quarta-feira, 27 de outubro de 2010

“A ÚLTIMA MINORIA”...


...é o excelente título dado ao artigo escrito por Fábio Ulhoa Coelho, jurista e professor da PUC-SP, publicado no Estadão do dia 25 de outubro.

Em seu artigo ele explica como é falsa a ideia de que um ateu seria um cidadão com menos moral e ética que um religioso.

Há uma confusão generalizada em torno da moral e da ética, que são conceitos autônomos, independentes de qualquer religião. Ao contrário, as religiões ao longo do tempo se apropriaram de alguns (não todos, infelizmente) dos tópicos da moral e da ética e desde então se apresentam como fornecedoras exclusivas destes valores. Não é verdade.

Um ateu que aja dentro de preceitos morais e éticos, mesmo que segundo sua cultura e seu tempo e apesar disso, é uma pessoa muito mais firme em seus alicerces que seus concidadãos religiosos.

Digo isso porque, pelo que tenho observado, existem três tipos de pessoas religiosas:

- a medrosa, que, segundo o que se ouve em igrejas e se lê em textos religiosos, “é temente a Deus”. É aquela pessoa que se apavora com a ideia do Inferno, do pecado, da punição Celestial e, principalmente por essas razões, prefere acreditar em Deus e ter uma religião. A base de sua fé e estilo de vida é o medo;

- a interesseira, aquela que acredita (ou diz que acredita) em Deus, segue alguma religião e diz ter fé sempre dando ênfase nos benefícios que isso trará, tais como uma pós-vida no Paraíso junto ao Senhor, graças divinas e bênçãos;

- e a ingênua, que também pode ser chamada de “mentalmente preguiçosa”, que nunca parou para pensar sobre o que lhe martelaram a vida toda. Ela segue a manada, é acrítica, prefere nem pensar sobre o assunto (nenhum assunto – se lhe trouxerem qualquer coisa mastigadinha, melhor).

Ora, para ser uma pessoa correta não deveria ser (e NÃO É) necessário temer a ira divina nem esperar recompensas por bom comportamento em vida. Bastaria viver tentando não causar dano de espécie alguma – moral, psicológico, físico, financeiro... - ao seu semelhante, nem a ninguém.

Pascal tentou provar matematicamente que acreditar em Deus é um bom negócio. Sem sombra de dúvidas, ele é o patriarca dos medrosos e dos interesseiros.

E como disse Einstein: “Se as pessoas são boas só por temerem o castigo e almejarem uma recompensa, então realmente somos um grupo muito desprezível.”

Desprezível é o preconceituoso... Assim como eu em relação aos religiosos... Ops!

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

ELE ESTÁ ENTRE NÓS

- E aí, como foi a viagem?
- Foi boa. Viajar é sempre bom, né!?

- Conseguiu passar ileso na PF do aeroporto?
- Ah, passei... Nem trouxe muita coisa, mas fiquei com receio de passar com o iPad.

- Putz, trouxe um?! E aí, gostou, é bom mesmo?
- É legal...

- Hmmm, não senti firmeza.
- Pois é... É bacaninha e tals...

- Pô, mas dá pra fazer um monte de coisas nele, não?
- Dá pra acessar a internet e enxergar as coisas melhor que na tela do celular.

- Ele é um leitor de livros eletrônico não? Já baixou algum?
- Ia baixar só pra ver como é, pois os que eu quero ler não encontrei.

- O pessoal das editoras ainda tá se preparando, nem foi lançado aqui ainda. Mas tem um monte de joguinhos, não tem?
- Tem, mas não sou fã. E tem de pagar pra baixar.

- Mas você pode usá-lo em qualquer lugar, levar pra lá e pra cá...
- Trabalho em casa... Além disso, tem o risco de ser assaltado. Não é tão leve assim e não costumo sair com bolsa...

- Pô, mas então porque comprou?
- Ganhei de presente.

- Não gostou, dá pra mim.
- Nnnnnnn... Tem uns apps free e baixei um que o transforma num rádio relógio e despertador. Está na cabeceira da cama.

- Caro esse seu despertador,hein?!
- Chique nos úrtimo.