De repente, num certo dia de verão, uma equipe de advogados do Esporte Clube Corínthians resolve entrar com representação judicial solicitando à Promotoria de Justiça da República (nem sei se isso existe) que seja proibido a qualquer cidadão brasileiro o uso de roupas em tons de verde.
Ah, você está rindo, não é?! Delírio puro, você deve ter pensado.
Mas isso não é muito diferente do que fez a Pastoral da Saúde da Arquidiocese de Olinda e Recife com sua representação judicial solicitando a proibição da tal “pílula do dia seguinte” durante o carnaval no estado.
Ainda que tenha enorme peso a eterna polêmica ética e jurídica sobre o início da vida e o direito da mulher, que deveria ser uma discussão laica, lembrando o exemplo futebolístico acima pergunto: com quê direito uma agremiação (e os católicos são apenas uma agremiação, porém bem grande) pode querer proibir algo a todos os cidadãos, incluindo aqueles que NÃO pertencem aos seus quadros?
Se a Igreja Católica entende que a tal pílula anticoncepcional de emergência é crime e convoca todos os seus seguidores a não utilizá-la, tudo bem. Mas deixem os demais em paz!
Se isso fosse permitido, se cada grupo religioso começar a dar entrada em processos judiciais tentando usar a força da lei em favor de seus pontos de vitas e princípios, o caos rapidamente se instalaria.
Logo, umbandistas iriam querer estender a todos alguns de seus rituais com galinhas mortas, budistas tibetanos iriam exigir que parte das programações da rádios fosse composta por mantras, muçulmanos iriam obrigar a todos que se ajoelhassem em direção à Meca nos finais de tarde, islâmicos iriam fazer todos jejuarem no mês do Ramadam e jurar sobre o Corão em julgamentos, tantristas iriam querer Carnaval o ano todo...
Aliás, carnaval nem pensar!
Todas as mulheres teriam de usar burca...
Ah, você está rindo, não é?! Delírio puro, você deve ter pensado.
Mas isso não é muito diferente do que fez a Pastoral da Saúde da Arquidiocese de Olinda e Recife com sua representação judicial solicitando a proibição da tal “pílula do dia seguinte” durante o carnaval no estado.
Ainda que tenha enorme peso a eterna polêmica ética e jurídica sobre o início da vida e o direito da mulher, que deveria ser uma discussão laica, lembrando o exemplo futebolístico acima pergunto: com quê direito uma agremiação (e os católicos são apenas uma agremiação, porém bem grande) pode querer proibir algo a todos os cidadãos, incluindo aqueles que NÃO pertencem aos seus quadros?
Se a Igreja Católica entende que a tal pílula anticoncepcional de emergência é crime e convoca todos os seus seguidores a não utilizá-la, tudo bem. Mas deixem os demais em paz!
Se isso fosse permitido, se cada grupo religioso começar a dar entrada em processos judiciais tentando usar a força da lei em favor de seus pontos de vitas e princípios, o caos rapidamente se instalaria.
Logo, umbandistas iriam querer estender a todos alguns de seus rituais com galinhas mortas, budistas tibetanos iriam exigir que parte das programações da rádios fosse composta por mantras, muçulmanos iriam obrigar a todos que se ajoelhassem em direção à Meca nos finais de tarde, islâmicos iriam fazer todos jejuarem no mês do Ramadam e jurar sobre o Corão em julgamentos, tantristas iriam querer Carnaval o ano todo...
Aliás, carnaval nem pensar!
Todas as mulheres teriam de usar burca...