Um dos papos que mais rendia em nossas pausas prum café era quando entrava na pauta a questão da religião.
Sobre esse assunto, Nobu, nosso grande publicitário ateu-agnóstico louco por acreditar em algo e desejoso de que alguém apresente argumento para tal, uma epopéia frustrada, continua vigilante.
Dia desses mandou e-mail recomendando o recente livro de Richard Dawkins. Escreveu:
"Quanto ao criador do universo, li recentemente o “Deus, um Delírio”, do meu ídalo Richard Dawkins. Para meu espanto, está entre os mais vendidos. Agora, não sei se os crentes andam comprando para tacar fogo. O mais provável é o que o autor defende: há muito mais ateus por aí, mas que ficam enrustidos para não criar constrangimentos e alimentar discriminações. Sei que sou suspeito, mas o livro é excepcional. Alguns exemplos que ele usa, eu mesmo cansei de citar. Antes desse, eu fiz questão de ler “Deus, um Itinerário”, de Regis Debray, que não é uma leitura atéia, mas explica as razões do monoteísmo ter suplantado o politeísmo (como o indianismo, por exemplo) e as condições em que isso ocorreu. Também muito interessante."
E continua:
"O perigo está à espreita. A última novidade é a proposta de incluir o ensino de religião nas escolas municipais, de São Paulo. Um absurdo, mas que a maioria acha natural.
Não quero ser insistente, mas leia o livro do Dawkins e, provavelmente, muitas das suas idéias a respeito de religião vão se confirmar. Foi essa a impressão que tive. Há um capítulo em que ele até insinua que muitos religiosos continuam professando sua fé por medo de perder todo o seu referencial de vida, embora, no fundo, saibam que ela é inútil. Eu tenho certeza que esses caras que estudam teologia, que fazem seminário para ser padre ou viram monges, acabam descobrindo que deus não existe porque se estudar profundamente é a única conclusão a que se pode chegar. Mas, para não desestruturar toda a sua razão de ser, eles continuam fingindo que não. Recentemente, foi divulgado que a Tereza de Calcutá (por quem, aliás, não nutria muita simpatia) tinha sérios questionamentos e sentia fortes dúvidas quanto à sua fé. É óbvio, se alguém passar um único dia vendo a miséria e a desgraça com que ela conviveu por anos e anos e continuar achando que deus existe numa boa, precisa ser muito raso de raciocínio.
Abraços cristãos,
Nobu,,".
O tema é polêmico.
O que me dá medo é a deturpação. Religião virou um grande e milionário negócio, business mesmo, no sentido mais americano-capitalista da palavra. E agora caminham rumo ao poder político.
E isso, a História nos mostra em diversas passagens, como nas Cruzadas ou a caça às bruxas, é o caminho para perseguições, fanatismo, exclusão e guerras.
No passado morriam na fogueira aqueles que, contrariando a fé dominante, diziam que a Terra era redonda.
Se embrenhando no poder, qual será a punição, num futuro dominado por religiões baseadas no lucro, para os que discordarem deles?...
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