terça-feira, 11 de dezembro de 2007

NEVE, RENAS E O CALOR INFERNAL

O Natal é época de presentes, de comemorar o fim de ano, de começar a planejar as promessas de ano novo, de descolar um trabalho temporário, de viajar e de diversos significados religiosos, dependendo de sua crença.

É a época marcada pelas imagens de renas, pelos pinheiros cobertos de neve e Papai Noel com suas botas pretas e roupa vermelha. Êpa!

Mesmo que você já tenha viajado ao Pantanal matogrossense ou à Amazônia, duvido que já tenha visto renas. No máximo, avistou veados. Pinheiros cobertos de neve, só se tiver dado muita sorte no sul do país ou em Campos do Jordão. Ainda assim, se tiver levantado bem cedo, pois com o Sol da manhã já não sobraria mais nada.

Mas imaginem um senhor vários quilos acima de seu peso, com pesadas botas cano ¾, roupão vermelho, luvas, gorro, sob a temperatura média de Dezembro no Brasil... Coitado!

Não pretendo discutir "nossas tradições" muito profundamente, mas seria interessante se alguma empresa ou grupo delas se unissem a uma agência de publicidade e criassem a "nossa" imagem do natal. Criar mesmo, porque não sei da existência de algo com cara tupiniquim aceito por grande parte da população e explorado comercialmente.

As imagens utilizadas nessa época são frutos dos milhões de dólares investidos pela Coca-Cola em décadas.

Lá, nos "estêites" e na Europa, existe mesmo neve, renas e deve haver grande número de senhores que se assemelham ao bom e velho Noel. Por aqui, acredito que ele não poderia ser tão alto, nem tão branco com bochechas rosadas, nem ter as barbas tão brancas. Seria mais baixo, mais moreno, usaria talvez as legítimas Havaianas, óculos escuros, calção, camiseta regata, boné.

O trenó... Sugerir uma carroça puxada por jegues poderia gerar sentimentos negativos. Melhor pensar em outra coisa.

Não sou hipernacionalista, mas é fato que não temos a "nossa" imagem do Natal.

Com tanta gente bonita e talentosa, com uma enorme variedade de espécies animais, com esse Sol maravilhoso, praias paradisíacas, coqueiros, veleiros, dunas, ainda aceitamos como naturais as imagens norte-americanas e européias.

Não se trata de um "abaixo Santa Claus" nem orgulho sul-americano, mas de aceitar a nossa realidade e deixar de lado aquele sentimento tão arraigado de que o de fora é sempre melhor, levantar o nosso moral e dizer: Yes! Nós temos Natal!

2 comentários:

robertobech disse...

Não sei se concordo com você na idéia de "abrasileirar" o Papai Noel, mas a idéia em si é interessante.

Outro dia mesmo eu estava pensando nessa coisa de importarmos tradições de outros países que são totalmente incompatíveis com o nosso dia-a-dia. Fui a um casamento chique no sábado, e tive que usar um terno. Terno é chique, mas é quente pacas, e num país como o Brasil...

Essa tradição do terno nós importamos de países de clima bem mais ameno. Bem que isso podia ter sido adaptado para a realidade de um país que passa dos 40 graus fácil, fácil. Os empresários brasileiros agradeceriam.

Eu já tinha ouvido esse papo da Coca-Cola, mas parece que a história é meio nebulosa. Inclusive, a wikipédia marca o artigo como duvidoso. Se você checar essa informação em outra fonte confiável, poste aí que tenho muita curiosidade.

robertobech disse...

Olha aí um link que conta outra história. E parece dos bons:
http://www.snopes.com/cokelore/santa.asp