...
- Eu às vezes sinto vontade de jogar meu carro pra cima de um imbecil e tocá-lo pra fora da estrada, mas não jogo...




Almoço com família:


- Mas Deus nos fez assim, onívoros, capazes de comer qualquer tipo de alimento, inclusive a carne.
- Se você acredita em Deus, deve também acreditar no livre-arbítrio, coisa que Ele inventou e nos deu. Assim, sendo onívoro, Deus lhe propõe uma escolha moral. Livre-arbítrio é isso, uma escolha e, para ser uma escolha “de fato”, não pode ser muito fácil pois senão não é uma escolha, é uma barbada.
- Mas os animais carnívoros comem carne...
- Pois é, eles são “carnívoros” como você mesmo disse. Não têm escolha. Nós temos.

sábado, 22 de novembro de 2008

TECNOLOGIA DE PONTA E A FLANELINHA

Hoje em dia você pode dizer que é gay que ninguém mais liga. Pode dizer que é ateu e boa parte do povo ainda te aceita. Pode dizer que é Palmeirense em meio à torcida do Corínthians - ou vice-versa - e talvez sobreviva.

Mas vá dizer que não gostou do iPhone...
Será crucificado em praça pública, esquartejado e queimado na fogueira.
Com o lançamento do iPhone, Steve Jobs lançou a febre mundial do touchscreen. Essa mania começou com os celulares e agora vai chegando nos computadores e aparelhos de TV.
Todo mundo quer manusear seus aparelhos eletrônicos com as pontas dos dedos. Além de ser mais moderno, mais "bacana", parece ser mais fácil que usar botões. Inclusive li um artigo comparativo de celulares em que o autor critica aparelhos que ainda usam teclas reais, "...que são complicadas de usar". Como se todo mundo, de repente, tivesse ficado retardado.
Mas essa tecnologia de ponta dos dedos (desculpem, não aguentei e tive de fazer esse trocadilho infame) não conseguiu ainda, ao menos que eu saiba, resolver um detalhe importante: as manchas de dedos.

Gordurosas, suadas, meladas, escorregadias...

Até "ontem" ninguém gostava que colocássem dedos nos monitores. Eu, pelo menos, odeio aquelas manchas. De repente, ninguém mais liga pras manchas porque "é legal"... E viva a lambança!



Se não criarem algum tipo de tela imune às manchas, as empresas de tecnologia terão de dar uma de Organizações Tabajara e começar a vender junto de seus aparelhos touchscreen um Kit-Limpeitor, contendo uma flanelinha e um mini-frasco de Vidrex.

Bom, já deve ter dado pra perceber que sou fã dos Blackberries e Palms Treo.

Não que celulares bacaninhas, cheios de malabarismos visuais, não sejam bons mas, como no
cinema, prefiro um filme que se apóie mais em conteúdo que em efeitos especiais.

Celulares atualmente são vendidos como brinquedos, só que pra gente grande. E toda a gente grande parece procurar por brinquedos. Seria esse um sintoma da infantilização dos adultos, algo como "adultecentes" de 30 a 45 anos que não aceitam o fato de já terem deixado de serem jovens?

Ou será o stress generalizado nas cidades grandes que faz com que todos procurem um tipo de escapismo, algo que os tire a todo momento da dura realidade?

Ah, só pra constar: não sou gay.

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

FESTA A FANTASIA

Acredito que a maior parte das pessoas já foi a uma festa a fantasia. É divertido e, talvez, algum psicólogo consiga traçar perfis de acordo com a escolha da fantasia.

Tem sempre piratas, mosqueteiros, cowboys, batmans, mulheres-maravilha, homens-aranha, vampiros, gladiadores e gladiadoras, anakins, faraós e outras mais atualizadas que desconheço pois estou desatualizado em termos de festa a fantasia.

Mas a festa acaba e, a não ser que você tenha menos de 6 anos de idade ou seja alguém contratado para divulgar alguma coisa, você não sai por aí fantasiado. A gente admite crianças no shopping vestidas com a roupa de seu super-herói favorito, mas um marmanjo assim precisaria de cuidados psiquiátricos.

Por analogia, acredito que esteja ocorrendo uma festa a fantasia entre os automóveis atualmente em circulação.

Foram os Crossfoxes, acredito, os primeiros a chegar. Então foram aparecendo os Palio Adventures, Fiesta Trails, Ideas Adventures e tantos outros.

Esses automóveis foram originalmente projetados para serem “street”, andarem na cidade, no asfalto da estrada. Mas, de repente, alguns deles começaram a se fantasiar.

Uns retoques aqui, uns apliques de plástico ali, uma maquiagenzinha pra completar e... SHAZAM! O carro virou um fora-de-estrada.

Não adianta protestar; as situações são parecidas. Carros travestidos de off road são a mesma coisa que pessoas travestidas numa festa a fantasia.

Mas se você não vai ao shopping vestido de Homem-Aranha ou Mulher-Maravilha, porque comprou um destes pseudo-lameiros?

E, ainda por cima, tem coragem de sair por aí?...

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

MENSAGEM DE NATAL

Eu tirei esse texto de uma página do Sentiens (ou foi do GAE ?...) mas acredito que não vão achar ruim eu ter copiado:



A maior e mais contraditória festa da cristandade se aproxima.

Este momento tão especial para os cristãos, com o tempo, se transformou na festa do consumo, os presentes se colocando praticamente no lugar da reflexão.

Esta mensagem quer sugerir um Natal mais próximo do seu sentido original. Na manjedoura onde Maria e José encontraram abrigo para o nascimento do filho de Deus, estavam vários animais que acolheram a família humana.

Como é possível que, na comemoração desse dia tão especial, os cristãos pratiquem o sofrimento de tantos animais, sendo os perus, vacas, bois e bezerros as principais vítimas?

Se o Natal - e toda data religiosa - marca um momento de reflexão, desejamos, como defensores dos animais, que a data possa ser um marco na virada da relação homem animal.

Assista:
http://www.gaepoa.org/site/index.php?m=Video&id=49


Uma frase de (atribuída a?) Churchill: "De vez em quando o homem tropeça na verdade, mas a maior parte das vezes se levanta e segue em frente."


P.S.: àqueles que acharem estranho um post cristão aqui no Café, lembro que alguém já cantou que "...todo artista tem de ir onde o povo está...".