quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

GARANTIA ESTENDIDA - CUIDADO!

Um artigo no 1to1 Weekly da Peppers & Rogers Group (reproduzido parcialmente nos parágrafos abaixo) alerta sobre as más práticas de diversas empresas em busca do lucro fácil.
Sempre disfarçadas de modo a parecer “agregar valor” para o cliente, tais práticas não trazem verdadeiramente nenhum benefício ao consumidor, fazendo-o apenas gastar mais pelo mesmo produto.

O exemplo mais comum e um dos mais graves dessa tendência de comportamento são os programas de “garantia estendida”, oferecidos pelos varejistas com uma alta margem de lucro. Os web sites e blogs têm classificado essa atitude, quase unanimemente, como “fraude”.

Parece um valor pequeno, não é?

A Consumer Reports relatou, em dezembro de 2006, que os consumidores teriam gasto $1,6 bilhões até o fim de 2006 em garantias estendidas para eletrodomésticos e eletrônicos como TVs de plasma e laptops. Em muitos casos, o custo da garantia pode ser mais de 25% do preço total do produto.

Os varejistas insistem em oferecer garantias estendidas porque lucram mais com esse serviço do que com a própria venda dos produtos assegurados. Mas os dados da Consumer Reports mostram que os produtos raramente quebram no período coberto pela garantia estendida, que geralmente é de três anos.
Mesmo quando os aparelhos apresentam algum problema, geralmente o valor do conserto é o mesmo da garantia.

Bem, isso é lá nos EUA. Não sei os números daqui, mas recentemente adquiri dois eletrodomésticos através de televendas de uma grande rede varejista e o televendedor foi bastante insistente sobre a garantia estendida, mas declinei.

E você, anda pagando garantias estendidas? Ajudou em alguma coisa?




terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

VISÃO DE MARKETING

Dando um exemplo sobre a acuidade de argumentação e visão de mercado, um certo professor-coordenador de curso de MBA disse que “...não existe África, mas países da África...”, com o intuito de mostrar a enorme diferença entre eles, tratando-se de universos diferentes e, portanto, diferentes abordagens e estratégias de marketing. Continuando o exemplo com tal continente, pois tinha viajado por lá em suas férias, o professor comentou que esteve no Egito. “Que desenvolvimento!”, exclamou. “África do Sul, então, primeiro mundo! Angola, fim do mundo...”, completou.

Hmmm, não é bem assim...

Angola, país que se auto-destruiu numa guerra civil, está em plena reconstrução. O grupo imobiliário de Amarante - Taminvest – vai investir 230 milhões de dólares (160 milhões de euros) em Angola em dois empreendimentos habitacionais e turísticos de grande dimensão. São dois loteamentos com alguns milhares de habitações, unidades de comércio, equipamentos desportivos e recreativos, que vão gerar dois empreendimentos de luxo, a construir próximo das cidades de Benguela (Blue Ocean) e de Luanda (Bom Jesus), neste último um investimento de 80 milhões de dólares em infra-estruturas, a edificar numa área de 550 hectares.

O Blue Ocean (Praia Azul), nos arredores de Benguela, tem previsto mais de 300 hectares de área edificável (cinco mil habitações de várias tipologias), a implantar em terrenos com mais de 1.300 hectares, com um investimento de 150 milhões de dólares neste empreendimento de luxo, que fica situado a 18 quilômetros de Benguela e inclui serviços de hotelaria, um campo de golfe e uma marina.

Na feira Constrói Angola, realizada anualmente, projetos com residências cujos preços ultrapassam os 2 milhões de dólares disputam espaço e clientela. O Arte Residencial Yetu, da Odebrecht, por exemplo, já vendeu 80 por cento dos apartamentos ainda em construção. Os preços variam de 600 mil a 2,2 milhões de dólares. Ou seja, cada metro quadrado da residência custa 5 mil dólares. As obras iniciaram em Agosto último e terminam em 2009.

Com 16 torres e 76 unidades residenciais, o investimento está orçado em 70 milhões de dólares. Já o Belas Business, outro projeto imobiliário da Odebrecht, cujo fim da primeira fase está previsto para Dezembro de 2008, tem quase todos os apartamentos vendidos, segundo a gerente de incorporações imobiliárias, Túlia Ribeiro. Conforme a dimensão, os preços do apartamento variam de 450 mil a 900 mil dólares. A primeira fase do projeto compreende quatro torres com 112 unidades residenciais, prevendo construir 400 apartamentos até 2012. No total, o empreendimento vai consumir 400 milhões de dólares.

O Futungo Village, um condomínio fechado a Sul de Luanda, do grupo Imocom, expõe o seu projeto com 60 tipos de imóveis já vendidos. Trata-se de vivendas vendidas a 1 milhão e 690 mil dólares e a 1 milhão e 990 mil dólares.

