Tenho recebido seguidas vezes, enviado por diferentes pessoas, um e-mail com o título “Virada contra o PT”.
Em época de eleições é assim mesmo: alguém cria um texto com argumentos que misturam verdades, meias-verdades e mentiras, sacode bem para que incautos não percebam a molecagem e disparam por aí como que conclamando a todos salvarem a pátria idolatrada dos monstros que querem devorá-la.
Não bastasse isso, amontoam argumentos negativos e acusações contra um determinado político ou partido como se tais não pudessem ser feitas a praticamente todos os outros. Ora, se o atual chefe do executivo “...tem um belo salário como presidente”, qualquer um que ocupar tal cargo também terá. Não devemos colocar ninguém lá, então? E dizem que nosso atual presidente tem filhos estudando no exterior. Nenhum de nossos presidentes tinham? O futuro presidente não poderá ter?
O texto diz que o atual presidente desconhece os preços nos supermercado, padarias, açougues... Bem, acredito que NENHUM político saiba, menos aquele que decorou tudo na véspera de ser perguntado. Aqui em casa eu que faço as compras de supermercado TODA SEMANA e volta e meia passo na padaria, mas não me perguntem preço de coisa alguma, pois não sei mesmo. Pago a conta no caixa e ponto.
E, claro, entre as tantas acusações não poderia faltar o fato de nosso presidente não ter estudado, “...não poder nem ser gari” segundo o texto. Acredito que para ser um bom governante a pessoa deva ter, no mínimo, profundos conhecimentos de macro-economia, política e comércio internacional, administração, Sociologia, Inglês, Espanhol, Francês e Chinês, pois estes últimos caminham para ser a grande potência num futuro próximo e teremos de nos entender com eles. Antes de votar, veja se seu candidato tem esse mínimo de qualificação. Duvido.
Note bem: não estou aqui para defender partido ou político algum, mas sim desqualificar os argumentos que se utilizam na guerra eleitoral.
As pessoas cobram o tempo todo que os políticos em campanha mantenham o nível, evitem lavagem de roupa suja em público e foquem na apresentação de projetos para o país. Cobram, mas não fazem, pois teimam em repassar a torto e a direito um emaranhado de argumentos fajutos – fajutos nem tanto porque não cabem ao acusado, mas porque caberiam a qualquer um.
Não sou petista, muito menos lulista, abomino as tentativas de controle da mídia, censura e outros pecados de mentes pequenas que compõem o partido mas, na mesma linha de raciocínio do texto atribuído a Luís Fernando Veríssimo, “Nada como a Simplicidade”, já passei pela fase infantilóide de querer mudar o mundo, de querer que o país entrasse para o time do primeiro mundo, de ter medo do fim do mundo, de achar que um presidente culto nos levaria a um outro patamar, de achar que um presidente moderno e arrojado nos levaria a um outro patamar, de achar que um presidente vindo do povo...
Bem, hoje, depois de muito racionalizar, aprofundar o pensamento, meditar, adotei a sabedoria popular ou, em outras palavras, resolvi pensar como pobre: voto naquele que, em sua administração, fez algo me afetou positiva e diretamente.
Nada de elucubrações mais que metafóricas sobre assuntos macroeconômicos, macropolíticos, macroadministrativos que, no fim das contas, não me dizem respeito e nem entendo direito. Como o povo nos confins deste país imenso, que troca seu voto por um saco de feijão, talvez seja sensato eu votar no partido ou candidato que, apenas como exemplo, quase dobrou o salário dos servidores públicos federais.
Sabe como é, né... A gente tem de pensar “no leite das crianças”...
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