segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

DECISÕES

A sabedoria popular diz que ano começando com bastante chuva é sinal de abundância. Verdadeiro se pensarmos num Brasil de 100 ou mais anos atrás, país eminentemente agrícola com grande parte da população ligada à atividade primária. Mas as coisas mudaram.

Ainda somos uma nação exportadora de commodities do campo mas nossa população, além de migrar para os centros urbanos e adotar as atividades secundárias e terciárias como meio de sustento, aumentou consideravelmente e passou a ocupar desordenadamente o solo.

Em vista das tragédias do início deste ano, muito óbvio é culpar a chuva. Alguns culpam a Natureza, como se ela estivesse se vingando do Homem, outros apelam à Teoria do Caos, culpam isso e aquilo... Nada como encontrar um bode expiatório nessas horas.

A real responsabilidade, ou falta dela, é das decisões do Homem. Algumas decisões erradas, equivocadas, desinformadas e até de má fé resultaram em mortes pela simples ignorância das condições de solo, matéria sobre a qual o Brasil não é deficiente em tecnologia e informação.
Bastava alguém verdadeiramente se preocupar com isso e, baseado nesse conhecimento, tomar decisões corretas, mesmo que impopulares, trabalhosas e custosas.

Então, que 2010 seja um ano de decisões sensatas, pensadas, ponderadas, bem informadas e que assumamos nossa responsabilidade por elas, lembrando sempre que talvez não possamos controlar todos os eventos resultantes de milhares de variáveis imponderáveis, mas que isso não nos isenta da responsabilidade de decidir qual passo dar hoje.

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