E tudo isso tratando-se apenas de um setor – o de construção civil – como exemplo.

Um país carente de tudo, em tempos de mercados hipersaturados, é uma oportunidade quase inimaginável para todas as empresas e profissionais de marketing com um mínimo de visão.

Bem, talvez não para acadêmicos...

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

QUE MARAVILHA...


Você acreditou, você se entusiasmou, panfletou por e-mail, e vibrou com a inclusão do Cristo Redentor entre as Novas Maravilhas do Mundo.

Segundo estudos feitos na época, a vitória do Cristo injetaria US$271 milhões na economia do Rio e criaria 250 mil empregos.


A campanha, que durou quatro anos, com manifestações de apoio do presidente Lula e dos governadores de São Paulo, José Serra, e de Minas Gerais, Aécio Neves, ambos do PSDB, contou com investimentos da Bradesco Seguros e Vale do Rio Doce.

Só durante a visita do papa Bento 16 ao Brasil, foram distribuídos 2 milhões de folhetos, além de 1,5 milhão de cartazes para serem postos nas paróquias.

Somando recursos públicos, como os R$ 85 mil do Ministério do Turismo, e privados, a campanha parece ter custado em torno de R$ 5 milhões.

E aí?!
Mudou alguma coisa?


quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

HOTÉIS QUE "ACEITAM" CÃES - MENTIRA!


Em meio à grande concorrência entre hotéis e pousadas nas mais variadas cidades turísticas, no litoral, campo ou montanha, é comum os administradores desses negócios recorrerem a promoções, eventos, descontos e buscar diferenciais competitivos na luta pela atenção dos consumidores em férias, finais de semana ou feriados.

Nessa guerra cada vez mais acirrada, alguns desses estabelecimentos descobriram o universo dos proprietários de cães que preferem levar seus pets em suas viagens. É fácil encontrar em sites especializados em animais de estimação listas de hotéis e pousadas que propagandeiam aceitá-los em suas dependências. Algumas dessas listas, elaboradas mais conscientemente, até estabelecem uma hierarquia de aceitação animal, indo do “aceita sem restrições” ao “somente animais de colo, no canil”, passando por outras distinções.

O problema é que além dessas listas estarem sempre defasadas, a propaganda em torno da aceitação do animal é bastante enganosa (ou seriam minhas expectativas quanto a isso muito elevadas?...). Como cachorreiro, dono de uma mini Schnauzer e uma Shih Tzu, já passei por situações nada agradáveis mesmo escolhendo lugares com áreas gramadas, quartos com piso frio, quartos mais ao fundo e com pequenos quintais.

Certa vez, mesmo tendo telefonado antecipadamente para saber sobre as regras para os bichos numa pousada em Ilhabela que anunciava aceitar cães irrestritamente, fui surpreendido ao lá chegar com uma lista de “senões” afixada no lado interno da porta do quarto. Em resumo, os cachorros só poderiam sair dos quartos no colo e serem colocados no chão lá na rua.

Noutra, que apareceu em recente edição da revista Veja e que por telefone nos disseram que os cães poderiam transitar no chão, outro problema: os bichos não poderiam ficar nas áreas da piscina nem das mesas de café da manhã. Ora, mas além dessas só havia o quarto!

Pior: as meninas da recepção nos trouxeram uma reclamação de outro hóspede (também cachorreiro, com seu cão no quarto de cima) sobre latidos e uivos. Ora, quando se decide ficar numa pousada que aceita cães isso é de se esperar e nem deveria ser considerado inconveniente. O barulho de crianças correndo no piso de madeira e adultos gritando com seus filhos fazem naturalmente qualquer cão dar alarme latindo. Se há uma preocupação tão grande quanto ao silêncio, ela deveria começar com os humanos.

Aliás, existem pousadas que de tão preocupadas com a tranqüilidade de seu hóspede nem aceitam crianças...

Sinto-me vítima dos colegas profissionais de marketing, publicitários autores de anúncios, dessas listas e matérias sobre aceitação de animais em hotéis e pousadas.

Tendo estado em vários desses estabelecimentos, jamais vi qualquer estrutura especialmente preparada para tal nem profissionalismo dos funcionários em relação aos hóspedes de quatro patas.

Já é hora do pessoal que trabalha com animais ou talvez os Kennel Clubs por aí estabelecerem uma lista única, oficial e criteriosa, que oriente verdadeiramente o cachorreiro no momento de decidir sua viagem.

Hoje, como as coisas são feitas, não existe um hotel ou pousada que aceite verdadeiramente hóspedes de quatro patas no Brasil.