segunda-feira, 3 de agosto de 2009

É SIMPLES DEFINIR O AMOR

O nome de Iggy Pop estará para sempre ligado ao Punk, de quando era o vocalista visceral e avassalador do The Stooges. É esse mesmo Iggy Pop, sobrevivente dos excessos dos anos 60 e 70, que lança "Preliminaires", um disco no mínimo curioso.

E imperdível.

Todas as resenhas que você encontrar por aí tratarão das versões que ele fez para "Les Feuilles Mortes" de Édith Piaf e a lúgebre mas surpreendentemente suave, tendo em vista quem a canta, "How Insensitive"(Insensatez) de Tom Jobim.

O álbum é inspirado no livro “A Possibilidade de uma Ilha”, do polêmico escritor francês Michel Houellebecq, considerado um radical destemido por uns, medíocre e apelativo por outros. Só isso já seria suficiente para ver do que se trata, mas aqui no Café o papo vai pra outro lado.

Ouvi mil vezes e vou ouvir muitas vezes ainda "The Machine for Loving". Uma estória crua, dura mas que é também uma canção/declaração de amor, mas não uma comum como muitas outras. Ao ouvi-la pela primeira vez, no carro dirigindo e sem prestar atenção à letra, os arranjos me fizeram imaginar uma casa em meio a uma planície deserta, montanhas ao longe e o Sol se pondo no horizonte. Freud explica...

A música conta a estória de Fox, companhia da qual o cantor não mais desfruta. Iggy termina essa canção dizendo (dizendo mesmo, pois a canção é falada, não cantada):

Love is simple to define
but it seldom happens in the series of beings
Through these dogs we pay homage to love
And to its possibility.



What is a dog but a machine for loving
You introduce him to a human being,
giving him the mission to love
And however ugly, perverse, deformed or stupid
this human being might be
The dog loves him.
The dog loves him.


Não sei se ele ou o Houellebeq são ou foram cachorreiros.
Acho que sim.

Nenhum comentário: